DEU NA FOLHA DE S. PAULO
Até a crise hipertensiva de Lula, Dilma articulava, mas era o presidente quem falava como candidato. Isso mudou.
Não apenas pela crise de saúde de Lula e pelas pesquisas favoráveis.Também pela oportunidade de Dilma se expor publicamente sem poder ser confrontada por Serra, atolado nas enchentes de São Paulo.
É uma jogada muito inteligente.
Mas vai ter o efeito de obrigar Serra a assumir a sua candidatura assim que as águas baixarem. E será agora Serra contra Dilma, e não mais contra Lula.
Porque é um movimento sem volta. Não há como Lula retomar o posto de candidato sem grande prejuízo para a candidatura de Dilma. Agora só pode mesmo se colocar na posição de fiador e de avalista.
E já está mesmo na hora. Lula fez o que podia e o que não podia. Não só colocou a candidatura de Dilma de pé. Realizou ainda outros movimentos decisivos para a sucessão, como o de asfixiar a candidatura de Ciro Gomes. Dilma agradece por ver eliminada a possibilidade de não ir ao segundo turno. E Serra agradece tanto pela possibilidade de ganhar em primeiro turno como de não ter de enfrentar a metralhadora verbal de Ciro. O único fracasso sério de Lula até aqui foi o de tentar evitar que Michel Temer fique com o posto de vice.
Só que, apesar de tudo isso, há ainda uma tarefa essencial que não se sabe quem teria condições de realizar: arrumar a casa no PT. Porque o efeito mais imediato do protagonismo próprio de Dilma foi o de dispersar o controle das articulações da sucessão dentro do PT.
O sintoma mais evidente é José Dirceu articulando acordos regionais e alianças nacionais sem aval nem mandato de ninguém. Um caso menor -mas não menos sintomático- é o de Ricardo Berzoini, que, tendo perdido a presidência do partido, resolveu assumir o papel de bate-estaca da candidatura Dilma, atacando os tucanos em toda e qualquer circunstância.Dilma e o comando de sua campanha nada têm que ver com essas movimentações. Aliás, esse é o problema: Dilma e o comando de sua campanha não têm nenhum enraizamento significativo no PT. Como também não o tem o novo presidente eleito do partido, José Eduardo Dutra.
O PT se submeteu a Lula. Mas dá mostras claras de que não vai se submeter a Dilma. Afinal, é convicção generalizada que serão decididos nessa eleição 8, senão 16, anos de governo. A conjunção de Copa do Mundo, Olimpíada, pré-sal e condições excepcionais de crescimento econômico alimenta sonhos de domínio político de médio prazo. É isso o que está em jogo nessa eleição. E na convenção do PT, no próximo dia 18.
Até a crise hipertensiva de Lula, Dilma articulava, mas era o presidente quem falava como candidato. Isso mudou.
Não apenas pela crise de saúde de Lula e pelas pesquisas favoráveis.Também pela oportunidade de Dilma se expor publicamente sem poder ser confrontada por Serra, atolado nas enchentes de São Paulo.
É uma jogada muito inteligente.
Mas vai ter o efeito de obrigar Serra a assumir a sua candidatura assim que as águas baixarem. E será agora Serra contra Dilma, e não mais contra Lula.
Porque é um movimento sem volta. Não há como Lula retomar o posto de candidato sem grande prejuízo para a candidatura de Dilma. Agora só pode mesmo se colocar na posição de fiador e de avalista.
E já está mesmo na hora. Lula fez o que podia e o que não podia. Não só colocou a candidatura de Dilma de pé. Realizou ainda outros movimentos decisivos para a sucessão, como o de asfixiar a candidatura de Ciro Gomes. Dilma agradece por ver eliminada a possibilidade de não ir ao segundo turno. E Serra agradece tanto pela possibilidade de ganhar em primeiro turno como de não ter de enfrentar a metralhadora verbal de Ciro. O único fracasso sério de Lula até aqui foi o de tentar evitar que Michel Temer fique com o posto de vice.
Só que, apesar de tudo isso, há ainda uma tarefa essencial que não se sabe quem teria condições de realizar: arrumar a casa no PT. Porque o efeito mais imediato do protagonismo próprio de Dilma foi o de dispersar o controle das articulações da sucessão dentro do PT.
O sintoma mais evidente é José Dirceu articulando acordos regionais e alianças nacionais sem aval nem mandato de ninguém. Um caso menor -mas não menos sintomático- é o de Ricardo Berzoini, que, tendo perdido a presidência do partido, resolveu assumir o papel de bate-estaca da candidatura Dilma, atacando os tucanos em toda e qualquer circunstância.Dilma e o comando de sua campanha nada têm que ver com essas movimentações. Aliás, esse é o problema: Dilma e o comando de sua campanha não têm nenhum enraizamento significativo no PT. Como também não o tem o novo presidente eleito do partido, José Eduardo Dutra.
O PT se submeteu a Lula. Mas dá mostras claras de que não vai se submeter a Dilma. Afinal, é convicção generalizada que serão decididos nessa eleição 8, senão 16, anos de governo. A conjunção de Copa do Mundo, Olimpíada, pré-sal e condições excepcionais de crescimento econômico alimenta sonhos de domínio político de médio prazo. É isso o que está em jogo nessa eleição. E na convenção do PT, no próximo dia 18.
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