quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Bancos reduzem juros de linhas de crédito, mas repasse não será integral

Bruno Villas Bôas e Regina Alvarez
DEU EM O GLOBO

Redução será proporcional ao corte da Selic apenas nas taxas máximas

RIO e BRASÍLIA. Embalados pela decisão do Copom, os bancos informaram ontem que pretendem repassar a redução da taxa básica de juros (Selic) para suas operações de crédito a pessoas física e jurídica. Mas nem todas as linhas foram citadas e o repasse integral vai ocorrer apenas sobre as taxas máximas praticadas. O Bradesco informou que vai repassar o corte hoje. O Banco do Brasil (BB) e a Caixa Econômica Federal (CEF), na sexta-feira. Já Itaú e Unibanco na segunda, dia 26. O Santander e Banco Real apenas em 2 de fevereiro, uma segunda-feira.

No Bradesco, os juros máximos do cheque especial para pessoas físicas caem de 8,64% para 8,56% ao mês. No crédito pessoal, passam de 5,99% para 5,91% mensais. Para as empresas, a linha de capital de giro também foi reduzida: ficou a partir de 2,68% ao mês, ante uma mínima de 2,76% anterior.

Já o Itaú informou que os juros para pessoa física serão reduzidos de 7,09% para 7,01% ao mês no crediário automático e de 8,95% para 8,87% mensais no cheque especial. No caso das empresas, a taxa pré-aprovada de capital de giro passa de 7,09% para 7,01% e do cheque especial, de 8,95% a 8,87%.

O Unibanco também vai reduzir os juros, mas não informou as novas taxas. No Santander e Real, os juros do crédito pessoal caem de 6,69% para 6,36% ao mês e do cheque especial, de 9,85% para 9,70%.

Redução será pequena para o consumidor, diz Anefac

No caso do BB, a maior queda aconteceu no Crédito Direto ao Consumidor (CDC), para a linha BB Crédito, de 3,19% para 2,62% ao mês. No cheque especial, a taxa máxima caiu de 7,99% para 7,91% ao mês e a taxa mínima, de 1,42% para 1,34%. A taxa mínima mensal do cartão de crédito foi reduzida de 3,79% para 3,71%. Já a Caixa, na segunda redução de juros em janeiro, reduzirá a taxa de 11 linhas de empréstimo para pessoa física e jurídica, entre as quais consignado, crédito pessoal, CDC e cheque especial.

Mas simulações da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) mostram que o efeito será pequeno ao consumidor. No crediário de lojas, uma geladeira com preço de R$1.500 à vista, em 12 vezes, passa a ter parcelas mensais de R$181,08, redução de apenas R$0,79 ao mês. No cheque especial, o uso de mil reais por 20 dias fica apenas R$0,53 mais barato.

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