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Guerra de facções
Se possível por unanimidade, o plenário do Superior Tribunal de Justiça deverá confirmar na próxima terça-feira a decisão solitária do ministro Benedito Gonçalves que afastou por 180 dias o ex-juiz Wilson Witzel (PSC) do cargo de governador do Rio de Janeiro.
Cláudio de Castro (PSC), o vice, assumiu o cargo na condição de interino. Horas antes, sua casa fora invadida pela polícia atrás de documentos. Ele é acusado de corrupção, assim como o deputado André Ceciliano (PT), presidente da Assembleia Legislativa.
O passado recente da política no Rio é conhecido. Dos cinco governadores eleitos que permanecem vivos, cinco foram afastados ou presos por suspeitas de malversação de recursos. Sim, cinco em cinco. Witzel é o sexto. Seu governo acabou.
O futuro da política no Rio é incerto. Como Castro governará se for denunciado por corrupção pelo Ministério Público? Ceciliano, ligado ao ex-governador Anthony Garotinho, seria seu imediato substituto. Mas Ceciliano também está enrolado, e não só ele.
As investigações avançam sobre outros deputados estaduais. Como a Assembleia Legislativa votará o processo já aberto de impeachment contra Witzel se parte dos seus integrantes é investigada? Quem presidirá a sessão de votação? Ceciliano?
Se Castro e Ceciliano não resistirem nos cargos e se o impeachment de Witzel for aprovado até dezembro, haverá eleição direta para a escolha de um novo governador. Se o impeachment só for concluído depois, caberá à Assembleia eleger o governador.
Os Bolsonaro torcem para que Castro sobreviva à tempestade que vem por aí. Castro é amigo de dois dos zeros – Flávio, senador, e Carlos, vereador, ambos igualmente investigados por corrupção. O novo chefe da Justiça do Rio será indicado em dezembro.
Se depender de Castro, será alguém da inteira confiança dos garotos, assim como Augusto Aras, Procurador-Geral da República, é da inteira confiança de Bolsonaro, pai. Foi o que o próprio Castro disse quinta-feira quando esteve em Brasília.
Witzel é mais uma vítima da guerra política entre grupos ou facções pelo poder no Rio. A facção do MDB de Sérgio Cabral perdeu de vez quando o governador Pesão foi preso. Depois de eleito, Witzel montou a sua com a pretensão de suceder Bolsonaro.
Aí os Bolsonaro, pai e filhos, resolveram enfrentar Witzel com o objetivo de se manterem vivos em Brasília e no Rio. Venceram, por enquanto. Mas em breve o Ministério Público do Rio denunciará Flávio. E talvez Carlos. E certamente Queiroz. E aí… E daí?
A propósito: por que Queiroz e sua mulher depositaram 89 mil reais na conta da primeira-dama Michelle? Responde, Bolsonaro, responde.
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