Fabio Murakawa | Valor Econômico
FORTALEZA - O candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad, disse nesta sexta-feira ter sido alvo de uma operação orquestrada para caluniá-lo, em referência à reportagem do jornal “Folha de S. Paulo” sobre um suposto esquema de disparo em massa de mensagens antipetistas no WhatsApp bancado por empresários simpáticos ao presidenciável Jair Bolsonaro (PSL).
Falando a militantes na capital cearense, Haddad colocou sob suspeita até mesmo eleições nos Estados, cujo resultado teria sido modificado por esse esquema ilegal, que está sendo investigado pelo Ministério Público Eleitoral (MPE).
“A gente ia terminar o primeiro turno em primeiro lugar, só pelas tendências. A gente não entendeu o que aconteceu nos últimos três, quatro dias [antes da eleição]”, disse Haddad. “Mas não foi só na eleição presidencial. Foi na eleição para o Senado, na eleição de Minas, do Rio de Janeiro. Um negócio muito estranho.”
Haddad voltou a pedir a prisão preventiva de algum empresário envolvido no escândalo “para que eles denunciem na delação o que houve na campanha dele”, referindo-se a Bolsonaro. “Toda essa operação para caluniar as pessoas, e principalmente a mim, que fui o alvo da calúnia. [Propagaram] coisas absurdas a meu respeito”, afirmou.
Haddad pediu aos militantes que multipliquem sua atividade nas redes sociais até o segundo turno da eleição “para manter a mentiraiada que ele conta”, afirmou.
“Ganhar essa eleição tem um gosto especial. Porque não é ganhar de um cara razoável. É ganhar de um trambiqueiro, de uma pessoa que durante 28 anos não fez nada por este país, a não ser falar mal dos outros”, disse Haddad. “Modéstia a parte, o Brasil está precisando mais de um professor do que de um miliciano”, afirmou, referindo-se à sua profissão e cutucando o rival.
Ao citar os repasses feitos ao Ceará quando foi ministro da Educação no governo Lula, Haddad citou os irmãos Ciro e Cid Gomes (PDT), que têm tratado o petista com frieza neste segundo turno. Cid bateu boca com petistas na última segunda-feira, chamando alguns de babacas e lembrando que “Lula está preso”. “Meu irmão Cid Gomes, por favor reconheça. Foram R$ 300 milhões repassados para o Estado quando ele era governador”, afirmou. “E eu estou falando com generosidade, porque me dou muito bem com eles.”
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