“As cenas de ativistas de extrema-direita vociferando contra o comunismo, o “vermelho” da esquerda e contra o PT são a prova de que há muita gente querendo atear fogo no convívio social, valendo-se para tanto da ignorância, da violência verbal e da grosseria explícita. São cenas que causam mal-estar, mas pouco mobilizam, tamanho é o grau de estupidez que carregam.
Tais ativistas não são marcianos sugadores de cérebros, nem têm força persuasiva para roubar o discernimento das pessoas. De algum modo, porém, ajudam a que se forme uma massa de gente que acha que discussões de temas polêmicos podem ser resolvidas no grito, sem mediações racionais, sem regras.
Como é uma gente insatisfeita com tudo, fica fácil imaginar o tamanho do problema.”
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Marco Aurélio Nogueira é professor titular de teoria política da Unesp. ‘Quando o ódio encontra a violência’, O Estado de S. Paulo, 19/10/2018.
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