Mariângela Gallucci, Brasília
DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
Autor do mais longo e enfático voto a favor da abertura do processo criminal contra o deputado Antonio Palocci (PT-SP), o ministro Marco Aurélio Mello afirmou durante o julgamento de ontem no STF que ficou claro que a quebra do sigilo bancário e a divulgação dos dados para a imprensa tiveram o objetivo de desqualificar o caseiro Francenildo dos Santos Costa.
"Os indícios são mais do que suficientes a ter-se a sequência da ação penal", afirmou Marco Aurélio. "Não tenho como não proceder à imputação quanto ao deputado Antonio Palocci, mas proceder quanto a Jorge Mattoso", disse o ministro. "Vislumbro aqui uma estratégia. Posso imaginar que se sustentará que aquele que levantou os dados simplesmente cumpriu o dever. Espero que esse cumprimento do dever não frutifique."
Ele ressaltou que o encontro entre Mattoso e Palocci para a suposta análise dos dados bancários de Francenildo ocorreu após o expediente. Segundo Marco Aurélio, presume-se que o ex-ministro "seja uma pessoa preocupada com as finanças do País, e não com as do caseiro".
Também a favor do recebimento, o ministro Carlos Ayres Britto falou sobre a origem do caseiro. "Esse caso é emblemático porque envolve um cidadão comum do povo, um homem simples, que teve a coragem de revelar o que lhe parecia desvio de comportamento de pelo menos uma autoridade do primeiro escalão", disse. A ministra Cármen Lúcia também votou pela abertura da ação contra Palocci.
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