"O que é atual em Theodor W. Adorno não é meramente o que ?resta? de seu pensamento, mas o que nele ainda incomoda e faz pensar, reafirmando a melhor tradição do pensamento crítico e dialético. Não por acaso, Adorno tornou-se leitura obrigatória em várias disciplinas acadêmicas (educação, sociologia, filosofia, literatura, psicologia, comunicação, direito) por recusar as separações estanques entre os domínios do pensamento. A dialética por ele desenvolvida, atividade crítica por excelência, revela as contradições presentes nos mais variados objetos (sociais, artísticos e filosóficos), contrapondo-se ao pensamento enrijecido e classificatório, que está na base tanto do positivismo quanto do nazismo, que sobrevivem numa sociedade marcada pela reificação das relações humanas, a serviço da mera reprodução do capital."
JORGE DE ALMEIDA, PROFESSOR DE TEORIA LITERÁRIA NA USP
"A atualidade de Adorno pode ser vista em três temáticas interligadas: a filosofia social, a estética num sentido mais amplo e a teoria crítica da indústria cultural, uma síntese entre as duas primeiras. Pode-se dizer que o neomarxismo mediatizado pela incorporação da psicanálise e pela inspiração da filosofia clássica alemã parece talhado para uma compreensão crítica da sociedade contemporânea, formatada por um capitalismo não-concorrencial que difunde a falsa idéia de que sua superioridade reside na livre concorrência econômica e maior liberdade individual. No que diz respeito à estética, constata-se em Adorno uma sensibilidade ímpar para o entendimento dos fenômenos estéticos considerados autênticos - as obras de arte -, contrastantes com o que o filósofo chama ?mercadorias culturais?. Isso leva à menção da terceira temática: a implacável crítica à indústria cultural, que é entendida como braço ideológico do capitalismo oligopolista contemporâneo, tanto mais evidente quanto mais ele se globaliza e se difunde numa escala planetária."
RODRIGO DUARTE, PROFESSOR DE FILOSOFIA NA UFMG
JORGE DE ALMEIDA, PROFESSOR DE TEORIA LITERÁRIA NA USP
"A atualidade de Adorno pode ser vista em três temáticas interligadas: a filosofia social, a estética num sentido mais amplo e a teoria crítica da indústria cultural, uma síntese entre as duas primeiras. Pode-se dizer que o neomarxismo mediatizado pela incorporação da psicanálise e pela inspiração da filosofia clássica alemã parece talhado para uma compreensão crítica da sociedade contemporânea, formatada por um capitalismo não-concorrencial que difunde a falsa idéia de que sua superioridade reside na livre concorrência econômica e maior liberdade individual. No que diz respeito à estética, constata-se em Adorno uma sensibilidade ímpar para o entendimento dos fenômenos estéticos considerados autênticos - as obras de arte -, contrastantes com o que o filósofo chama ?mercadorias culturais?. Isso leva à menção da terceira temática: a implacável crítica à indústria cultural, que é entendida como braço ideológico do capitalismo oligopolista contemporâneo, tanto mais evidente quanto mais ele se globaliza e se difunde numa escala planetária."
RODRIGO DUARTE, PROFESSOR DE FILOSOFIA NA UFMG
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