Tiros,
pessoas feito reféns, agências bancárias assaltadas
Em
linha reta, 3.630 quilômetros separam Criciúma, em Santa Catarina, de Cametá,
no Pará, às margens do Rio Tocantins. A distância levaria pelo menos 50 horas
para ser vencida.
No
curto período de 24 horas, o terror se abateu sobre as duas cidades e sua face
foi a mesma: homens mascarados, pessoas feitas reféns, armamento pesado e
fuzilaria intensa.
O
alvo: agências bancárias destruídas com o uso de explosivos para a remoção de
caixas eletrônicos. Uma agência em Criciúma na madrugada de ontem. As quatro de
Cametá nesta madrugada.
A
polícia dormia quando os assaltantes chegaram em Criciúma e Cametá. Quando
foram embora, jogaram do alto dos carros cerca de 800 mil reais recolhidos por
moradores de Criciúma.
Em
Cametá não foram tão generosos. Deixaram um morto estirado à beira da calçada
às portas do quartel da Polícia Militar. A ação de guerra em Criciúma foi
executada por 30 bandidos em 10 carros.
Com essas proporções, foi a maior da história de Santa Catarina. Não se sabe ainda quantos bandidos invadiram a área central de Cametá. Sabe-se que fugiram em carros e em lanchas pelo rio.
Um
grupo de homens assistia em um aparelho de televisão da praça de Cametá ao jogo
que tirou o Flamengo da Libertadores quando foi surpreendido com a chegada dos
bandidos.
Ali,
e em outros pontos ainda acordados da cidade, os bandidos capturam mais de 30
pessoas para as utilizarem como escudos de maneira a impedir a reação da
polícia.
No
caso de Criciúma, os bandidos foram ainda mais audaciosos. Dispararam contra o
quartel da polícia, estacionaram um caminhão gigante à sua saída para
bloqueá-la e tocaram fogo nele.
Ninguém
foi preso em Criciúma e em Cametá. Ou melhor: em Criciúma foram presas quatro
pessoas que recolhiam o dinheiro que voou pelas ruas. Uma delas depois de
dizer: “Fiquei rico”.
A
noite em Macapá, capital do Amapá, a 1.697 quilômetros de distância de Cametá
por estradas, não foi menos infernal. Faltou luz E o carapanã, mosquito sugador
de sangue, atacou em bando.
Duas
perguntam que não querem calar
O
povo tem o direito de saber
A
uma semana de completar mil dias desde que o crime aconteceu, renova-se a
pergunta: Quem matou a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes
Campos e quem mandou matar?
A
cinco dias de completar quatro meses desde que o fato foi revelado, renova-se
outra pergunta: por que Fabrício Queiroz e sua mulher depositaram 89 mil reais
na conta de Michelle Bolsonaro?
A
polícia do Rio de Janeiro teima em dizer que o assassinato de Marielle e de
Anderson será esclarecido. O presidente Jair Bolsonaro, seus filhos e Michelle
preferem calar sobre o depósito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário