‘Não parei ainda para pensar se já sou 70% candidato ou 10%, ou 30%’, diz ministro após Temer afirmar que o prefere à frente da Fazenda
Eduardo Rodrigues / O Estado de S. Paulo.
BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou ontem que não parou “para pensar” se será candidato à Presidência. “Não parei ainda para pensar se já sou 70% candidato ou 10%, ou 30%. Tenho que assegurar que a economia continuará crescendo, o resto a realidade dirá. Minha ideia é estar totalmente concentrado no trabalho.”
A declaração foi dada no dia seguinte ao presidente Michel Temer afirmar ao Estado que prefere que Meirelles continue na Fazenda até o fim do governo a disputar a eleição. O ministro vem tentando se viabilizar como candidato de centro apoiado pela maioria dos partidos da base de Temer. Nesse cenário, disputa nos bastidores com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Meirelles insiste que só decidirá sobre a candidatura no início de abril, quando termina o prazo para que ministros que vão concorrer deixem o cargo. “No prazo legal, terei que decidir se continuo onde estou ou se saio”, afirmou pela manhã à Rádio Bandeirantes de São Paulo.
À noite, a agência de classificação de risco S&P Global rebaixou a nota de crédito do Brasil de BB para BB- (três degraus abaixo do grau de investimento). Pesaram na decisão o atraso no avanço das reformas, principalmente a da Previdência, e a incerteza política no País. Meirelles vem atuando no governo como um dos principais articuladores da reforma da Previdência, que teve a votação na Câmara adiada para fevereiro. Maia também tem buscado apoio para tentar aprovar a proposta.
Experiência. Ao tratar das reformas na área econômica, Meirelles disse que é importante que continuem e afirmou que cargos relevantes devem ser ocupados por pessoas com experiência na vida pública. Segundo ele, o processo eleitoral será uma oportunidade para o País amadurecer.
“O crescimento econômico dá oportunidade para a população começar a olhar o País. O povo tem sabedoria e teremos condições para cada vez mais fazer melhores escolhas.” Questionado se seu conhecimento no comando da economia seria suficiente para reverter a falta de popularidade – ele não tem ultrapassado 2% em pesquisas de intenção de votos –, o ministro da Fazenda admitiu que esse será um dos pontos a avaliar.
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