- O Globo / O Estado de S. Paulo
Greta está fazendo história e barulho com seu ativismo idealista
Greta Thunberg é a pessoa do ano para a revista “Time”. A ambientalista sueca é uma das poucas adolescentes a sair na capa da revista que todos os anos destaca uma personalidade mundial notável por fazer história ou apenas fazer barulho. Tempos atrás, uma capa com Greta ou similar seria impensável. Para começar, a escolha era sempre do Homem do Ano, nunca a Mulher do Ano, muito menos uma mulher com 16 anos. E os editores responsáveis pela escolha da personalidade para botar na capa anual tinham que convencer leitores de que “personalidade” não queria, necessariamente, dizer herói e notável não significava aprovado. Osama Bin Laden foi capa da “Time”. E os editores não precisavam de outro exemplo: o Homem do Ano da “Time” em 1938 foi Adolf Hitler.
A pessoa do ano de 2019 poderia ter sido Donald Trump se não fosse a cara limpa da Greta no seu caminho, e só por isso ela merece os agradecimentos da humanidade, setor civilizado. Não se sabe do que adiantará a simpática campanha midiática da menina contra os poderosos interesses que insistem em manter o mundo industrial no rumo da autoextinção, desde que dê lucro. Greta está fazendo história e barulho com seu ativismo idealista. Se ele vai durar ou se vai passar, como costumam passar os 16 anos, veremos. É pouco o que uma adolescente pode contra uma compulsão suicida. Mas não estamos em condição de recusar a ajuda nem da menor Joana D’Arc.
Parece certo que Trump não vai ser impichado, não só porque seu destino será decidido num Senado dominado pelo seu partido, mas porque ele já provou que pode fazer o que quiser, a loucura que lhe apetecer e a bizarrice que inventar, e não perderá um voto dos que o elegeram, justamente pela sua diferença. Ele mesmo disse depois da sua eleição, um pouco espantado, que poderia sair pela Quinta Avenida apunhalando gente e não seria detido. Eu sei, era metáfora. De qualquer maneira, mantenham-no longe de um punhal.
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