DEU EM O GLOBO
Tucanos pedem investigação sobre agressões a José Serra em Campo Grande e ameaçam processar Lula
Adauri Antunes Barbosa
SÃO PAULO. Dois dias depois do incidente no Rio em que o candidato à Presidência da República José Serra (PSDB) foi atingido na cabeça, a coordenação de sua campanha entrou na Justiça Eleitoral com uma representação para apuração “de infração penal”. Mesmo com ameaças de processar também o presidente Lula e muitas críticas ao PT e à candidata Dilma Rousseff, somente dois militantes petistas são citados na representação, Sandro Alex de Oliveira Cézar, o Sandro Mata-Mosquito, e José Ribamar de Lima, diretor do Sindicato de Agentes de Combate a Endemias. Eles teriam convocado petistas para o evento em que Serra faria campanha no Rio.
Com a representação — que descreve os militantes do PT como “uma SS hitlerista” e os chama de “turba” —, a campanha tucana espera apurar um suposto crime dos petistas e ligar os fatos às declarações de Lula, que, no dia seguinte, disse que Serra simulou a agressão, após ser atingido “por uma bolinha de papel”.
— O presidente Lula, em vez de censurar os desordeiros, se permitiu caçoar da vítima — criticou o senador eleito Aloysio Nunes (PSDB-SP), um dos coordenadores da campanha tucana.
O presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), ameaçou também entrar com ação judicial contra Lula.
— Vamos cuidar disso (a representação) agora. Temos tempo para tudo. O desenvolvimento desta primeira medida jurídica poderá exigir outras — afirmou Guerra, lembrando que há evidências da relação entre o governo federal e a ação dos militantes. — Não precisa de muita explicação. Coisa do petismo, coisa do governo.
O pedido de representação encaminhado ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, tem como base os artigos 248, 331 e 332 da Lei Eleitoral, que não permitem que se impeça a propaganda eleitoral e preveem, em caso de condenação, prisão por até seis meses ou pagamento de multa. No documento, os advogados de Serra acusam os petistas de atuarem “nos moldes de uma SS hitlerista”.
— Eles usaram uma técnica patenteada pelos fascistas na Itália na década de 20, de trocar o debate de ideias pela desordem nas ruas e por porrada nos adversários.
Se isso continuar, vamos precisar pedir autorização do PT para existirmos politicamente — afirmou Nunes. — Uma manifestação pacífica foi brutalmente hostilizada e depois interrompida por uma tropa de choque preparada, organizada previamente e dirigida por militantes e políticos do PT.
Guerra acusou Lula: — Nossa campanha tem sido vitimada por uma ação desqualificada, autoritária e antidemocrática não apenas dos partidos que nos enfrentam de maneira geral, e do PT em particular, mas das forças que lhe dão sustentação, inclusive o presidente da República. Nossa indignação já é pública, temos agora que agir e nos preparar não apenas para a eleição, mas para defender a democracia.
O presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), que estava no evento em que houve o incidente com Serra, também criticou o presidente: — Ele não se portou como um presidente dos brasileiros, mas como o presidente de uma facção de um partido.
Tucanos pedem investigação sobre agressões a José Serra em Campo Grande e ameaçam processar Lula
Adauri Antunes Barbosa
SÃO PAULO. Dois dias depois do incidente no Rio em que o candidato à Presidência da República José Serra (PSDB) foi atingido na cabeça, a coordenação de sua campanha entrou na Justiça Eleitoral com uma representação para apuração “de infração penal”. Mesmo com ameaças de processar também o presidente Lula e muitas críticas ao PT e à candidata Dilma Rousseff, somente dois militantes petistas são citados na representação, Sandro Alex de Oliveira Cézar, o Sandro Mata-Mosquito, e José Ribamar de Lima, diretor do Sindicato de Agentes de Combate a Endemias. Eles teriam convocado petistas para o evento em que Serra faria campanha no Rio.
Com a representação — que descreve os militantes do PT como “uma SS hitlerista” e os chama de “turba” —, a campanha tucana espera apurar um suposto crime dos petistas e ligar os fatos às declarações de Lula, que, no dia seguinte, disse que Serra simulou a agressão, após ser atingido “por uma bolinha de papel”.
— O presidente Lula, em vez de censurar os desordeiros, se permitiu caçoar da vítima — criticou o senador eleito Aloysio Nunes (PSDB-SP), um dos coordenadores da campanha tucana.
O presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), ameaçou também entrar com ação judicial contra Lula.
— Vamos cuidar disso (a representação) agora. Temos tempo para tudo. O desenvolvimento desta primeira medida jurídica poderá exigir outras — afirmou Guerra, lembrando que há evidências da relação entre o governo federal e a ação dos militantes. — Não precisa de muita explicação. Coisa do petismo, coisa do governo.
O pedido de representação encaminhado ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, tem como base os artigos 248, 331 e 332 da Lei Eleitoral, que não permitem que se impeça a propaganda eleitoral e preveem, em caso de condenação, prisão por até seis meses ou pagamento de multa. No documento, os advogados de Serra acusam os petistas de atuarem “nos moldes de uma SS hitlerista”.
— Eles usaram uma técnica patenteada pelos fascistas na Itália na década de 20, de trocar o debate de ideias pela desordem nas ruas e por porrada nos adversários.
Se isso continuar, vamos precisar pedir autorização do PT para existirmos politicamente — afirmou Nunes. — Uma manifestação pacífica foi brutalmente hostilizada e depois interrompida por uma tropa de choque preparada, organizada previamente e dirigida por militantes e políticos do PT.
Guerra acusou Lula: — Nossa campanha tem sido vitimada por uma ação desqualificada, autoritária e antidemocrática não apenas dos partidos que nos enfrentam de maneira geral, e do PT em particular, mas das forças que lhe dão sustentação, inclusive o presidente da República. Nossa indignação já é pública, temos agora que agir e nos preparar não apenas para a eleição, mas para defender a democracia.
O presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), que estava no evento em que houve o incidente com Serra, também criticou o presidente: — Ele não se portou como um presidente dos brasileiros, mas como o presidente de uma facção de um partido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário