DEU NO VALOR ECONÔMICO
Raymundo Costa, de Brasília
Apesar de uma nova pesquisa confirmar que Dilma Rousseff ultrapassou José Serra em cinco pontos, a campanha do tucano considera que a eleição está tecnicamente empatada entre os candidatos do PT e do PSDB. A conclusão leva em conta os levantamentos internos da campanha e uma crítica aos dias escolhidos para o campo das pesquisas Ibope e Vox Populi, esta última divulgada ontem.
De acordo com o núcleo da campanha do PSDB, já haviam se dissipados os efeitos da propaganda de Serra, no rádio e e televisão, nos dias escolhidos para as entrevistas de campo dos dois institutos. Segundo os tucanos, o inesperado (baixo) desempenho de Serra no mês da propaganda partidária tem outras explicações. Gripado, Serra pouco falou para o Jornal Nacional, enquanto a viagem da ex-ministra Dilma ao exterior esteve sempre presente no horário nobre da TV Globo.
O comitê tucano também considera inadequada a comparação feita com o desempenho de Geraldo Alckmin, em 2006, após o programa e os comerciais partidárias. Alckmin saltou de 22% para 29% das îintenções de votos, mas ele era um candidato ainda desconhecido do país, à época - ou seja, tinha uma larga margem de crescimento.
Tanto no Ibope, da semana passada, quanto no Vox Populi divulgado ontem Dilma abriu cinco pontos em relação a Serra. O resultado deixou inquietos os líderes tucanos e reabriu discussões sobre a estratégia de campanha. Pelo menos por enquanto, é improvável que ocorra alguma mudança pelo menos no eixo da campanha, que é de comparação do currículo entre os candidatos do PSDB e do PT, conforme foi traçado pelo jornalista Luiz González, o comandante do marketing da campanha.
O Valor apurou que, na visão de González, até agora nada diferente ocorreu em relação às eleições passadas. O jornalista avalia que a próxima eleição presidencial será decidida no período da propaganda eleitoral, mais provavelmente a partir do início da segunda quinzena de setembro. "É como a entrega da declaração do Imposto de Renda, as pessoas deixam sempre para a última hora", costuma comparar.
De acordo com a campanha tucana, não há muito segredo no que deve ser feito. A expectativa do PSDB é que Dilma só dispõe de um recurso: dizer que o país nunca esteve tão bem e que para continuar bem é preciso manter o governo atual. Serra, por outro lado, deve dizer que independentemente de o país ir bem, há coisas boas (que devem ser mantidas) e coisas ruins (que precisam ser mudadas). E tentar mostrar que está mais bem preparado para gerenciar esta situação. "O Robinho nessa eleição é o Serra", entusiasmou-se, pouco antes do jogo entre Brasil e Chile, o jornalista González em conversa com um interlocutor.
O discurso de Serra deve variar de acordo com o público. "Uma entrega para cada público", disse González numa conversa recente. A propaganda de Serra pode até subir o tom de acordo com o público e a situação, mas quando isso ocorrer a responsabilidade será de González , que blindou efetivamente a campanha à influência dos palpites que oscilam de acordo com as pesquisas.
Claro que eles não concordam que a eleição já está ganha pela Dilma, têm números que mostram oscilação muito grande uma semana antes da eleição de 2006 e também uma análise compilada pelo professor Fernando Guilhon segundo a qual a capacidade de transferência de Lula está se esgotando.
Passada uma semana, os tucanos chamam a atenção para alguns números enunciados pela pesquisa Ibope. Um deles revela que o eleitorado disposto a votar em quem o presidente mandar pode estar em queda: em março último, 53% dos eleitores ouvidos pelo Ibope diziam que votariam no candidato de Lula; em junho, o percentual caiu para 48%, uma perda de 5% pontos, bem acima da margem de erro da pesquisa. Circulam também entre os tucanos estudos sobre a possibilidade de a capacidade de transferência de votos do presidente ter chegado ao limite (monitoramento, aliás, que também é feito no no PT).
O PSDB faz diariamente 500 entrevistas telefônicas. A avaliação é que já há uma certa percentagem firme de voto dos dois lados - em situação de empate técnico - e que o restante vai se decidir na campanha propriamente dita.
Raymundo Costa, de Brasília
Apesar de uma nova pesquisa confirmar que Dilma Rousseff ultrapassou José Serra em cinco pontos, a campanha do tucano considera que a eleição está tecnicamente empatada entre os candidatos do PT e do PSDB. A conclusão leva em conta os levantamentos internos da campanha e uma crítica aos dias escolhidos para o campo das pesquisas Ibope e Vox Populi, esta última divulgada ontem.
De acordo com o núcleo da campanha do PSDB, já haviam se dissipados os efeitos da propaganda de Serra, no rádio e e televisão, nos dias escolhidos para as entrevistas de campo dos dois institutos. Segundo os tucanos, o inesperado (baixo) desempenho de Serra no mês da propaganda partidária tem outras explicações. Gripado, Serra pouco falou para o Jornal Nacional, enquanto a viagem da ex-ministra Dilma ao exterior esteve sempre presente no horário nobre da TV Globo.
O comitê tucano também considera inadequada a comparação feita com o desempenho de Geraldo Alckmin, em 2006, após o programa e os comerciais partidárias. Alckmin saltou de 22% para 29% das îintenções de votos, mas ele era um candidato ainda desconhecido do país, à época - ou seja, tinha uma larga margem de crescimento.
Tanto no Ibope, da semana passada, quanto no Vox Populi divulgado ontem Dilma abriu cinco pontos em relação a Serra. O resultado deixou inquietos os líderes tucanos e reabriu discussões sobre a estratégia de campanha. Pelo menos por enquanto, é improvável que ocorra alguma mudança pelo menos no eixo da campanha, que é de comparação do currículo entre os candidatos do PSDB e do PT, conforme foi traçado pelo jornalista Luiz González, o comandante do marketing da campanha.
O Valor apurou que, na visão de González, até agora nada diferente ocorreu em relação às eleições passadas. O jornalista avalia que a próxima eleição presidencial será decidida no período da propaganda eleitoral, mais provavelmente a partir do início da segunda quinzena de setembro. "É como a entrega da declaração do Imposto de Renda, as pessoas deixam sempre para a última hora", costuma comparar.
De acordo com a campanha tucana, não há muito segredo no que deve ser feito. A expectativa do PSDB é que Dilma só dispõe de um recurso: dizer que o país nunca esteve tão bem e que para continuar bem é preciso manter o governo atual. Serra, por outro lado, deve dizer que independentemente de o país ir bem, há coisas boas (que devem ser mantidas) e coisas ruins (que precisam ser mudadas). E tentar mostrar que está mais bem preparado para gerenciar esta situação. "O Robinho nessa eleição é o Serra", entusiasmou-se, pouco antes do jogo entre Brasil e Chile, o jornalista González em conversa com um interlocutor.
O discurso de Serra deve variar de acordo com o público. "Uma entrega para cada público", disse González numa conversa recente. A propaganda de Serra pode até subir o tom de acordo com o público e a situação, mas quando isso ocorrer a responsabilidade será de González , que blindou efetivamente a campanha à influência dos palpites que oscilam de acordo com as pesquisas.
Claro que eles não concordam que a eleição já está ganha pela Dilma, têm números que mostram oscilação muito grande uma semana antes da eleição de 2006 e também uma análise compilada pelo professor Fernando Guilhon segundo a qual a capacidade de transferência de Lula está se esgotando.
Passada uma semana, os tucanos chamam a atenção para alguns números enunciados pela pesquisa Ibope. Um deles revela que o eleitorado disposto a votar em quem o presidente mandar pode estar em queda: em março último, 53% dos eleitores ouvidos pelo Ibope diziam que votariam no candidato de Lula; em junho, o percentual caiu para 48%, uma perda de 5% pontos, bem acima da margem de erro da pesquisa. Circulam também entre os tucanos estudos sobre a possibilidade de a capacidade de transferência de votos do presidente ter chegado ao limite (monitoramento, aliás, que também é feito no no PT).
O PSDB faz diariamente 500 entrevistas telefônicas. A avaliação é que já há uma certa percentagem firme de voto dos dois lados - em situação de empate técnico - e que o restante vai se decidir na campanha propriamente dita.
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