domingo, 28 de maio de 2023

Paulo Fábio Dantas Neto* - Os acertos da área econômica e os dilemas de Lula e Marina

A semana começou muito bem para o governo ou, pelo menos, para a banda do governo que lidera o esforço para acertar o passo na economia. Essa banda tem sido o que o presidente e o conjunto do seu governo precisam ser. A aprovação, pela Câmara dos Deputados, na terça-feira, 23, do arcabouço fiscal, por amplíssima margem de votos, foi, sem dúvida, um êxito que se deve creditar, em primeiro lugar, à habilidade, serenidade e paciência do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tendo ao lado, em cooperação aberta, a ministra do Planejamento, Simone Tebet e, mais ao fundo, mas em sintonia, o vice-presidente Geraldo Alckmin, ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

Esse trabalho articulado e unitário da área econômica neutralizou objeções domésticas - que sabidamente existem, em setores da esquerda e do próprio governo - e colheu, para o presidente Lula, vitória significativa, numa conjuntura adversa, repleta de percalços e revezes, parte deles derivada de voluntarismos e açodamentos a granel, complicadores do discurso e ação do presidente e seu governo. Vitória ainda mais significativa por ter ocorrido por larga margem, num ambiente legislativo que tem se tornado crescentemente refratário, às vezes mesmo hostil, a intenções e pontos da agenda do Executivo. Vitória que coloca à disposição de analistas da política a evidência cabal de que é possível, sim, haver cooperação entre atores cujos papeis podem colocá-los, mais adiante, em situação de competição. O fato de Haddad, Simone e Alckmin poderem vir a ser nomes postos no tabuleiro eleitoral de 2026 não impede que atuem juntos, assumindo, como objetivo comum, algo que, além de interessar ao futuro político de cada um deles, interessa ao país, o qual torna-se credor desse realismo bem compreendido.

Outra parte da explicação do êxito na aprovação do arcabouço pode ser encontrada no fato de ser esta uma pauta comum do Executivo e de amplos setores do Legislativo que compartilham com aquele o compromisso com a pauta social, a ele associando outro, também prioritário, com o equilíbrio fiscal. O empenho pessoal do presidente da Câmara na aprovação da matéria liga-se também – talvez principalmente – a razões de pequena política, mas esse fato não deve desviar nossa atenção de outro, igualmente verídico, que é a sintonia da maioria da Casa com o “conceito” que o arcabouço consagra.   Em sentido rigoroso, o regramento proposto pelo governo é, antes de tudo, o cumprimento de uma promessa do Executivo ao Legislativo, em contrapartida à generosa PEC dos gastos aprovada em dezembro, antes mesmo da posse de Lula, permitindo ao novo governo boas condições de navegação em 2023. Sem tirar o mérito da área econômica em compreender a necessidade vital de autocontenção, é preciso frisar que a Câmara aprovou – e o Senado certamente também o fará – matéria de interesse institucional mais seu do que do outro Poder, cujas ações o arcabouço permitirá legalmente controlar.

Assistir, no dia seguinte à votação, Fernando Haddad, Rodrigo Pacheco e Arthur Lira falarem em coro sobre economia foi um tranquilizante de efeitos análogos aos que se verificaram, entre a eleição e a posse do novo governo, quando Lula, Pacheco e Lira afirmaram compromisso mútuo com a normalização institucional e quando o reiteraram na prática, com a atitude tomada diante da conspiração golpista de 8 de janeiro. Também tranquilizador foi assistir, na última quarta, o presidente do Banco Central, Campos Neto, fazer um elogio forte ao texto final aprovado, reconhecendo que Haddad trabalhou duro numa solução que afasta o risco de a dívida pública sair do controle. E sinalizar que o arcabouço, complementado por uma reforma tributária (resta saber qual reforma), pavimenta o caminho para a almejada queda da taxa de juros. As boas expectativas ganharam ainda mais impulso quando o trio Haddad, Pacheco e Lira declarou estar trabalhando para votar a reforma tributária imediatamente após o arcabouço, meta com a qual está alinhado o relator da proposta de reforma.

