O Estado de S. Paulo.
Bolsonaro combateu os Yanomamis a vida toda; o STF liderou a resistência
Pelos dicionários, e não precisa nem de
aspas, genocídio é o extermínio deliberado de um povo, definido por etnia,
religião, raça ou delimitação geográfica. Logo, se houve exatamente uma
tentativa de exterminar, de dizimar a reserva e o povo Yanomamis, houve uma
tentativa de genocídio, certo? Quem sabe para não “atravancar o progresso”...
Com o relatório final da CPI da Covid e a avalanche de falas e ações de Jair Bolsonaro sobre os Yanomamis e indígenas em geral, desde deputado e principalmente no governo, é difícil considerá-lo inocente. Na sua visão muito particular de mundo, Brasil, ambiente, educação, saúde, cultura, diplomacia, ele nunca escondeu o desprezo da vida toda pelos indígenas e quilombolas. Uma frase resume tudo: “Índio gosta é de celular e internet”.
Não. Indígenas e quilombolas exigem
respeito e direito à vida, a suas terras, suas florestas, rios e meios de
subsistência. E o que eles não querem é o que está num projeto de Bolsonaro,
escancarando as reservas a garimpo, agricultura, pecuária, até ao turismo. Ou
seja: dizimando as reservas, logo, os indígenas.
Por trás dessa visão, há o de sempre nas
manifestações e ações de Jair Bolsonaro e seu governo: ideologia, uma ideologia
sem substância, sem objetivos honrosos, movida a ódio e fake news. Ele, seus
filhos, generais, ministros e seguidores nunca entenderam o poder e a força da
Amazônia, do ambiente, dos povos originários.
Ambientalistas e indigenistas, ao contrário
do que dizia o ex-chanceler Ernesto Araújo, não são agentes da esquerda
internacional para destruir o Ocidente cristão, permitir que a China domine o
mundo e instalar o comunismo nos quatro cantos do planeta. Isso é só delírio.
Já nos anos 1970/80, o senador e
ex-ministro da Indústria e Comércio do governo Geisel – logo, nada esquerdista
e comunista – já era fotografado cercado por Yanomamis, aliás, saudáveis, cheios
de vida. Ele era culto e humanista, não tosco, muito menos genocida. Décadas
depois, a tragédia dos Yanomamis soca nossa consciência e nosso amor próprio
como Nação e joga a imagem do Brasil, como sistematicamente nesses quatro anos,
no fundo do poço.
Bolsonaro vetou uma lei do Congresso que
distribuía remédios, macas, respiradores e água potável para as reservas;
desarticulou órgãos de proteção; estimulou garimpeiros e madeireiros ilegais;
poluiu rios com mercúrio; aliou-se a governadores, como o de Roraima, contra os
Yanomamis, pró-devastação. E quem liderou a resistência? O Supremo Tribunal
Federal, o mais vandalizado por golpistas que não são só contra a democracia,
mas ameaçam a vida.
3 comentários:
Texto BRILHANTE! Parabéns à colunista e ao blog que nos mostra este trabalho tão qualificado. Bolsonaro sempre DESPREZOU os índios, como a colunista demonstra! No poder, o canalha direcionou seus preconceitos e novos crimes contra estes povos, através de todo tipo de MALDADES DELIBERADAS! GENOCÍDIO é só um dos muitos crimes cometidos pelo grande mentiroso! CADEIA PARA O GENOCIDA!
"Ele, seus filhos, generais, ministros e seguidores nunca entenderam o poder e a força da Amazônia, do ambiente, dos povos originários."
Impressiona q, sempre q tem coisa errada no desgoverno do genocida, aparecem milicos, e sempre generalecos.
Q q se passa no EB?
Xingamento não leva à nada.
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