DEU EM O GLOBO
"Trata-se de mostrar ao eleitor a identidade política do partido"
Gilberto Scofield Jr.
SÃO PAULO. A subida no tom de críticas ao governo do presidente Lula, adotada sábado pela cúpula do PSDB no lançamento da candidatura de Geraldo Alckmin ao governo de São Paulo, foi interpretada por cientistas políticos e sociólogos como uma mudança estratégica do partido diante da sensação de que, por hora, a popularidade de Lula não vem sendo suficiente para compensar os erros da campanha da candidata Dilma Rousseff junto do eleitorado.
Para eles, a mudança é real e pode se sustentar até as eleições, caso o quadro de alianças estaduais permaneça difuso e instável como o atual, ou seja, sem reproduzir, nos estados, alinhamentos a nível federal, como parece ocorrer neste momento entre, por exemplo, o PT e seus aliados PMDB e PP.
— É uma subida de tom proposital, e acredito que vá durar até o pleito, mesmo que a candidata Dilma se recupere nas pesquisas de intenção de voto — disse Eurico Antônio Gonzalez, professor do Departamento de Sociologia da Universidade de Brasília (UnB). — Trata-se de mostrar ao eleitorado a identidade política do partido como oposição ao governo atual, já que o discurso conciliador que o PSDB usava até agora poderia acenar como uma discreta aprovação ao governo Lula. A estratégia tende a se radicalizar.
Segundo o cientista político Plínio Dentzien, pesquisador do Centro de Estudos de Opinião Pública da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), é cedo para saber se esta mudança de estratégia será duradoura.
Mas o evento de sábado, segundo ele, evidencia uma elevação no tom das críticas do partido que busca enfraquecer tanto o atual governo quanto a candidata do PT, Dilma Rousseff.
— Acho cedo para dizer que o PSDB será mais agressivo e irá bater mais. Se assim for, percebe-se que a estratégia está sendo feita cedo, bem antes do lançamento oficial das candidaturas, porque ela pode ser alterada, caso os tucanos percebam reação negativa do eleitor — diz Dentzien.
O cientista político Rodolfo Teixeira, doutorando em Sociologia pela UnB, observa que a subida no tom da cúpula do PSDB não foi acompanhada no discurso de Alckmin, no sábado, o único a evitar críticas ao governo Lula e à Dilma Rousseff.
Para ele, o evento evidenciou duas novas estratégias do PSDB: a da corrida pela Presidência, mais agressiva a partir de agora, e das corridas estaduais, mais conciliadora e amena.
A razão são as alianças difusas entre partidos como PSDB, PT, PMDB e PP.
— A ampla liderança de Alckmin na corrida estadual o poupa de um discurso mais agressivo.
E as disputas estaduais ocorrem em alianças que não se alinham a nível federal — disse Teixeira.
— Na briga federal, o discurso tende a se radicalizar.
"Trata-se de mostrar ao eleitor a identidade política do partido"
Gilberto Scofield Jr.
SÃO PAULO. A subida no tom de críticas ao governo do presidente Lula, adotada sábado pela cúpula do PSDB no lançamento da candidatura de Geraldo Alckmin ao governo de São Paulo, foi interpretada por cientistas políticos e sociólogos como uma mudança estratégica do partido diante da sensação de que, por hora, a popularidade de Lula não vem sendo suficiente para compensar os erros da campanha da candidata Dilma Rousseff junto do eleitorado.
Para eles, a mudança é real e pode se sustentar até as eleições, caso o quadro de alianças estaduais permaneça difuso e instável como o atual, ou seja, sem reproduzir, nos estados, alinhamentos a nível federal, como parece ocorrer neste momento entre, por exemplo, o PT e seus aliados PMDB e PP.
— É uma subida de tom proposital, e acredito que vá durar até o pleito, mesmo que a candidata Dilma se recupere nas pesquisas de intenção de voto — disse Eurico Antônio Gonzalez, professor do Departamento de Sociologia da Universidade de Brasília (UnB). — Trata-se de mostrar ao eleitorado a identidade política do partido como oposição ao governo atual, já que o discurso conciliador que o PSDB usava até agora poderia acenar como uma discreta aprovação ao governo Lula. A estratégia tende a se radicalizar.
Segundo o cientista político Plínio Dentzien, pesquisador do Centro de Estudos de Opinião Pública da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), é cedo para saber se esta mudança de estratégia será duradoura.
Mas o evento de sábado, segundo ele, evidencia uma elevação no tom das críticas do partido que busca enfraquecer tanto o atual governo quanto a candidata do PT, Dilma Rousseff.
— Acho cedo para dizer que o PSDB será mais agressivo e irá bater mais. Se assim for, percebe-se que a estratégia está sendo feita cedo, bem antes do lançamento oficial das candidaturas, porque ela pode ser alterada, caso os tucanos percebam reação negativa do eleitor — diz Dentzien.
O cientista político Rodolfo Teixeira, doutorando em Sociologia pela UnB, observa que a subida no tom da cúpula do PSDB não foi acompanhada no discurso de Alckmin, no sábado, o único a evitar críticas ao governo Lula e à Dilma Rousseff.
Para ele, o evento evidenciou duas novas estratégias do PSDB: a da corrida pela Presidência, mais agressiva a partir de agora, e das corridas estaduais, mais conciliadora e amena.
A razão são as alianças difusas entre partidos como PSDB, PT, PMDB e PP.
— A ampla liderança de Alckmin na corrida estadual o poupa de um discurso mais agressivo.
E as disputas estaduais ocorrem em alianças que não se alinham a nível federal — disse Teixeira.
— Na briga federal, o discurso tende a se radicalizar.
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