Melchiades Filho
DEU NA FOLHA DE S. PAULO
BRASÍLIA - A repentina ideia de escalar Ciro Gomes para disputar o governo de São Paulo tem uma consequência imediata. Força os institutos de pesquisa a lidar com o "fato novo" estadual e, com isso, praticamente garante um impulso à candidatura nacional de Dilma Rousseff.
Há duas maneiras principais de construir um nome para uma eleição majoritária: torná-lo conhecido e valorizar os seus atributos. Para divulgar o nome da ministra, existe pouco a fazer além do que tem sido feito desde o ano passado.
A "caravana do PAC" não pode visitar dois lugares ao mesmo tempo. Quanto às virtudes, por ora estão em jogo as que Dilma tomou emprestadas de Lula. E estas já são mais do que sabidas e valorizadas. Se nada mudar, governo e PT apostam que Dilma continuará a crescer em 2009, mas menos rapidamente do que até aqui. Por isso a conveniência de uma "novidade". O triunfo sobre o câncer linfático poderia fazer essa função catalisadora.
Mas ele não poderá ser anunciado antes de setembro -e não há certeza quanto à adequação do uso eleitoral da imagem da ministra assim que encerrar a quimioterapia. Não há contraindicação, porém, para o "transplante" de Ciro e para a mudança artificial das cédulas que Datafolha, Vox Populi e Ibope submetem a seus entrevistados. As intenções de voto em Ciro para a Presidência tendem a migrar para a outra candidata da base lulista.
Mas, ainda que se dividam igualmente entre os principais concorrentes, será fácil promover a boa "notícia": "Dilma chega a 30%!". Resta saber por que Ciro, líder nas pesquisas nacionais em alguns cenários, não negou de bate-pronto o papel secundário em São Paulo. Será a birra antiga de Serra? Inapetência? Deferência a Lula? Ou finalmente lhe caiu a ficha de que nunca foi o Plano B do Planalto, de que nem no próprio partido é o favorito do presidente e de Dilma (o privilégio cabe ao governador pernambucano, Eduardo Campos)?
DEU NA FOLHA DE S. PAULO
BRASÍLIA - A repentina ideia de escalar Ciro Gomes para disputar o governo de São Paulo tem uma consequência imediata. Força os institutos de pesquisa a lidar com o "fato novo" estadual e, com isso, praticamente garante um impulso à candidatura nacional de Dilma Rousseff.
Há duas maneiras principais de construir um nome para uma eleição majoritária: torná-lo conhecido e valorizar os seus atributos. Para divulgar o nome da ministra, existe pouco a fazer além do que tem sido feito desde o ano passado.
A "caravana do PAC" não pode visitar dois lugares ao mesmo tempo. Quanto às virtudes, por ora estão em jogo as que Dilma tomou emprestadas de Lula. E estas já são mais do que sabidas e valorizadas. Se nada mudar, governo e PT apostam que Dilma continuará a crescer em 2009, mas menos rapidamente do que até aqui. Por isso a conveniência de uma "novidade". O triunfo sobre o câncer linfático poderia fazer essa função catalisadora.
Mas ele não poderá ser anunciado antes de setembro -e não há certeza quanto à adequação do uso eleitoral da imagem da ministra assim que encerrar a quimioterapia. Não há contraindicação, porém, para o "transplante" de Ciro e para a mudança artificial das cédulas que Datafolha, Vox Populi e Ibope submetem a seus entrevistados. As intenções de voto em Ciro para a Presidência tendem a migrar para a outra candidata da base lulista.
Mas, ainda que se dividam igualmente entre os principais concorrentes, será fácil promover a boa "notícia": "Dilma chega a 30%!". Resta saber por que Ciro, líder nas pesquisas nacionais em alguns cenários, não negou de bate-pronto o papel secundário em São Paulo. Será a birra antiga de Serra? Inapetência? Deferência a Lula? Ou finalmente lhe caiu a ficha de que nunca foi o Plano B do Planalto, de que nem no próprio partido é o favorito do presidente e de Dilma (o privilégio cabe ao governador pernambucano, Eduardo Campos)?
Nenhum comentário:
Postar um comentário