Valor Econômico
O Brasil assumiu por um mês, no dia 1o de
outubro, a presidência rotativa do Conselho de Segurança e já informou que
convocará uma reunião de emergência do colegiado para tratar da crise
O inédito ataque do Hamas contra Israel eleva
o desafio do Brasil na presidência do Conselho de Segurança da Organização das
Nações Unidas (ONU).
O Brasil assumiu por um mês, no dia 1o de
outubro, a presidência rotativa do órgão. E neste sábado (7) já informou, por
meio de nota, que convocará uma reunião de emergência do colegiado para tratar
da crise.
É claro que a escalada de violência no Oriente
Médio já estava no rol de prioridades da representação brasileira na ONU,
junto, por exemplo, com a guerra na Ucrânia e o agravamento da situação no
Haiti.
No dia 2 de outubro, inclusive, logo no início do mandato brasileiro, o Conselho de Segurança adotou uma resolução autorizando o envio de força multinacional não pertencente à ONU para o Haiti. O texto aprovado propõe que a missão multinacional, liderada pelo Quênia, dê apoio às autoridades locais em treinamento, combate a gangues e proteção da infraestrutura haitiana. Neste momento, no entanto, é possível dizer que o cenário no Oriente Médio se tornou imprevisível e tende a estar no topo da agenda da comunidade internacional.
De maneira geral, o governo Lula tem
enfatizado que colocará ênfase na necessidade de retomar o diálogo sobre a paz
durante o período em que presidir o conselho. E essa é uma meta ambiciosa,
sobretudo devido à polarização do colegiado.
Em seu discurso na abertura da última
Assembleia-Geral da ONU, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lembrou da
crescente perda de credibilidade do Conselho de Segurança. “Essa fragilidade
decorre em particular da ação de seus membros permanentes, que travam guerras
não autorizadas em busca de expansão territorial ou de mudança de regime”,
declarou. “Sua paralisia é a prova mais eloquente da necessidade e urgência de
reformá-lo, conferindo-lhe maior representatividade e eficácia.”
Porém, a reforma do conselho ainda é um
processo lento e algo distante no horizonte - o país ocupa uma das dez vagas
para membros não-permanentes, em um mandato que irá até o fim deste ano. Agora,
o Brasil tem nova oportunidade de demonstrar à comunidade internacional o
motivo de pleitear uma cadeira permanente.
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