Estatais continuam a drenar recursos de áreas essenciais
O Globo
Neste ano, Tesouro deverá cobrir rombo de R$
4,5 bilhões em empresas que deveriam se sustentar
Pela primeira vez em oito anos, o Tesouro
Nacional deverá cobrir um rombo nas estatais federais estimado em R$ 4,5
bilhões no último relatório bimestral de receitas e despesas. Embora tenha
havido melhora na estimativa (a anterior era de R$ 5,6 bilhões), ela continua
pior que a previsão orçamentária — R$ 3 bilhões — e se refere apenas ao
conjunto de 22 empresas consideradas não dependentes do Tesouro no Orçamento.
Em princípio, essas empresas não deveriam demandar dinheiro nenhum do
contribuinte para funcionar.
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva encerra seu primeiro ano com prejuízos na maioria. As perdas serão, prevê o relatório, de R$ 3,7 bilhões na Emgepron (de projetos navais), R$ 1,4 bilhão na Eletronuclear, R$ 274 milhões nos Correios e R$ 2,2 milhões na Ceagesp (as duas últimas saíram dos planos de privatização). Na NAV Brasil, cisão da Infraero para fornecer serviços de tráfego aéreo que a Aeronáutica já provê, somarão R$ 132 milhões. Na Hemobrás, empresa de hemoderivados que estaria melhor em mãos privadas, R$ 23 milhões.