DEU EM O GLOBO
Parlamentares americanos fecham acordo para maior reforma de bancos desde os anos 1930
Do New York Times*
WASHINGTON - Depois de uma maratona de mais de 20 horas de negociações, um comitê formado por senadores e deputados americanos fecharam, às 5h39m de ontem, um acordo para uma reforma histórica do sistema financeiro dos Estados Unidos, que há cerca de dois anos esteve à beira de um colapso. O presidente Barack Obama afirmou que o Congresso está agora pronto para aprovar as maiores mudanças no setor financeiro desde a Grande Depressão, nos anos 1930. O acordo foi visto como uma vitória de Obama: segundo o próprio presidente, o texto mantém 90% da proposta original.
— Todos vimos o que acontece quando há supervisão inadequada e pouca transparência em Wall Street — disse Obama, referindo-se à crise iniciada em 2008. — As reformas que estão no Congresso tornarão Wall Street responsável, para que possamos ajudar a evitar outra crise financeira.
Após votação, presidente deve assinar lei até 4 de julho Os representantes da Câmara no comitê que fechou o acordo aprovaram a proposta por 20 votos contra 11. Entre os senadores, o placar foi de sete a cinco. Eles queriam fechar uma proposta antes que Obama partisse para a reunião do G-20 (grupo das principais economias), em Toronto.
O texto muda as regras de Wall Street, o que afetará os lucros da indústria financeira, além de submetêla a uma supervisão mais rígida. O texto ainda precisa ser aprovado na Câmara e no Senado antes de ir à sanção de Obama, o que deve movimentar os lobistas de Wall Street. A votação deve ocorrer semana que vem. Mas esperase que o trâmite seja rápido e que Obama assine a lei até 4 de julho.
As medidas incluem a criação de uma agência de proteção ao consumidor financeiro, separação das operações com derivativos (que tiveram forte papel na crise) e regras mais rígidas para concessão de hipotecas e cartões de crédito, entre outras.
Um dos pontos polêmicos foi a chamada Lei Volcker — do ex-presidente do Federal Reserve (o banco central americano) Paul Volcker —, que propõe restringir as possibilidades para que os bancos façam operações financeiras com seus próprios recursos.
Essa é considerada uma das atividades mais lucrativas de Wall Street.
— Um dos objetivos desses limites é reduzir a participação (dos bancos) em atividades de risco, que possam causar perdas significativas em instituições essenciais para o sistema financeiro — disse o senador Christopher Dodd, do Partido Democrata.
— Acreditamos ter feito algo que era necessário há muito tempo.
Os democratas lideraram os protestos públicos contra Wall Street, que distribuía polpudos bônus entre si enquanto os cidadãos comuns enfrentavam uma profunda recessão.
— É tranquilizador saber que, quando a opinião pública está engajada, ela ganha — disse o deputado democrata Barney Frank.
Para analistas, bancos devem repassar custos aos clientes Mas as restrições a derivativos — os bancos terão de separar parte dessas operações em uma subsidiária com capital próprio — ficaram aquém da proposta original da senadora Blanche Lincoln. Ela queria simplesmente banir essas operações.
O Escritório de Orçamento do Congresso estima que a reforma terá um custo de cerca de US$ 20 bilhões nos próximos dez anos. O painel concordou em cobrir esses gastos com uma tributação sobre grandes bancos.
Frank disse que esse tributo, que os republicanos chamaram de imposto, era uma solução aceitável para “os erros coletivos de muitos bancos”.
Mas analistas mostraram ceticismo.
Eles acreditam que os bancos irão repassar o aumento de seus custos operacionais aos clientes.
(*) Com agências internacionais
Parlamentares americanos fecham acordo para maior reforma de bancos desde os anos 1930
Do New York Times*
WASHINGTON - Depois de uma maratona de mais de 20 horas de negociações, um comitê formado por senadores e deputados americanos fecharam, às 5h39m de ontem, um acordo para uma reforma histórica do sistema financeiro dos Estados Unidos, que há cerca de dois anos esteve à beira de um colapso. O presidente Barack Obama afirmou que o Congresso está agora pronto para aprovar as maiores mudanças no setor financeiro desde a Grande Depressão, nos anos 1930. O acordo foi visto como uma vitória de Obama: segundo o próprio presidente, o texto mantém 90% da proposta original.
— Todos vimos o que acontece quando há supervisão inadequada e pouca transparência em Wall Street — disse Obama, referindo-se à crise iniciada em 2008. — As reformas que estão no Congresso tornarão Wall Street responsável, para que possamos ajudar a evitar outra crise financeira.
Após votação, presidente deve assinar lei até 4 de julho Os representantes da Câmara no comitê que fechou o acordo aprovaram a proposta por 20 votos contra 11. Entre os senadores, o placar foi de sete a cinco. Eles queriam fechar uma proposta antes que Obama partisse para a reunião do G-20 (grupo das principais economias), em Toronto.
O texto muda as regras de Wall Street, o que afetará os lucros da indústria financeira, além de submetêla a uma supervisão mais rígida. O texto ainda precisa ser aprovado na Câmara e no Senado antes de ir à sanção de Obama, o que deve movimentar os lobistas de Wall Street. A votação deve ocorrer semana que vem. Mas esperase que o trâmite seja rápido e que Obama assine a lei até 4 de julho.
As medidas incluem a criação de uma agência de proteção ao consumidor financeiro, separação das operações com derivativos (que tiveram forte papel na crise) e regras mais rígidas para concessão de hipotecas e cartões de crédito, entre outras.
Um dos pontos polêmicos foi a chamada Lei Volcker — do ex-presidente do Federal Reserve (o banco central americano) Paul Volcker —, que propõe restringir as possibilidades para que os bancos façam operações financeiras com seus próprios recursos.
Essa é considerada uma das atividades mais lucrativas de Wall Street.
— Um dos objetivos desses limites é reduzir a participação (dos bancos) em atividades de risco, que possam causar perdas significativas em instituições essenciais para o sistema financeiro — disse o senador Christopher Dodd, do Partido Democrata.
— Acreditamos ter feito algo que era necessário há muito tempo.
Os democratas lideraram os protestos públicos contra Wall Street, que distribuía polpudos bônus entre si enquanto os cidadãos comuns enfrentavam uma profunda recessão.
— É tranquilizador saber que, quando a opinião pública está engajada, ela ganha — disse o deputado democrata Barney Frank.
Para analistas, bancos devem repassar custos aos clientes Mas as restrições a derivativos — os bancos terão de separar parte dessas operações em uma subsidiária com capital próprio — ficaram aquém da proposta original da senadora Blanche Lincoln. Ela queria simplesmente banir essas operações.
O Escritório de Orçamento do Congresso estima que a reforma terá um custo de cerca de US$ 20 bilhões nos próximos dez anos. O painel concordou em cobrir esses gastos com uma tributação sobre grandes bancos.
Frank disse que esse tributo, que os republicanos chamaram de imposto, era uma solução aceitável para “os erros coletivos de muitos bancos”.
Mas analistas mostraram ceticismo.
Eles acreditam que os bancos irão repassar o aumento de seus custos operacionais aos clientes.
(*) Com agências internacionais
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