Tanto o ministro da Fazenda quanto o presidente da República sabem que nada disso garante êxito em resultados concretos na economia, sendo esse o desafio seguinte da área econômica. E não têm como esperar complacência do Congresso após concluída a definição das regras do jogo. O Legislativo propiciou a PEC dos gastos e propiciará a reforma tributária como compassos que o Executivo poderá abrir para agir, mas dispõe do arcabouço como uma régua para medir resultados. A fala de Rodrigo Pacheco, presidente do Congresso, foi, de todas, a mais esclarecedora, didática mesmo:  com o arcabouço tudo bem, com a reforma tributária também, ambos destinam-se a fazer a economia crescer de modo seguro e com responsabilidade social. Aí os poderes estão em sintonia. Mas nada feito quanto a mexer no marco do saneamento, no programa de capitalização da Eletrobras, ou na autonomia do BC.

O jogo não é de compadres e talvez por isso possa ser jogo franco e legal. O sistema está funcionando não para anular conflitos, mas para discipliná-los institucionalmente. Haddad colheu frutos para o governo, para o presidente e para si, como ministro, porque aceitou – convicto e sem meias palavras – dividir o protagonismo com o Congresso. Lula escolherá seguir esse exemplo ou fabricar outro.  A ver.

Mas quanto ao Legislativo? É difícil entender razões da Comissão Mista da Medida Provisória 1154/2023 (que determinou, em 01.01.23, a organização atual de órgãos da Presidência da República e Ministérios) ter quebrado o clima apenas 24 horas após o desfecho reciprocamente exitoso da votação do arcabouço fiscal e provocado uma seríssima tensão política em torno da governação do meio ambiente, uma das mais sensíveis áreas de dissonância entre o programa do governo recém-eleito e interesses tidos como relevantes, senão majoritários no Congresso. Ao aprovar, no limite entre a aposta num conflito político e a incursão numa inconstitucionalidade, o relatório do deputado Isnaldo Bulhões, a comissão aprovou, dentre outras demandas reacionárias, uma forte retração nas prerrogativas e instrumentos de governança do Ministério do Meio Ambiente, expondo o Executivo a uma derrota com sabor de reversão de turbina. Mais que isso, expôs uma fissura no governo (que pode virar fratura) entre orientações produtivistas e preservacionistas no desenvolvimento do país. Esse confronto, trazido à superfície, está longe de se ater a aspectos “doutrinários”. Envolve fortes interesses materiais e políticos e carrega nuvens sobre o desafio de mostrar resultados lançado sobre a área econômica do governo. Num momento delicado em que a reforma tributária ainda não foi votada, isso pode anular o artefato político pacientemente construído pelos ministros da área econômica. No limite, pode colocar a ministra Marina Silva em colisão com esses ministros e o conjunto do governo.

Semelhante operação de guerra legislativa no âmbito de uma MP cujo conteúdo diz respeito especificamente ao modo do Executivo se auto-organizar provoca indignação nos setores atingidos e na opinião pública progressista, especialmente na parte dela que se identifica com o tema ambiental.  Daí que logo se conjectura haver uma recorrente conspiração de forças historicamente inimigas de governos de esquerda, ou interpreta-se a situação do conflito dentro da antiga chave Executivo progressista X Legislativo reacionário. Vendo nos dois poderes essas respectivas “essências”, essa chave justifica invocar toda a sorte de decisionismos presidenciais como solução dos impasses, inclusive aqueles decisionismos que mandam a democracia à breca.  Ainda que essa visão fosse retrato da realidade, caberia perguntar o que fazer para mudá-lo dentro do jogo, não fora dele, ou contra ele.

