Prefeito
eleito sabe que só com muito trabalho e competência conseguirá tirar a cidade
do fundo do poço
É
possível que o próprio Eduardo Paes não desconheça o caráter plebiscitário
destas eleições — mais do que aprovação a ele, elas foram de rejeição a Marcelo
Crivella. O prefeito eleito sabe que só com muito trabalho e competência de
gestão conseguirá erguer a cidade do fundo do poço.
Ele
tem pressa e já começou a montar sua equipe. Até ontem, já tinha oficializado
seis nomes: Pedro Paulo Carvalho (Fazenda, Planejamento e Controladoria),
Marcelo Calero (Integridade e Governo), Daniel Soranz (Saúde), Luiz Carlos
Ramos Filho (Proteção Animal), Anna Laura Secco (Conservação) e Salvino
Oliveira (Juventude). Antes de terminar este artigo, já deve ter escolhido
outros tantos.
Enquanto
isso, vai costurando, ou seja, conversando em Brasília com autoridades que
podem ajudar o Rio, inclusive o presidente Bolsonaro, com quem já anunciou ter
uma boa relação. “Falei com ele por uma ligação por vídeo com o senador Flávio
Bolsonaro. Disse que vamos trabalhar juntos, em parceria. Brinquei dizendo que,
em 2018, não consegui livrá-lo do Witzel.” Paulo Guedes e Rodrigo Maia, entre
outros cariocas no poder, estão na fila dos que serão mobilizados por Paes para
apoiá-lo.
A
prefeitura prevê arrecadar R$ 1,5 bilhão a menos no próximo ano. Na semana
passada, Crivella admitiu que não tinha como pagar o 13º salário. Antes mesmo
da estimativa de queda da arrecadação em função da Covid-19, a disponibilidade
de caixa para honrar compromissos estava negativa em R$ 3,9 bilhões.
Na
matéria “Para cobrar”, O GLOBO publicou anteontem as 70 propostas de governo do
candidato do DEM, entre elas recontratar mil médicos e cinco mil profissionais
de saúde em 2021, recuperar as clínicas da família fechadas no atual governo,
preparar, nos cem primeiros dias, a campanha de vacinação contra o coronavírus
e reduzir pela metade o tempo de espera para consultas, exames e cirurgias no
Sisreg.
Se
conseguir concretizá-las, já terá dado um grande passo para o enfrentamento de
uma das maiores crises do Rio. Resta atacar outros tantos graves problemas,
como educação, transporte e segurança.
Podemos ter esperança?
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