- O Dia
Os ministros podem fazer e dizer o que quiserem pois estão protegidos por um ato de excludente de ilicitude.
Eu assisti na íntegra as entrevistas do ministro Chefe da Casa Civil, general Braga Netto, do ministro-chefe da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos e do Ministro da Economia, o banqueiro Paulo Guedes.
Os três afinados relativizaram a pandemia da covid-19.
É um indício de que o governo federal vai torpedear toda a política de combate a tragédia sanitária de governadores e prefeitos. As falas dos senhores ministros deram a entender que a covid-19 foi superestimada por institutos de pesquisas brasileiros, universidades, entidades médicas e de saúde no Brasil.
Como não sou um especialista em saúde pública, sanitarismo e epidemiologia, ancorei minha percepção nos relatos do Roberto Medronho, Edmilson Migowski, Denise Pires de Carvalho, Nísia Trindade Lima, Olga Chaim e/ou outros cientistas das universidades brasileiras, universidades dos EUA e Europa.
Com a entrevista do dia 16 de maio, os três ministros querem que eu desacredite de todos os especialistas da área médica e saúde pública e passe a acreditar neles.
Agora eu entendi as intenções da MP 966/2020 que anistia omissões, erros e desvios de autoridades públicas na pandemia.
Os ministros podem fazer e dizer o que quiserem pois estão protegidos por um ato de excludente de ilicitude.
Veremos nos próximos dias um chamamento contra o distanciamento físico e social por parte do presidente da República, dos ministros e outras autoridades federais contra prefeitos e governadores.
O brasileiro é um cadáver barato, não serve nem para estatísticas sanitárias.
*Paulo Baía é sociólogo e cientista político da UFRJ
Nenhum comentário:
Postar um comentário