Não podemos ter posição dúbia sobre valores como a liberdade de imprensa
Rio - É preciso ficar de olho aberto. Jacaré que dormiu, virou bolsa. Na semana passada, ao apagar das luzes de um parlamento que já foi desqualificado pelas urnas, o governo argentino aprovou uma lei que enfraquece a liberdade da imprensa e a livre iniciativa no mercado de comunicação.
O alvo imediato é o grupo Clarin, considerado como não alinhado ao governo, mas o ato é a expressão da sanha totalitarista. São os ventos que sopram das veias abertas da América Latina, que enchem as velas do comandante Hugo Chávez, presidente da Venezuela, e as naus de seus parceiros. Por aqui, tem gente vibrando e sonhando com ações semelhantes. É só dar uma lida em vários sites na internet.
O mundo está mudando numa velocidade alucinante; a comunicação e os negócios não mais reconhecem barreiras; o comportamento alarga valores arraigados e a ação política, principalmente na nossa América, ainda é pensada a partir do esclerosado embate entre esquerda e direita, a luta de classes e o ódio antiamericano.
Sempre em nome do povo e da igualdade, todo pensamento totalitário acaba por fazer estragos na democracia e cavar imensas valas para sepultar cadáveres. A liberdade de imprensa e a livre iniciativa incomodam porque são alicerces do Estado de Direito, conquista do indivíduo.
Não há como tergiversar: ou defendemos isso como valores constitutivos ou o que nos espera é o atraso, a fome, a deseducação e o ódio. E é bom lembrar os exemplos históricos nos ensinam que nada é feito da noite para o dia. O processo é comer pelas beiradas até limpar o prato.
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