terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Coluna do Estadão/O Estado de S. Paulo:.Reforma da Previdência divide governo em alas

A reforma da Previdência divide o governo em dois grupos. A ala política defende que a medida seja votada quando houver segurança de que existem os 308 votos. A ala econômica quer partir para o tudo ou nada. Avalia que o importante é que o assunto seja enfrentado ou não saia agenda. O cálculo político leva em conta qual imagem o governo terá no futuro. Se vencer, Temer será o presidente que conseguiu enterrar duas denúncias e aprovar “a” reforma. Sairia consagrado do ponto de vista político. Se perder, a derrota é o que será lembrado do seu mandato.

» Cravados. Mesmo que consiga 307 votos, um menos que o necessário, a ala palaciana do governo sabe que a história não vai reconhecer a “quase” aprovação. Qualquer coisa menor do que os 308 necessários será lida como derrota.

» Divórcio. Entidades sindicais dos servidores públicos identificaram na CUT, ligada ao PT, e na Força Sindical desinteresse pela campanha contra a reforma da Previdência do governo.

» Sozinhos. A associação dos fiscais da Receita Federal e a federação dos servidores que compõem as carreiras típicas de Estado já programam manifestações sem as principais centrais.

» Bate... Geraldo Alckmin tentou convencer o prefeito Arthur Virgílio a desistir de disputar as prévias do PSDB pela candidatura ao Planalto. Argumentou que é contra o político largar o cargo para concorrer a outro tendo cumprido pouco tempo do mandato.

» ...rebate. Virgílio perguntou a Alckmin se ele havia esquecido que pediu ao então prefeito de São Paulo José Serra que concorresse ao governo em 2006 garantindo assim palanque à sua campanha ao Planalto.

» Réplica... Alckmin subiu o tom e disse que era mentira essa versão da história. “Entre os meus defeitos não está ser mentiroso”, respondeu Virgílio, levando o governador a pedir licença e deixar a sala.

» É pra todos? O argumento de Alckmin beneficia Márcio França em detrimento do prefeito João Doria. Assim como Virgílio ele foi eleito em 2016 e teria que sair para disputar o governo.

Causa. Empresas de telefonia querem que, na próxima quarta-feira, o STJ mude o entendimento da legislação e torne obrigatório que compradores passem a guardar os comprovantes da contratação de serviços. Hoje são os fornecedores que têm esse ônus.

» Efeito. O julgamento pode afetar a indenização de mais de 1,5 milhão de pessoas que já ganharam na Justiça o direito de serem ressarcidas pela emissão errada das ações de linhas telefônicas na década de 90. Quase ninguém tem os contratos de 20 anos atrás.

» Disciplina. O ministro Raul Jungmann (Defesa) optou por uma punição mais branda ao general Antônio Hamilton Mourão, que criticou o “balcão de negócio” político do presidente Temer, para não transformá-lo em vítima e candidato em 2018.

» Ostracismo. No sábado, Jungmann e o comandante do Exército, general Villas Boas, analisaram a possibilidade de prisão do militar. Mas preferiram deixá-lo sem função até sua aposentadoria em março.

» Tchau. Cotado para ser vice de Jair Bolsonaro, Mourão avalia ir para reserva.

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