Mas penso nem ser esse o caso. As razões da provocação que jogou na cara da sociedade um mix de desmontes que parece mesmo, como disse a ministra Marina, insólita nostalgia do ciclo político anterior, devem ser procuradas - como sugeriu a cientista política Graziella Testa, da EPPG/FGV, em ótima entrevista à CNN (WW, 26.05.23) - na decisão do deputado Arthur Lira de criar situações-limite que mantenham o governo sob pressão e permanentemente nas cordas. Nessa pressão ela enxerga uma pressa de Lira em obter do Executivo apoio prévio aos planos que tem para sua própria sucessão na Câmara, nos mesmos moldes do que obteve, mesmo antes da posse de Lula, à sua reeleição. Pressa que, por sua vez, se assentaria na falta que faz ao deputado o acesso livre que tinha ao palácio no período anterior. Estaria tentando obter “por mal”, o que não pode mais obter por renúncia do interlocutor. 

Para argumentar em favor dessa arguta percepção, a mesma cientista política alerta para que não se confunda dois processos reais e simultâneos, porém distintos. Um é o fortalecimento do Legislativo, outro, a hipertrofia do poder pessoal de Lira. O primeiro tem raízes estáveis, o segundo é contingente. Essa percepção ampara a ideia que vem sendo veiculada nesta coluna desde o final do ano passado, de que a aceitação estratégica de um poder compartilhado com o Congresso (reconhecendo o caráter irreversível, estrutural e potencialmente benigno do primeiro processo) é a melhor opção para o governo Lula praticar táticas eficazes de consolidação do bom entendimento já alcançado com Rodrigo Pacheco no Senado e de enfrentamento do poder pessoal hipertrofiado de Arthur Lira na Câmara.

Conforme essa compreensão, é um equívoco criticar Lula e a articulação política do governo pelo fato de não poder contrariar o congresso no momento da votação de matérias como a MP acima mencionada, o código florestal e o marco temporal das terras indígenas.  A pauta ambiental é minoritária na própria base do governo e quando um conflito se instala não se pode exigir de Lula missões impossíveis e suicidas, ainda mais quando essa mesma base é necessária para aprovar o arcabouço fiscal e a reforma tributária. Uma vez tensionada a corda, esticá-la seria arriscar-se a sofrer, além da queda, o coice.  

O que se pode e deve criticar é, em primeiro lugar, o critério (ou a falta de) do presidente e seu governo ao escolherem temas que valha a pena sustentar, no sentido programático, mesmo que de modo polêmico, correndo risco de alguma derrota pontual. Em si, não há nada de mau num governo sustentar visões não majoritárias de médio e longo prazos, quando a causa é cognitivamente racional, eticamente saudável e tem chances realistas de sucesso.

Acontece que o presidente e vários de seus ministros, em pouco tempo de governo, já perderam muita energia em querelas ideológicas ou populistas em torno, por exemplo, do papel do BC, do marco do saneamento e outros tópicos da agenda reformista tocada no país desde 2016 e que a esquerda acha que pode reverter. Assim como se desgastou consideravelmente defendendo teses discutíveis em assuntos polarizadores como sua relação com os militares e o combate a fakenews ou com meros delírios, como Lula querer mediar a guerra da Ucrânia e lançar lições ao Ocidente, para agradar sua plateia mais intestina. Tudo isso foi dispêndio de energia inútil ou nociva, que reergueu muros, em vez de consolidar pontes criadas com o campo liberal na recente luta comum contra a extrema-direita. Como segundo efeito colateral deixa a articulação do governo no Congresso mais vulnerável aos movimentos de Arthur Lira. Desprezando possíveis aliados estratégicos de longo prazo na guerra de posição contra a personificação do poder legislativo, o governo fia-se em Lula e sinaliza aos deputados de todas as bancadas que seguir Lira é o caminho mais curto. Levando água ao moinho do continuísmo na Câmara, é cada vez mais refém de um varejo com nome e sobrenome, ali maiores que os de Lula

