quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Reforma do ensino médio é aprovada em última votação

• Novo modelo entra em vigor já, mas será implementado gradualmente

Maria Lima | O Globo

-BRASÍLIA- Com fortes críticas da Oposição, o governo aprovou ontem no Senado, em regime de urgência, por 43 votos a 13, a Medida Provisória que reforma o ensino médio e prevê a adoção de uma Base Nacional Curricular Comum (BNCC). A reestruturação entra em vigor imediatamente, mas a implantação será gradual. O texto agora vai à sanção da presidência da República.

Entre os principais pontos da reforma estão a implementação do ensino integral, com apoio financeiro da União por dez anos e flexibilização da grade curricular que estimulará os alunos a optarem por matérias de suas áreas de interesse e vocação profissionais. A BNCC do ensino médio ainda está em discussão. O governo postergou a elaboração do documento até que a reforma fosse aprovada no Congresso.

Hoje são 380 mil alunos matriculados no ensino integral e a meta é chegar a 900 mil até 2020. A mudança prevê ainda o aumento da carga horária diária de quatro para cinco horas (alunos do período noturno vão continuar com quatro horas aula por dia, podendo fazer um complemento com ensino à distância), e a grade curricular que estimulará os alunos a optarem por matérias de suas áreas de interesse.

Neste modelo, Educação Física (optativa no último ano) e Artes estarão na grade das redes. Antes, o projeto enviado pelo governo tirava a obrigatoriedade das disciplinas de Artes, Educação Física, Filosofia e Sociologia, e o conteúdo dessas matérias seria definido futuramente pela BNCC, o que foi alterado na câmara.

A reforma prevê a utilização da BNCC em 60% do currículo. Os 40% restantes serão compostos de acordo com a opção dos jovens pelas áreas de Ciências Humanas, Ciências da Natureza, Linguagem e Matemáti ca, além de uma quinta vertente da educação técnica profissionalizante.

Entre as críticas da Oposição, estão a opção pela MP para fazer a mudança, sem discussão, e o baixo investimento para se implementar as reformas.

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