sábado, 5 de setembro de 2020

Poesia | Murilo Mendes - A liberdade

Um buquê de nuvens

O braço de uma constelação
Surge entre as rendas do céu

O espaço transforma-se a meu gosto
É um navio uma ópera uma usina
Ou então a remota Persépolis

Admiro a ordem da anarquia eterna
nobreza dos elementos
E a grande castidade da Poesia.

Dormir no mar! Dormir nas galeras antigas!

Sem o grito dos náufragos
Sem os mortos pelos submarinos.

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