DEU NA FOLHA DE S. PAULO
BRASÍLIA - O PSDB quer disputar o Planalto com dois tucanos como candidatos a presidente e a vice: José Serra e Álvaro Dias. Essa chapa puro-sangue remete a uma discussão paralela: a nova configuração dos partidos pós-era Lula.
O PT há muito tempo abandonou o carreira solo em eleições. Lula venceu em 2002 em grande parte após promover uma dobradinha com o megaempresário José Alencar, à época abrigado no PL.
O tucano Fernando Henrique Cardoso alavancou sua vitória em 1994 com a ajuda do PFL (hoje DEM). A vaga de vice coube ao pernambucano Marco Maciel.
Num país com 27 partidos, é difícil vingar um projeto nacional sem compartilhamento de poder. Embora irrelevantes na vida real, muitas das 27 agremiações têm peso no establishment político: todas beliscam um naco do fundo partidário (R$ 200 milhões anuais) e têm horário garantido na TV e no rádio.
Se o PSDB for bem-sucedido com a chapa José Serra e Álvaro Dias, protagonizará um formato inédito de ganhar a Presidência da República. Poderá surgir talvez um partido social-democrata mais coeso. Mas, se o projeto fracassar, tucanos e oposição de centro-direita em geral entrarão esfarrapados em 2011. Uma coisa é perder a eleição de forma unida. Outra, bem diferente, é entrar na disputa já de maneira fragmentada, rachada.
Nesse cenário negativo para o PSDB, o partido emergirá mais fragilizado do que em 2002, quando Serra perdeu a eleição presidencial para Lula. Eterna linha auxiliar dos tucanos, o Democratas definhará. O PTB e outras siglas do sistema solar anti-PT dependerão de cargos em governos estaduais amigos.
Do outro lado do muro, se for vencedor, o consórcio PT-PMDB ampliará a política tradicional do fisiologismo no Congresso. Tudo considerado, a configuração partidária pós-Lula parece ser muito semelhante à atual -ou pior.
BRASÍLIA - O PSDB quer disputar o Planalto com dois tucanos como candidatos a presidente e a vice: José Serra e Álvaro Dias. Essa chapa puro-sangue remete a uma discussão paralela: a nova configuração dos partidos pós-era Lula.
O PT há muito tempo abandonou o carreira solo em eleições. Lula venceu em 2002 em grande parte após promover uma dobradinha com o megaempresário José Alencar, à época abrigado no PL.
O tucano Fernando Henrique Cardoso alavancou sua vitória em 1994 com a ajuda do PFL (hoje DEM). A vaga de vice coube ao pernambucano Marco Maciel.
Num país com 27 partidos, é difícil vingar um projeto nacional sem compartilhamento de poder. Embora irrelevantes na vida real, muitas das 27 agremiações têm peso no establishment político: todas beliscam um naco do fundo partidário (R$ 200 milhões anuais) e têm horário garantido na TV e no rádio.
Se o PSDB for bem-sucedido com a chapa José Serra e Álvaro Dias, protagonizará um formato inédito de ganhar a Presidência da República. Poderá surgir talvez um partido social-democrata mais coeso. Mas, se o projeto fracassar, tucanos e oposição de centro-direita em geral entrarão esfarrapados em 2011. Uma coisa é perder a eleição de forma unida. Outra, bem diferente, é entrar na disputa já de maneira fragmentada, rachada.
Nesse cenário negativo para o PSDB, o partido emergirá mais fragilizado do que em 2002, quando Serra perdeu a eleição presidencial para Lula. Eterna linha auxiliar dos tucanos, o Democratas definhará. O PTB e outras siglas do sistema solar anti-PT dependerão de cargos em governos estaduais amigos.
Do outro lado do muro, se for vencedor, o consórcio PT-PMDB ampliará a política tradicional do fisiologismo no Congresso. Tudo considerado, a configuração partidária pós-Lula parece ser muito semelhante à atual -ou pior.
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