Pronunciamento lido por Bolsonaro estabelece pontos de um programa de reformas
Há candidatos que, à medida que chega a horada votação, ficam mais sensíveis acríticas e procuram corrigir rumos. Aconteceu com Jair Bolsonaro (PSL), eleito na noite de domingo o 38º presidente brasileiro, marcando uma mudança de eixo na política do país — afinal, saiu derrotado o PT, legenda à esquerda, que disputara os sete pleitos presidenciais anteriores, dos quais ganhou quatro.
Agora, seu candidato, Fernando Haddad, ficou mais de 10 milhões de votos atrás de Bolsonaro. Uma novidade nestes 30 anos de institucionalidade democrática, por ter sido eleito um candidato assumidamente de direita. O mapa ideológico do Brasil passa por um ajuste, para ficar mais realista.
Consolidado líder nas pesquisas ainda no primeiro turno, Bolsonaro recuou em afirmações extremadas de cunho homofóbico, desculpou-se por descabido apoio à tortura e a torturadores e ainda se curvou à Constituição, penitenciando-se por já ter defendido a ditadura militar. Ex-capitão, deputado federal por 28 anos, Jair Bolsonaro moldou um figurino de ultradireita e fez uma campanha com várias omissões em assuntos chave econômicos, por exemplo.
Mas a escolha de Paulo Guedes para principal assessor na área sinalizara a opção pelo caminho do liberalismo, devido à formação do economista. Confirmada a vitória, Bolsonaro fez um discurso nas redes sociais conduzido mais pela emoção do momento. Depois, porém, leu um pronunciamento em que alinhou uma agenda acertada neste campo—sem deixar de repetir a reverência à Constituição, o que nunca será demais.
O presidente eleito se comprometeu afazer correções de fato necessárias, nunca aceitas pelo PT. Por exemplo, reduzira estruturado governo e da burocracia ,“cortando desperdícios e privilégios, para que as pessoas possam dar muitos passos à frente”. Um impulso no empreendedorismo, resumido na frase: “precisamos de mais Brasil e menos Brasília”.
Depois de esclarecer que seu governo não será apenas de respostas a necessidades imediatas, tratou do assunto central das contas públicas: “o déficit público primário precisa ser eliminado o mais rápido possível e convertido em superávit ”. Coerente como compromisso de geração de emprego, de renda e com o equilíbrio fiscal.
Por sua vez, entrevista de Paulo Guedes, também no domingo, esboçou o caminho para o controle dos gastos: a) reforma da Previdência; b) privatizações para abatera dívida, que gera uma conta de juros de US$ 100 bilhões anuais, o equivalente ao Plano Marshall, que reconstruiu a Europa no pós-guerra (“reconstruímos uma Europa por ano”);c) reformado Estado, coma redução de privilégios e desperdícios.
Que não haja recuos no detalhamento deste programa. Quanto mais cedo ele puder ser iniciado, melhor. Até mesmo antes do final da atual legislatura, em fevereiro.
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