O Estado de S. Paulo
‘O senhor acha que, se houver um ato de força, os generais vão deixar um capitão assumir o poder?’
No dia 19 de dezembro de 2022, Jair Bolsonaro
participou de um jantar, em Brasília, na casa do então ministro das
Comunicações, Fábio Faria. Mas quem pediu para que Faria organizasse o encontro
foi o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli. Preocupado com
a relutância de Bolsonaro em admitir a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva,
Toffoli chamou o então presidente para uma conversa reservada após o jantar.
“O senhor acha que, se houver um ato de
força, os generais quatro estrelas vão deixar um capitão assumir o poder?”,
perguntou o ministro do STF.
A poucos dias do fim do mandato, o presidente ficou em silêncio. Depois, negou que estivesse planejando um golpe. Admitiu, porém, que temia a prisão e a perseguição política, principalmente contra seus filhos. Afirmou, ainda, que jamais passaria a faixa para Lula.
Além de Fábio Faria, o anfitrião, e de
Toffoli, compareceram ao jantar o governador eleito de São Paulo, Tarcísio de
Freitas, o titular da Casa Civil à época, Ciro Nogueira, o procurador-geral da
República, Augusto Aras, entre outros.
O objetivo era convencer Bolsonaro a fazer um
pronunciamento reconhecendo a eleição de Lula para desmobilizar os acampamentos
diante dos quartéis. Nada feito.
O jantar era para ter ocorrido em 14 de
dezembro. Na véspera, Bolsonaro telefonou para Toffoli e desmarcou o
compromisso.
As datas, agora, se cruzam com a trama
descoberta nas investigações da Polícia Federal.
No dia 16 de dezembro, um interlocutor
político do presidente ligou para Toffoli bem cedo. Estava no Palácio da
Alvorada com Bolsonaro e outros auxiliares e avisou que a situação ali
continuava difícil.
As diligências da PF indicaram que o dia
anterior, 15 de dezembro, era a data escolhida pelos “kids pretos” para pôr em
prática a execução de Lula, do vice Geraldo Alckmin e do ministro do STF
Alexandre de Moraes. Mas o plano foi abortado.
Ao que consta, a reunião do dia 16, no
Alvorada, foi para pressionar Bolsonaro a assinar a “minuta do golpe”. Por
volta de 15 horas, o interlocutor de Bolsonaro foi à casa de Toffoli, que
ganhou o apelido de Rivotril. Disse que, mais do que nunca, era necessário
organizar o jantar com o presidente. E assim foi feito.
Um áudio captado pela PF mostra que, no dia
do jantar, 19 de dezembro, o coronel Reginaldo Abreu disse ao general Mário
Fernandes, hoje preso, que Bolsonaro deveria ter “coragem moral” para avisar os
apoiadores que não queria mais o jogo. Para a PF, o capitão tinha um decreto
pronto para destruir a democracia. O plano só não foi adiante porque os
generais do Alto Comando não aderiram ao golpe.
3 comentários:
E no final quem deu o golpe foi o Departamento de Estado americano que veio aqui intervir diretamente ameaçando , funcionários públicos e políticos Como também o alto escalão Das forças armadas pra que não houvesse nenhuma rejeição , nem dúvida sobre os resultados das urnas eletrônicas
Foi proibido para os militares pedir o código fonte de confirmação , isso sim foi um grande golpe feito na surdina na nossa cara e nas barbas do Bolsonaro que jogava nas quatro linhas e tomou essa bola nas costas e perdeu , teve que sair de cabeça baixa
O alto escalão militar covarde cedeu as pressões do tio Sam
" O código-fonte da urna eletrônica brasileiro é um conjunto de instruções às quais os sistemas eleitorais, desenvolvidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), obedecem. O código-fonte está aberto e é de acesso público a toda a sociedade, uma vez que instituições fiscalizadoras que a representam têm atuado continuamente na ativa inspeção desses sistemas.
Você sabia que há 40 oportunidades de auditoria em um ciclo eleitoral que avaliam o funcionamento e a segurança desses sistemas? Tudo isso para garantir a transparência e a lisura do processo eleitoral, garantindo que o voto digitado na urna pelo eleitor é o mesmo computado pelo TSE.
A auditoria do sistema eletrônico de votação é realizada pelas entidades fiscalizadoras, legitimadas a participar das etapas do processo de fiscalização, que constam no Artigo 6º da Resolução TSE 23.673/21, entre elas partidos políticos, federações e coligações; Forças Armadas; Polícia Federal; Sociedade Brasileira de Computação; Conselho Federal de Engenharia e Agronomia; Tribunal de Contas da União; entidades privadas brasileiras, sem fins lucrativos, com notória atuação em fiscalização e transparência da gestão pública, credenciadas junto ao TSE; e departamentos de tecnologia da informação de universidades credenciadas junto à Corte. "
Fonte: TSE
😏😏😏
Tudo muito bom; tudo muito bem!
Mas vc sabia de tudo isso desde a época das ocorrências e só agora (depois do relatório da PF) é que abriu o bico, né, Vera Rosa com espinhos???
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