Por Fernando Taquari | Valor Econômico
SÃO PAULO - O ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles indicou ontem que deve apostar no discurso do "novo na política" caso seja oficializado como o candidato do MDB à Presidência da República. Depois de palestra a empresários, na capital paulista, Meirelles declarou que sua eventual candidatura representa a renovação.
"Tenho experiência no serviço público, no Banco Central e no Ministério da Fazenda, mas não sou um político tradicional", afirmou o ex-ministro. O discurso do "não sou político" foi utilizado à exaustão em campanhas vitoriosas) a prefeito em 2016, como a do ex-prefeito paulistano João Doria (PSDB). O ex-ministro, no entanto, afirmou que não se inspira no tucano.
"Estou me espelhando na minha carreira e no meu histórico", disse. "O fato concreto é que represento uma renovação", insistiu Meirelles, acrescentando que este aspecto "certamente" lhe será favorável na campanha. A sigla decidirá até a convenção partidária se lança na disputa Meirelles ou o presidente Michel Temer.
A decisão, como o próprio ex-ministro reconhece em entrevistas recentes, está nas mãos de Temer. Na terça-feira, Meirelles participou de jantar com dirigentes do MDB em uma estratégia de aproximação para viabilizar seu nome junto aos caciques emedebistas, já que filiou-se recentemente ao partido.
O ex-ministro rechaçou a ideia de que sua candidatura represente o mercado financeiro e afirmou que trabalha para ser "o candidato do povo brasileiro". Aos empresários, ressaltou ainda que considera a propaganda eleitoral um instrumento fundamental para conquistar "o coração dos eleitores".
Questionado por um empresário sobre a fragmentação do centro na corrida presidencial, Meirelles disse que o "processo eleitoral vai levar à consolidação" neste campo. Nos últimos dias, aumentou a especulação sobre uma composição entre MDB e PSDB em torno da candidatura presidencial do ex-governador tucano Geraldo Alckmin. O ex-ministro, porém, reiterou que não tem disposição para compor qualquer chapa como vice.
A fim de minimizar o fraco desempenho nas pesquisas, onde não passa de 1%, repetiu que as sondagens qualitativas revelam que os eleitores buscam um candidato que tenha competência, honestidade, seriedade e experiência e que as pessoas identificam nele essas características.
Ao comentar a disputa pelo governo de São Paulo, considerado um importante palanque eleitoral para qualquer candidato a presidente, Meirelles saiu em defesa do correligionário e presidente da Fiesp, Paulo Skaf. Em sua opinião, não faz sentido Skaf abrir mão da candidatura em favor de uma composição com o tucano, João Doria. "Skaf é um nome forte, qualificado e experiente. Pesquisas internas mostram que o partido tem preferência por um candidato próprio. Não vejo composição. Vejo ele crescendo".
Nenhum comentário:
Postar um comentário