Convenções dão tom da eleição; da prisão, petista desafia legislação eleitoral
- O Estado de S. Paulo.
Seis partidos oficializaram ontem em convenções seus candidatos a presidente e deram o tom de como será o início desta campanha, que promete ser uma das mais disputadas desde a redemocratização (1985). Em Brasília, Geraldo Alckmin, do PSDB, fez críticas diretas aos petistas e indiretas a Jair Bolsonaro (PSL). Em São Paulo, o PT oficializou a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva, três dias após o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Luis Fux, ter afirmado que “condenado é inelegível”.
Lula está preso em Curitiba, condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, mas comanda as articulações do partido e adiou a escolha do vice. Marina Silva, da Rede, oficializou sua terceira candidatura seguida ao Planalto com ataques aos “centrões” de esquerda e de direita que dominam a política. Também foram confirmados candidatos Alvaro Dias (Podemos) e João Amoêdo (Partido Novo).
Na véspera do prazo final para as convenções, PSDB, PT, Rede, Podemos, Patriota e Novo realizaram ontem seus eventos partidários que confirmaram os candidatos à Presidência. O encerramento das convenções representa a largada para a corrida presidencial marcada por um cenário ainda de grande incerteza.
Doze anos depois de disputar a Presidência contra Luiz Inácio Lula da Silva, o tucano Geraldo Alckmin teve o seu nome novamente confirmado como o candidato do PSDB ao Palácio do Planalto na convenção realizada em Brasília. A exemplo de 2006, Alckmin disse acreditar que o PT será o seu principal adversário na disputa deste ano. Mas em seu discurso fez críticas indiretas a Jair Bolsonaro, indicando que pretende disputar o eleitorado do presidenciável do PSL. Para o tucano, o País precisa “da ordem democrática, que dialoga, que não exclui, que tolera as diferenças” e que não “usa o ódio como combustível da manipulação eleitoral”.
Na capital paulista, o PT oficializou Lula como candidato. Condenado na Lava Jato por corrupção e lavagem de dinheiro e cumprindo prisão em Curitiba desde 7 de abril, o ex-presidente está potencialmente inelegível com base na Lei da Ficha Limpa. Durante a convenção petista foi lida uma carta do ex-presidente na qual ele defende o direito de ser candidato. Porém, diante dos prazos da legislação eleitoral, horas após a convenção a cúpula do partido passou a discutir a possibilidade de deflagrar já o “plano B” na disputa pelo Palácio do Planalto. O nome pode ser anunciado hoje e mais cotado é Fernando Haddad – escolha que indicaria uma alternativa eleitoral concreta do partido.
Marina Silva foi oficializada como candidata da Rede. Ela se prontificou a “unir o Brasil” e atacou seus oponentes. “O povo brasileiro não vai ser substituído por centrões de direita e esquerda.”
Em Curitiba, confirmado como candidato do Podemos, o senador Alvaro Dias disse, que, se eleito, vai convidar o juiz Sérgio Moro – titular da Lava Jato no Paraná – para ser ministro da Justiça.
João Amoêdo, do Novo, fez críticas ao PT, a Bolsonaro e à “velha política”. O Patriota lançou Cabo Daciolo como candidato.
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