quinta-feira, 26 de abril de 2018

Alckmin promete programa para "dobrar a renda da população"

Por Vandson Lima | Valor Econômico

BRASÍLIA - Pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin vai apresentar, como um dos trunfos de sua campanha, uma proposta do economista Persio Arida, responsável por seu futuro programa econômico, cuja meta final será dobrar, em um período de tempo pré-determinado, a renda dos brasileiros. "Estamos debruçados nesse trabalho, com um projeto do Persio para dobrar a renda da população: quem ganha R$ 2 mil, vai ganhar R$ 4 mil. Vamos estabelecer tempo para isso e as metas a serem atingidas", antecipou.

A proposta será parte de um rol de medidas a serem divulgadas em um evento no dia 9 de maio. O cientista político Luiz Felipe d'Avila será ainda apresentado como responsável pela comunicação da campanha.

Os pilares para realizar tal objetivo caso seja eleito, segundo Alckmin, serão investir em uma forte abertura comercial, metas para a educação básica, zerar o déficit fiscal rapidamente e uma agenda de competitividade.

Na 16ª Marcha dos vereadores, em Brasília, Alckmin fez um discurso voltado às demandas dos municípios. Ele se comprometeu com a descentralização de recursos, contemplando as administrações locais. "Estamos iniciando uma caminhada cívica. Vou suar a camisa para o Brasil ter um presidente que foi vereador", afirmou Alckmin, sendo bastante aplaudido.

O ex-governador de São Paulo prometeu ainda que, sob sua gestão, os planos de saúde serão cobrados toda vez que um segurado utilizar os serviços do sistema público. "Governar é escolher. Vamos cobrar da seguradora o atendimento de seus segurados no SUS. Saiu do atendimento, apresenta a carteirinha e vamos cobrar da seguradora o serviço."

Antes, Alckmin reuniu-se com deputados e senadores do PSDB. Segundo participantes, Alckmin mostrou-se otimista com as possibilidades de aliança para a eleição, inclusive com o MDB do presidente Michel Temer.

Questionado, Alckmin disse aos pares estar consciente de que pode ser prejudicado pela guerra dos tucanos com seu sucessor no governo de São Paulo, Márcio França (PSB), mas não sabe como resolver o problema, pois não pode optar por uma das candidaturas - França é candidato à reeleição e seu aliado, mas o PSDB terá João Doria como candidato.

Sobre a condenação do ex-governador Eduardo Azeredo (PSDB) no chamado "mensalão tucano", Alckmin disse que a Justiça deve se respeitada. "Lamentamos, mas a Justiça é para todos. Que a decisão judicial se cumpra", disse Alckmin.

O ex-governador minimizou o resultado da pesquisa Ibope em São Paulo, no qual oscila entre 12% e 14%, empatado com o pré-candidato do PSL, Jair Bolsonaro, que possui 14%. Quem lidera é o petista Luiz Inácio Lula da Silva, que oscila entre 20% e 22%. "Retrata o momento. Nada mais do que isso."

Depois de Alckmin, foi justamente Bolsonaro quem falou aos vereadores reunidos no evento.

Ele prometeu que vai extinguir o Ministério das Cidades, caso seja eleito. "Para que Ministério das Cidades, se o dinheiro pode ir direto para os municípios? Tenho tratado disso com, digamos, minha equipe econômica", afirmou, sem mais detalhes. Como de praxe, o pré-candidato discursou contra questões como ideologia de gênero e o MST, afirmando que trabalhará para que as práticas do movimento sejam consideradas terrorismo.

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