Por outro lado, se há um tema em torno do qual o governo pode e deve afirmar valores e trabalhar por uma agenda positiva é o tema ambiental, não só porque é uma boa causa, mas também porque o Brasil tem condições objetivas de, nessa seara, ser ouvido. Mas a verdade é que esse tema não entrou na agenda de negociações prévias com o congresso, de modo que assistimos agora à pura e simples medição de forças, provocada pelo timing curto de Lira. O governo ainda não trouxe o tema do plano simbólico para o da política concreta, problema com o qual, aliás, a própria Marina Silva também precisa se preocupar, para que sua justa persistência numa tese substantiva não assuma ares de mera pregação apostolar em tempo de jogo pesado. Enquanto isso, a Petrobras trabalha a sua agenda, estabelecendo laços com o mundo político. Tudo bem se não o fizesse na contramão da boa nova.

O segundo foco de crítica cabível ao governo é, portanto, o timing sôfrego e desatento à situação política adotado pela Petrobras, que se converteu, no caso da pesquisa e exploração de petróleo na foz do Amazonas, em aliada involuntária da pressa de Lira, a qual, como dito, liga-se a outras causas.  Ciente da “alma desenvolvimentista” do presidente e da maioria do governo, a empresa desafiou publicamente o Ibama e com isso encorajou o ministério das Minas e Energia (gerido por um político que não é puro sangue, como o presidente da Petrobras) a fazer o mesmo. Piorou tudo com o aval tácito dado por Lula a uma operação voluntarista, que despertou, fora de hora, apetites retaliativos e virtualmente majoritários que se acomodam no congresso. A operação política sensata (do presidente e de sua Casa Civil) seria segurar o ímpeto pressálico dos produtivistas e não confrontar, sequer colocar em dúvida, por ora, o parecer técnico. Ao mesmo tempo, buscar, junto à ministra Marina, mediar uma solução com o Ibama que de fato sanasse, ou ao menos atenuasse, a contradição flagrante entre as premissas técnicas e de valores que separam essas duas almas que se debatem no governo. Isso exigiria um tempo incompatível com as urgências de razões desenvolvimentistas que, com déficit de visão lateral, ainda se consideram razões de estado. E talvez ainda o sejam, pela ótica de quem, afinal, governa.

Importante notar que a recalcitrância não está só numa esquerda anacrônica, onde, em tese, é mais insólita e, na prática, mais séria, dado o espaço de poder que o PT ocupa. A grande maioria do governo e da sua base não comunga com as teses de Marina. Então não é só a cabeça de Lula, mas a sintonia entre ela e a torcida do Flamengo. Na política brasileira, sustentabilidade ainda é conversa para inglês ver. Embora não para boi dormir, muito ao contrário, a julgar pelo ímpeto da boiada.

A combinação de déficit cognitivo (da parte da esquerda oficial e do governo, em geral) quanto à centralidade da questão ambiental no Brasil e no mundo, com vieses normativos próprios de voluntarismos (potencialmente presentes nos dois "lados", uma vez que a razão técnica, indiscutível nos termos atualmente postos, também é dada a excessos) tem efeitos politicamente corrosivos. Como em inumeráveis outros momentos, faltou uma prévia política da média, ou do meio. Ela só é lembrada para apagar incêndios, quando sua principal valia é não deixar que eles surjam como produtos perversos de conflitos normais de uma sociedade complexa e plural. Suspeito que não haja solução boa para essa sinuca de bico. Mas se ruim está, pior ficará, se o maximalismo tentar ocupar o espaço vazio que a omissão da política deixou. Da parte do governo, é preciso arrumar a casa. Isso tende a ser feito valorizando o prioritário. E nada indica que na cabeça do presidente o tema ambiental ocupe esse lugar.

