DEU EM O GLOBO
Itaú Unibanco ganha R$ 6,4 bi. Brasileiros lideram ranking de bancos das Américas
Aguinaldo Novo
SÃO PAULO - O aumento da margem financeira com empréstimos e a queda da inadimplência levaram o Itaú Unibanco a registrar lucro líquido recorde no primeiro semestre deste ano. Maior banco privado do país, a instituição ganhou R$ 6,399 bilhões, um aumento de 39,5% em relação a 2009. Foi o melhor resultado entre os outros grandes bancos de varejo do país que já divulgaram seu balanço e o maior da história para o período de janeiro a junho.
Uma compilação feita pela Economatica mostra outro título: nenhum banco nas Américas apresentou até agora lucro maior do que a instituição brasileira. O Itaú Unibanco aparece com ganho de US$ 3,552 bilhões, seguido por dois outros bancos baseados no Brasil Bradesco (US$ 2,502 bilhões) e Santander (US$ 1,119 bilhão).
Em quarto, está a subsidiária mexicana do Santander e, só então, vem um representante dos EUA: o Northern Trust (US$ 356 milhões). Para fazer a comparação, a consultoria considerou um dólar médio de R$ 1,8015 em 30 de junho.
A lista ainda não inclui os gigantes americanos Bank of America, Wells Fargo, Citibank, Goldman Sachs e JP Morgan Chase, que pela ordem lideraram o ranking em 2009.
Mas a expectativa inicial é que, apoiados na forte expansão do mercado interno, os bancos brasileiros possam diminuir a distância que os separa dos líderes na região.
Os resultados dos bancos brasileiros no primeiro semestre já foram muito positivos. E tendem a ser ainda melhores nesta segunda metade do ano afirmou o presidente da Austin Rating, Erivelto Rodrigues.
Ganhos de bancos subiram 35% este ano
Pelos dados da Austin, o lucro apresentado por uma amostra de seis instituições (além de Itaú, Bradesco e Santander, também BMG, Industrial e Modal) alcança R$ 13,305 bilhões, o que representou um salto de 35,5% sobre junho de 2009. Neste mesmo período, a carteira total de crédito experimentou alta de 13,3% e as despesas com provisão para credores duvidosos despencaram 23,1%.
Rodrigues aposta na manutenção da forte demanda por crédito, com o acréscimo de que os spreads embutidos nessas operações (diferença entre as taxas pagas pelos bancos e os juros finais cobrados dos consumidores) continuaram a cair num ritmo menor do que o de liberação de novos empréstimos. A diminuição das despesas com provisão para créditos duvidosos e o aumento das receitas com tarifas terão também impacto positivo sobre o lucro final.
O próximo grande banco de varejo a divulgar seu balanço no semestre será o Banco do Brasil, no dia 16. A Austin prevê ganho próximo de R$ 4,8 bilhões, superando os R$ 4,5 bilhões do Bradesco.
As receitas com tarifas aumentaram 17,9%, enquanto as provisões registraram queda de 15,8%. Essa menor provisão foi resultado da redução da inadimplência. Considerando os créditos vencidos há mais de 90 dias, o calote caiu de 4,9%, em março, para 4,6% em junho. Em relação ao pico (5,9% em setembro passado), a redução chega a 1,3 ponto percentual.
O Itaú se valeu de créditos tributários para reduzir o desembolso com Imposto de Renda. O ganho (não-recorrente) foi de R$ 2,1 bilhões no semestre, na comparação com 2009. Por fim, o banco também viu sua carteira de crédito crescer 4% no segundo trimestre deste ano e 11,4% na comparação anual. A variação ficou abaixo da dos concorrentes, algo que o Itaú explica como sendo resultado do peso dos empréstimos para grandes empresas (que não têm crescido com o mesmo vigor de outras linhas). O banco prefere destacar que no segmento de varejo (que paga os maiores spreads) o aumento dos empréstimos chegou a 18,8% no semestre, em linha com a previsão para o ano todo (entre 18% e 23%).
Na hora de falar sobre inadimplência, o Itaú é mais cauteloso do que o mercado. Enquanto Bradesco e Santander veem espaço para novas quedas, o Itaú fala até em chance de um ligeiro aumento no terceiro trimestre.
Pode ser que suba um pouco ou caia um pouco disse o diretor-corporativo de Controladoria, Rogério Calderon, explicando que alguns agregados já indicaram risco de reversão.
Não vemos espaço para melhoria (dos indicadores de inadimplência). Mas já estamos em um patamar muito bom.
O mercado elogiou o balanço, mas não deixou de apontar problemas nos números. A analista Laura Lyra Schuch, da corretora Ativa, chamou a atenção para o crescimento nas despesas não decorrentes de juros (de 13%), justificadas pelo banco pelos gastos com propaganda relacionada à Copa e os custos para integração com o Unibanco, processo que só deve ser encerrado no início de 2011.
Na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), as ações PN (preferenciais, sem direito a voto) do banco recuaram 3,05% e as ON (ordinárias, com esse direito), 2,21%. Os papéis da Itausa PN caíram 3,96%. Segundo analistas, a queda não teve relação com o balanço, mas com a alta das ações nos últimos dias. Até o pregão de ontem, as ações ON do Itaú Unibanco haviam subido 14,78% em 20 dias e os papéis PN, 18,64%.
