- O Estado de S.Paulo
Candidato do PSL tem vantagem imensa sobre o adversário do segundo turno, Fernando Haddad
A “onda Bolsonaro” varreu os Estados e é com ela que o candidato conta para derrotar Fernando Haddad no segundo turno. Mesmo não tendo conseguido fechar a disputa com o petista logo no primeiro turno, como queria, o candidato do PSL sabe que tem uma vantagem imensa sobre o adversário, especialmente pelo maior recado que as urnas passaram ontem. Há muitos eleitores votando em candidatos conservadores no País.
É com essa rede regional de apoio que Bolsonaro conta para manter sua mensagem mais viva do que nunca nos Estados. Vários de seus aliados foram campeões de votos pelo Brasil afora. Mas ele tem outra vantagem sobre Haddad. Em pelo menos dois dos três maiores colégios eleitorais do Brasil, Minas e Rio, candidatos próximos a ele estão disputando o segundo turno: Romeu Zema e Wilson Witzel, respectivamente. Ou seja, manterão forte sua candidatura porque também precisam se eleger. E, em São Paulo, o tucano João Doria passa a ser um aliado natural.
Na prática, Bolsonaro só não resolveu a disputa ontem porque o PT conseguiu mostrar sua força no Nordeste, empurrado pelo tradicional prestígio de Lula na região. Agora, o candidato do PSL pretende investir nesses eleitores para acabar de minar o apoio a Haddad.
Bolsonaro tem o apoio de líderes religiosos para tentar entrar mais fortemente na região e se fortalecer na base adversária.
Mas, se o cenário é muito favorável, Bolsonaro sabe também que tem alguns pontos frágeis. Por causa de sua rejeição pessoal, sabe que Ciro Gomes, o terceiro colocado, deverá apoiar Haddad. Marina Silva também deve ir nessa direção. Em compensação, os tucanos – independentemente da orientação de Geraldo Alckmin – deverão aderir de vez. O mesmo já acontece com o Centrão.
O deputado precisará também se preparar para o modelo de disputa do segundo turno. Até ontem, só precisou focar nas redes sociais, uma vez que não tinha tempo de TV. Agora, passa a ter metade do tempo e precisa preparar um programa que seja competente. Além disso, ainda precisa definir se vai participar dos debates contra Haddad – esse tipo de evento é um dos mais delicados para ele, já que não há mais candidatos e ficará num confronto mano a mano com o petista.
A verdade é que o capitão reformado criou uma poderosa imagem pública, com um “teflon” que impede que acusações contra ele grudem. A não ser que cometa um deslize muito grave, dificilmente deixará de confirmar a vantagem apontada no primeiro turno. Até porque, seu grande trunfo foi ter se comunicado perfeitamente com um eleitor que se mostrou conservador, rejeitou os políticos mais tradicionais, abraçou o discurso pela segurança pública e também, com exceção do Nordeste, disse não ao PT.
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