É compreensível, nesse caso, a dificuldade de Lula. Sua imagem internacional desgastou-se em equívocos com a China, a Rússia, a Ucrânia, até com Portugal. Já chegou a fatura das aventuras de abril. Se por cima disso perder a ministra do Meio Ambiente porque que quer furar poço de petróleo na foz do Amazonas, aí pode ir à lona, mesmo que sem nocaute. A sua base tradicional e fiel pode não estar nem aí para isso, mas ele está. A imagem internacional é central para ele e tem rebatimento eleitoral. Nas circunstâncias atuais o Ibama exerce, simbolicamente, um papel limitador de sua vontade política quase equivalente, na prática, ao do Banco Central. É um ator com potencial poder de veto ao decisionismo presidencial. Se o parecer for atropelado o estrago será grande porque Marina é uma Silva, não uma Haddad. Lula precisará negociar muito para que ela possa lidar com o Ibama como voz de governo. Ela precisa dessa compensação interna para o estupro que o ministério que dirige sofreu no Congresso. Mas nada disso parece abalar a óbvia convicção que anima o novo comando da Petrobras, de que seu projeto não será vetado, nem abandonado, até porque rem todo o jeito de um projeto de governo.

Nesse ponto, é bom atentar também a dilemas da própria Marina Silva. Minoritária no governo, joga com o fator internacional. Sabe o dano que pode causar à imagem do governo, se sair. Resiste por isso e exatamente por isso tem alguma chance de ficar.  Mas corre o risco de superestimar sua força, esticar a corda em demasia e terminar num relento político, por escolha ou por derrota. O pragmático senador Randolfe Rodrigues, peixe com asas, já voou para fora da Rede ao menor sinal de desinteligência da líder do partido com o governo e de falta de sintonia da causa com o contexto político regional que reproduz seus mandatos. A federação partidária da Rede é com o PSOL. Ao relento e com um partido ainda menor, Marina e seus liderados podem terminar sob as asas de Boulos. Heloisa Helena, hoje sua correligionária, teve experiência naquele ambiente. Sabe como a banda toca ali. Marcelo Freixo também.

A ministra demonstra, em suas declarações, estar consciente dessa situação e resume lucidamente sua posição na convicção de que ajuda mais dentro do que fora do governo. Mas ao carregar as cores da responsabilidade por seu desassossego na ação demolidora do Legislativo não pode esquecer que essa montanha pariu um rato se efeitos da ação forem comparados aos da derrota que pode ter na peleja contra adversários dentro do governo. Para tentar evitá-la precisará converter parte deles em aliados.

Tudo pesado, parece pouco provável que o equilíbrio instável entre Marina e Lula dure a médio prazo se não se amparar em alguma lógica institucional que transcenda o plano das relações pessoais. A declaração imediata do presidente sobre a controvérsia em torno do novo pré-sal foi pusilânime e pôs em dúvida o parecer do Ibama. Atravessou uma fronteira perigosa. Mas viver é perigoso e Lula parece jogar a vida numa reencarnação criativa do rei Midas, paramentado em ouro negro. Julga-se credor dessa fortuna política por se ver como um predestinado benfeitor do seu povo. Para surpresa de muitos, inclusive deste observador, Fernando Haddad aparece na cena como se fosse o seu Dioniso, detentor do condão de reabrir, ao velho rei, portas fechadas com o tempo, em razão de sua pouco durável virtù.

Tudo indica serem miragens, o ouro negro e as portas do poder pessoal. Assim como esse idealizado Haddad, que não se vê deus de coisa alguma. Talvez ainda haja, mais adiante, tempo político para o Midas, afinal desiludido de tantas ilusões, voltar ao leal discípulo e ministro em busca do que ele se mostra realmente capaz de oferecer: a sugestão de uma nova atitude política, que compartilhe, de fato, o poder, sem com isso aceitar o tipo de canga que foi imposta ao antecessor. Para tanto precisará de novas ideias e principalmente de novos amigos, no Congresso e fora dele. Para ter umas e outros precisa de visão lateral e ouvidos receptivos para escutar a música que seu ministro apolíneo toca. Ou talvez a miragem seja essa mudança. Aí restará torcer para o castigo político ser brando, pois afetará rei e reino.

*Cientista político e professor da UFBa.

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