DEU EM O GLOBO
Diplomatas e acadêmicos discordam de criação de órgão sugerida pelo PT
Bernardo Mello Franco
BRASÍLIA. A proposta de criação de um Conselho Nacional de Política Externa, defendida em documento oficial do PT, foi contestada por diplomatas, acadêmicos e até pelo petista Eduardo Suplicy (SP), que presidiu a Comissão de Relações Exteriores do Senado no início do governo Lula. Ele disse ser contrário à criação de novo órgão federal com poderes paralelos ao Ministério das Relações Exteriores. O Itamaraty não quis comentar o projeto, que foi antecipado ontem pelo GLOBO e será votado no IV Congresso Nacional do PT, entre os dias 18 e 21.
Para Suplicy, um conselho com a participação de ONGs, sindicatos e movimentos sociais poderia servir como fórum de discussão, sem ditar linhas para a política externa: — Não pode ter caráter deliberativo.
Se tiver atribuições apenas de debate e reflexão, não vejo problema. Mas o presidente da República é quem tem legitimidade para dar diretrizes para a política externa do país.
O embaixador Rubens Barbosa, que chefiou as missões brasileiras em Londres e Washington, disse que a criação do conselho representaria uma interferência indevida na diplomacia.
— É uma ideia exótica, que não existe em lugar algum do mundo e deve ser cortada pela raiz. A política externa deve servir ao Estado, não ao partido que está no poder. A diplomacia existe para defender interesses do país.
A proposta foi criticada pelo professor Virgílio Arraes, do Instituto de Relações Internacionais da UnB: — Não vejo razão para criar novo órgão com essa finalidade.
O Brasil tem um número razoável de espaços para a discussão da política externa, inclusive nas universidades públicas. A criação de um novo órgão pode dispersar esse debate
Diplomatas e acadêmicos discordam de criação de órgão sugerida pelo PT
Bernardo Mello Franco
BRASÍLIA. A proposta de criação de um Conselho Nacional de Política Externa, defendida em documento oficial do PT, foi contestada por diplomatas, acadêmicos e até pelo petista Eduardo Suplicy (SP), que presidiu a Comissão de Relações Exteriores do Senado no início do governo Lula. Ele disse ser contrário à criação de novo órgão federal com poderes paralelos ao Ministério das Relações Exteriores. O Itamaraty não quis comentar o projeto, que foi antecipado ontem pelo GLOBO e será votado no IV Congresso Nacional do PT, entre os dias 18 e 21.
Para Suplicy, um conselho com a participação de ONGs, sindicatos e movimentos sociais poderia servir como fórum de discussão, sem ditar linhas para a política externa: — Não pode ter caráter deliberativo.
Se tiver atribuições apenas de debate e reflexão, não vejo problema. Mas o presidente da República é quem tem legitimidade para dar diretrizes para a política externa do país.
O embaixador Rubens Barbosa, que chefiou as missões brasileiras em Londres e Washington, disse que a criação do conselho representaria uma interferência indevida na diplomacia.
— É uma ideia exótica, que não existe em lugar algum do mundo e deve ser cortada pela raiz. A política externa deve servir ao Estado, não ao partido que está no poder. A diplomacia existe para defender interesses do país.
A proposta foi criticada pelo professor Virgílio Arraes, do Instituto de Relações Internacionais da UnB: — Não vejo razão para criar novo órgão com essa finalidade.
O Brasil tem um número razoável de espaços para a discussão da política externa, inclusive nas universidades públicas. A criação de um novo órgão pode dispersar esse debate
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