O Globo
Provável
condenação de ex-presidente pode abrir guerra na direita. O establishment já
indica preferência por Tarcísio de Freitas, mas ele não tem garantia de apoio
em 2026
O
Tribunal Superior Eleitoral começa a decidir amanhã o destino de Jair
Bolsonaro. O ex-presidente será julgado por abuso de poder político e
econômico na campanha de 2022. De tanto atacar a urna eletrônica, deve ficar
fora dela pelos próximos oito anos.
O caso levado ao TSE seria inverossímil se não tivesse ocorrido no Brasil. O capitão convocou o corpo diplomático para achincalhar o próprio país. Mentiu sobre o sistema eleitoral, insinuou que a Justiça estaria a serviço do adversário e tentou apoio internacional para um golpe.
Certo
da impunidade, ele produziu provas contra si mesmo. Ordenou que o discurso
fosse gravado e transmitido ao vivo na TV estatal. Agora as imagens devem ser
usadas para tirá-lo do jogo.
Condenado,
Bolsonaro passará a viver uma nova fase. Depois de perder o poder, perderá
também a expectativa de poder. Isso tende a enfraquecer qualquer político
diante dos pares e dos eleitores. Para não falar dos tribunais, onde ele ainda terá
que enfrentar uma série de processos criminais.
O
provável veredicto do TSE deve aumentar a incerteza sobre a sucessão em 2026.
Apesar da derrota para Lula, o capitão desceu a rampa com 58 milhões de votos.
Agora este patrimônio ficará sem dono, o que pode precipitar uma guerra pelo
comando da direita.
Bolsonaro
sempre quis passar o bastão aos filhos, mas eles já viveram momentos melhores.
O deputado Eduardo perdeu um milhão de votos em quatro anos, e o senador Flávio
acaba de refugar de uma candidatura municipal.
O
establishment já começou a indicar preferência por Tarcísio de Freitas, que
tenta se vender como um bolsonarista moderado. No entanto, o histórico do
capitão não permite dizer se os dois serão aliados para sempre. E Tarcísio
ainda precisa mostrar resultados antes de desafiar uma antiga tradição.
O
último governador de São Paulo a chegar ao Planalto foi Jânio Quadros, em 1960.
Depois dele, cinco ocupantes do cargo foram triturados em eleições
presidenciais: Paulo Maluf, Mario Covas, Orestes Quércia, José Serra e Geraldo
Alckmin. João Doria seria o sexto, mas desistiu antes de concorrer.
2 comentários:
Dória nem conseguiu ser candidato...
Mario Covas foi derrotado em eleicao presidencial 4 anos antes de ser eleito governador no 1 mandato
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