DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
""Pepe"" Lobo diz que se for eleito pedirá ao governo brasileiro que revise sua decisão de não reconhecer votação
Ruth Costas, TEGUCIGALPA
O candidato favorito nas eleições hondurenhas, Porfírio "Pepe" Lobo, tentou ontem fazer um aceno ao governo brasileiro, que se recusa a reconhecer a votação de domingo. Lobo disse que, ser for eleito, uma de suas primeiras medidas será entrar em contato com o Brasil para pedir uma revisão de sua decisão de não reconhecer as eleições hondurenhas. "O Brasil é um país estratégico", afirmou ontem, numa entrevista para a imprensa estrangeira. "Vou procurar o presidente Lula para que ele reflita sobre sua posição."
O candidato também disse ter muita admiração pelo governo brasileiro e citou o caso do programa Bolsa-Família e a "política de investimentos sociais com responsabilidade fiscal". Ao ser questionado sobre se tinha em Lula um modelo, ele respondeu que considera o brasileiro "um bom presidente" e gosta do modo "como ele lida com as coisas".
Isso, obviamente, não se estende à posição brasileira no que diz respeito às eleições. A votação hondurenha dividiu a comunidade internacional entre aqueles que se dispuseram a aceitar seu resultado como a solução para a crise e os que não a reconhecem. O Brasil rompeu relações diplomáticas com Honduras após o golpe que destituiu o presidente Manuel Zelaya, em junho, e acredita que a votação de domingo legitimará esse movimento.
"Pepe" Lobo pertence ao Partido Nacional, de direita, e tem 37% das intenções de voto, segundo pesquisa do instituto Gallup. Em segundo lugar, com 21%, está Elvin Santos, do Partido Liberal, o mesmo de Zelaya e do presidente de facto, Roberto Micheletti.
Lobo, de 61 anos, foi presidente do Congresso de 2002 a 2006 e deputado por mais de 10 anos. Formado em administração pela Universidade de Miami, nos EUA, ele vem de uma família tradicional de políticos, com negócios no setor agropecuário. Em 2005, perdeu a eleição para Zelaya, apesar de ter obtido 46% dos votos.
Nas últimas semanas, Lobo vem tentando se afastar da figura do governo de facto e da polêmica sobre o golpe. "Sou de oposição. Não me importa Zelaya ou Micheletti - quero tirar os dois daí", afirmou ontem. "Meu interesse é que a situação em Honduras volte à normalidade."
O candidato disse que, se vencer as eleições, está disposto a impulsionar um diálogo nacional por meio de negociações das quais Zelaya também participaria, mas se recusou a dizer se daria uma anistia ao presidente deposto ou mesmo se é a favor de sua restituição pelo Congresso depois da eleição. Sua maior preocupação agora é com a aceitação do resultado da votação pela comunidade internacional. "Vou bater até na porta do rei da Espanha se for necessário", disse, ao ser questionado sobre o tema por jornalistas europeus.
""Pepe"" Lobo diz que se for eleito pedirá ao governo brasileiro que revise sua decisão de não reconhecer votação
Ruth Costas, TEGUCIGALPA
O candidato favorito nas eleições hondurenhas, Porfírio "Pepe" Lobo, tentou ontem fazer um aceno ao governo brasileiro, que se recusa a reconhecer a votação de domingo. Lobo disse que, ser for eleito, uma de suas primeiras medidas será entrar em contato com o Brasil para pedir uma revisão de sua decisão de não reconhecer as eleições hondurenhas. "O Brasil é um país estratégico", afirmou ontem, numa entrevista para a imprensa estrangeira. "Vou procurar o presidente Lula para que ele reflita sobre sua posição."
O candidato também disse ter muita admiração pelo governo brasileiro e citou o caso do programa Bolsa-Família e a "política de investimentos sociais com responsabilidade fiscal". Ao ser questionado sobre se tinha em Lula um modelo, ele respondeu que considera o brasileiro "um bom presidente" e gosta do modo "como ele lida com as coisas".
Isso, obviamente, não se estende à posição brasileira no que diz respeito às eleições. A votação hondurenha dividiu a comunidade internacional entre aqueles que se dispuseram a aceitar seu resultado como a solução para a crise e os que não a reconhecem. O Brasil rompeu relações diplomáticas com Honduras após o golpe que destituiu o presidente Manuel Zelaya, em junho, e acredita que a votação de domingo legitimará esse movimento.
"Pepe" Lobo pertence ao Partido Nacional, de direita, e tem 37% das intenções de voto, segundo pesquisa do instituto Gallup. Em segundo lugar, com 21%, está Elvin Santos, do Partido Liberal, o mesmo de Zelaya e do presidente de facto, Roberto Micheletti.
Lobo, de 61 anos, foi presidente do Congresso de 2002 a 2006 e deputado por mais de 10 anos. Formado em administração pela Universidade de Miami, nos EUA, ele vem de uma família tradicional de políticos, com negócios no setor agropecuário. Em 2005, perdeu a eleição para Zelaya, apesar de ter obtido 46% dos votos.
Nas últimas semanas, Lobo vem tentando se afastar da figura do governo de facto e da polêmica sobre o golpe. "Sou de oposição. Não me importa Zelaya ou Micheletti - quero tirar os dois daí", afirmou ontem. "Meu interesse é que a situação em Honduras volte à normalidade."
O candidato disse que, se vencer as eleições, está disposto a impulsionar um diálogo nacional por meio de negociações das quais Zelaya também participaria, mas se recusou a dizer se daria uma anistia ao presidente deposto ou mesmo se é a favor de sua restituição pelo Congresso depois da eleição. Sua maior preocupação agora é com a aceitação do resultado da votação pela comunidade internacional. "Vou bater até na porta do rei da Espanha se for necessário", disse, ao ser questionado sobre o tema por jornalistas europeus.
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