DEU NA FOLHA DE S. PAULO
SÃO PAULO - Na prancheta, como dizem os boleiros, Dilma Rousseff larga na frente no segundo turno. Isso por vários e bons motivos: o resultado obtido nas urnas (46,9% a 32,6% de Serra), a prosperidade econômica, a popularidade de Lula, a força da máquina federal etc.
Em campo, porém, as coisas não começam bem para Dilma. Surpreendida pelo revés, sua campanha buscou, como em 2006, com Lula, reunir logo aliados eleitos em torno da candidata. O que seria uma demonstração de força acabou lembrando um velório, no qual sobressaía a expressão derrotada (e o rosto muito inchado) da petista.
O QG dilmista procura agora tirar a polêmica do aborto da pauta. Mas de pouco adianta Ciro Gomes dizer que os tucanos propõem o tema "em termos calhordas e desonestos" se Dilma não consegue ser honesta consigo mesma. Seu contorcionismo é tanto nessa matéria que ela se arrisca a enrolar a língua.
A de Ciro, que volta à cena, sempre foi solta. Meses atrás, ao ser alijado por Lula da disputa, ele chamava o PMDB de "roçado de escândalos". Dizia também que "Dilma é melhor do que o Serra como pessoa, mas Serra é mais preparado, mais legítimo, mais capaz. Mais capaz, inclusive, de trair o conservadorismo e enfrentar a crise que conheceremos em um ou dois anos".
Até o PMDB, sempre ciente do seu papel "nesse negócio da governabilidade" (definição impagável de Renan Calheiros), decidiu exibir suas asinhas. Reunido com Michel Temer, o partido reclamou do "anonimato" a que foi relegado e aproveitou para cobrar do PT as derrotas de Geddel e de Hélio Costa.
Tudo isso seria só espuma retórica se todos já não tivessem percebido que o roteiro do segundo turno tende a ser distinto daquele de 2006, onde o PT busca inspiração.
Lá, 15 dias após o primeiro turno, Lula abriu 20 pontos sobre Geraldo Alckmin.
Agora, se Dilma tiver metade disso de vantagem, os petistas estarão agradecendo ao Senhor de joelhos -quem sabe até em latim.
SÃO PAULO - Na prancheta, como dizem os boleiros, Dilma Rousseff larga na frente no segundo turno. Isso por vários e bons motivos: o resultado obtido nas urnas (46,9% a 32,6% de Serra), a prosperidade econômica, a popularidade de Lula, a força da máquina federal etc.
Em campo, porém, as coisas não começam bem para Dilma. Surpreendida pelo revés, sua campanha buscou, como em 2006, com Lula, reunir logo aliados eleitos em torno da candidata. O que seria uma demonstração de força acabou lembrando um velório, no qual sobressaía a expressão derrotada (e o rosto muito inchado) da petista.
O QG dilmista procura agora tirar a polêmica do aborto da pauta. Mas de pouco adianta Ciro Gomes dizer que os tucanos propõem o tema "em termos calhordas e desonestos" se Dilma não consegue ser honesta consigo mesma. Seu contorcionismo é tanto nessa matéria que ela se arrisca a enrolar a língua.
A de Ciro, que volta à cena, sempre foi solta. Meses atrás, ao ser alijado por Lula da disputa, ele chamava o PMDB de "roçado de escândalos". Dizia também que "Dilma é melhor do que o Serra como pessoa, mas Serra é mais preparado, mais legítimo, mais capaz. Mais capaz, inclusive, de trair o conservadorismo e enfrentar a crise que conheceremos em um ou dois anos".
Até o PMDB, sempre ciente do seu papel "nesse negócio da governabilidade" (definição impagável de Renan Calheiros), decidiu exibir suas asinhas. Reunido com Michel Temer, o partido reclamou do "anonimato" a que foi relegado e aproveitou para cobrar do PT as derrotas de Geddel e de Hélio Costa.
Tudo isso seria só espuma retórica se todos já não tivessem percebido que o roteiro do segundo turno tende a ser distinto daquele de 2006, onde o PT busca inspiração.
Lá, 15 dias após o primeiro turno, Lula abriu 20 pontos sobre Geraldo Alckmin.
Agora, se Dilma tiver metade disso de vantagem, os petistas estarão agradecendo ao Senhor de joelhos -quem sabe até em latim.
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