Colaborou Bruno Villas Bôas
Itaú Unibanco ganha R$ 6,4 bi. Brasileiros lideram ranking de bancos das Américas
Aguinaldo Novo
SÃO PAULO - O aumento da margem financeira com empréstimos e a queda da inadimplência levaram o Itaú Unibanco a registrar lucro líquido recorde no primeiro semestre deste ano. Maior banco privado do país, a instituição ganhou R$ 6,399 bilhões, um aumento de 39,5% em relação a 2009. Foi o melhor resultado entre os outros grandes bancos de varejo do país que já divulgaram seu balanço e o maior da história para o período de janeiro a junho.
Uma compilação feita pela Economatica mostra outro título: nenhum banco nas Américas apresentou até agora lucro maior do que a instituição brasileira. O Itaú Unibanco aparece com ganho de US$ 3,552 bilhões, seguido por dois outros bancos baseados no Brasil Bradesco (US$ 2,502 bilhões) e Santander (US$ 1,119 bilhão).
Em quarto, está a subsidiária mexicana do Santander e, só então, vem um representante dos EUA: o Northern Trust (US$ 356 milhões). Para fazer a comparação, a consultoria considerou um dólar médio de R$ 1,8015 em 30 de junho.
A lista ainda não inclui os gigantes americanos Bank of America, Wells Fargo, Citibank, Goldman Sachs e JP Morgan Chase, que pela ordem lideraram o ranking em 2009.
Mas a expectativa inicial é que, apoiados na forte expansão do mercado interno, os bancos brasileiros possam diminuir a distância que os separa dos líderes na região.
Os resultados dos bancos brasileiros no primeiro semestre já foram muito positivos. E tendem a ser ainda melhores nesta segunda metade do ano afirmou o presidente da Austin Rating, Erivelto Rodrigues.
Ganhos de bancos subiram 35% este ano
Pelos dados da Austin, o lucro apresentado por uma amostra de seis instituições (além de Itaú, Bradesco e Santander, também BMG, Industrial e Modal) alcança R$ 13,305 bilhões, o que representou um salto de 35,5% sobre junho de 2009. Neste mesmo período, a carteira total de crédito experimentou alta de 13,3% e as despesas com provisão para credores duvidosos despencaram 23,1%.
Rodrigues aposta na manutenção da forte demanda por crédito, com o acréscimo de que os spreads embutidos nessas operações (diferença entre as taxas pagas pelos bancos e os juros finais cobrados dos consumidores) continuaram a cair num ritmo menor do que o de liberação de novos empréstimos. A diminuição das despesas com provisão para créditos duvidosos e o aumento das receitas com tarifas terão também impacto positivo sobre o lucro final.
O próximo grande banco de varejo a divulgar seu balanço no semestre será o Banco do Brasil, no dia 16. A Austin prevê ganho próximo de R$ 4,8 bilhões, superando os R$ 4,5 bilhões do Bradesco.
As receitas com tarifas aumentaram 17,9%, enquanto as provisões registraram queda de 15,8%. Essa menor provisão foi resultado da redução da inadimplência. Considerando os créditos vencidos há mais de 90 dias, o calote caiu de 4,9%, em março, para 4,6% em junho. Em relação ao pico (5,9% em setembro passado), a redução chega a 1,3 ponto percentual.
O Itaú se valeu de créditos tributários para reduzir o desembolso com Imposto de Renda. O ganho (não-recorrente) foi de R$ 2,1 bilhões no semestre, na comparação com 2009. Por fim, o banco também viu sua carteira de crédito crescer 4% no segundo trimestre deste ano e 11,4% na comparação anual. A variação ficou abaixo da dos concorrentes, algo que o Itaú explica como sendo resultado do peso dos empréstimos para grandes empresas (que não têm crescido com o mesmo vigor de outras linhas). O banco prefere destacar que no segmento de varejo (que paga os maiores spreads) o aumento dos empréstimos chegou a 18,8% no semestre, em linha com a previsão para o ano todo (entre 18% e 23%).
Na hora de falar sobre inadimplência, o Itaú é mais cauteloso do que o mercado. Enquanto Bradesco e Santander veem espaço para novas quedas, o Itaú fala até em chance de um ligeiro aumento no terceiro trimestre.
Pode ser que suba um pouco ou caia um pouco disse o diretor-corporativo de Controladoria, Rogério Calderon, explicando que alguns agregados já indicaram risco de reversão.
Não vemos espaço para melhoria (dos indicadores de inadimplência). Mas já estamos em um patamar muito bom.
O mercado elogiou o balanço, mas não deixou de apontar problemas nos números. A analista Laura Lyra Schuch, da corretora Ativa, chamou a atenção para o crescimento nas despesas não decorrentes de juros (de 13%), justificadas pelo banco pelos gastos com propaganda relacionada à Copa e os custos para integração com o Unibanco, processo que só deve ser encerrado no início de 2011.
Na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), as ações PN (preferenciais, sem direito a voto) do banco recuaram 3,05% e as ON (ordinárias, com esse direito), 2,21%. Os papéis da Itausa PN caíram 3,96%. Segundo analistas, a queda não teve relação com o balanço, mas com a alta das ações nos últimos dias. Até o pregão de ontem, as ações ON do Itaú Unibanco haviam subido 14,78% em 20 dias e os papéis PN, 18,64%.
Colaborou Bruno Villas Bôas
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