DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
Durante homilia ao vivo, padre declarou que PT é a favor do aborto e pediu para os fiéis não votarem na candidata do partido
Mariângela Gallucci
Desgastada com setores da Igreja por causa da questão do aborto, a candidata Dilma Rousseff entrou em mais uma via de colisão com religiosos. Ontem, os advogados da petista pediram que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determine à TV Canção Nova, ligada à Igreja Católica, que transmita uma resposta da candidata e de sua coligação a supostas ofensas veiculadas pelo padre José Augusto em uma homilia exibida ao vivo pela emissora na terça-feira. De acordo com os advogados de Dilma, o sacerdote teria pedido aos fiéis que se mobilizassem e não votassem na candidata do PT.
Apesar de ter acionado o TSE, a defesa de Dilma não acredita que o pedido formal de direito de resposta possa aumentar a tensão entre a campanha da petista e uma parcela do eleitorado ligada a grupos religiosos que a acusam de defender a prática do aborto.
"Trata-se de um fato isolado que não corresponde à programação da emissora", afirmou o advogado Márcio Silva, que atua na defesa da petista.
"Dentre outras afirmações falsas e ofensivas, de cunho difamatório e calunioso, o referido padre afirma que o PT é a favor da interrupção de gestações indesejadas", sustentam os advogados no pedido de direito de resposta.
Alegações. Segundo a defesa, o religioso também teria imputado falsamente ao PT e a Dilma a intenção de restringir a liberdade de imprensa e de religião, de aprovar o casamento entre homossexuais e de transformar o País numa nação comunista. Os advogados alegam que não há nenhuma menção de apoio à prática do aborto no programa de governo incluído no registro de candidatura de Dilma, que foi aceito pelo TSE.
De acordo com a representação, que pede o direito de resposta de 15 minutos no horário matutino, o padre teria dito que os rumos da nação brasileira estão prestes a mudar, e para pior, se o PT vencer. "Podem me matar, podem me prender, podem fazer o que quiser. Não tenho advogado nenhum. Podem me processar e, se tiver de ser preso, serei. Não tem problema, mas eu não posso me calar diante de um partido que está apoiando o aborto, e a Igreja não aprova", teria dito o padre, segundo a representação.
Os advogados afirmam que, pela legislação eleitoral, desde o dia 1.º de julho as emissoras de televisão estão proibidas de veicular propaganda política ou difundir opinião favorável ou contrária a candidatos, conferindo tratamento privilegiado a candidatura adversária.
"A emissora de televisão TV Canção Nova veiculou homilia do padre José Augusto contendo opiniões contrárias à candidata Dilma Rousseff e ao Partido dos Trabalhadores, integrante da coligação Para o Brasil Seguir Mudando, pedindo aos telespectadores que não votem no PT e em sua candidata ao segundo turno", argumentam os advogados.
Para a defesa de Dilma Rousseff, além de veicular opinião contrária ao PT e a Dilma, teriam sido transmitidas graves ofensas à honra e à reputação, o que seria suficiente para garantir o direito de resposta.
De acordo com os advogados, ao dizer que poderia ser morto ou preso em virtude de suas afirmações, o padre teria feito uma "clara sugestão caluniosa de que o PT poderia praticar algum crime contra a sua integridade física".
Plínio. Dilma foi a única que, no primeiro turno, não compareceu ao debate promovido pela Canção Nova com os candidatos à Presidência. Na ocasião, o candidato do PSOL, Plínio de Arruda Sampaio, empolgou a plateia com uma declaração contra a petista. "Dos quatro candidatos, tem uma que não podia deixar de estar aqui. O meio cristão sabe muito bem quem é José Serra, quem é Marina e eu acho que nenhum dos bispos e padres que estão aqui deixam de me conhecer.
No entanto, essa senhora, que é uma incógnita, que não sabemos quem é, que foi inventada pelo Lula, manda uma cartinha cheia de platitudes, foge do debate", atacou o então candidato.
Durante homilia ao vivo, padre declarou que PT é a favor do aborto e pediu para os fiéis não votarem na candidata do partido
Mariângela Gallucci
Desgastada com setores da Igreja por causa da questão do aborto, a candidata Dilma Rousseff entrou em mais uma via de colisão com religiosos. Ontem, os advogados da petista pediram que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determine à TV Canção Nova, ligada à Igreja Católica, que transmita uma resposta da candidata e de sua coligação a supostas ofensas veiculadas pelo padre José Augusto em uma homilia exibida ao vivo pela emissora na terça-feira. De acordo com os advogados de Dilma, o sacerdote teria pedido aos fiéis que se mobilizassem e não votassem na candidata do PT.
Apesar de ter acionado o TSE, a defesa de Dilma não acredita que o pedido formal de direito de resposta possa aumentar a tensão entre a campanha da petista e uma parcela do eleitorado ligada a grupos religiosos que a acusam de defender a prática do aborto.
"Trata-se de um fato isolado que não corresponde à programação da emissora", afirmou o advogado Márcio Silva, que atua na defesa da petista.
"Dentre outras afirmações falsas e ofensivas, de cunho difamatório e calunioso, o referido padre afirma que o PT é a favor da interrupção de gestações indesejadas", sustentam os advogados no pedido de direito de resposta.
Alegações. Segundo a defesa, o religioso também teria imputado falsamente ao PT e a Dilma a intenção de restringir a liberdade de imprensa e de religião, de aprovar o casamento entre homossexuais e de transformar o País numa nação comunista. Os advogados alegam que não há nenhuma menção de apoio à prática do aborto no programa de governo incluído no registro de candidatura de Dilma, que foi aceito pelo TSE.
De acordo com a representação, que pede o direito de resposta de 15 minutos no horário matutino, o padre teria dito que os rumos da nação brasileira estão prestes a mudar, e para pior, se o PT vencer. "Podem me matar, podem me prender, podem fazer o que quiser. Não tenho advogado nenhum. Podem me processar e, se tiver de ser preso, serei. Não tem problema, mas eu não posso me calar diante de um partido que está apoiando o aborto, e a Igreja não aprova", teria dito o padre, segundo a representação.
Os advogados afirmam que, pela legislação eleitoral, desde o dia 1.º de julho as emissoras de televisão estão proibidas de veicular propaganda política ou difundir opinião favorável ou contrária a candidatos, conferindo tratamento privilegiado a candidatura adversária.
"A emissora de televisão TV Canção Nova veiculou homilia do padre José Augusto contendo opiniões contrárias à candidata Dilma Rousseff e ao Partido dos Trabalhadores, integrante da coligação Para o Brasil Seguir Mudando, pedindo aos telespectadores que não votem no PT e em sua candidata ao segundo turno", argumentam os advogados.
Para a defesa de Dilma Rousseff, além de veicular opinião contrária ao PT e a Dilma, teriam sido transmitidas graves ofensas à honra e à reputação, o que seria suficiente para garantir o direito de resposta.
De acordo com os advogados, ao dizer que poderia ser morto ou preso em virtude de suas afirmações, o padre teria feito uma "clara sugestão caluniosa de que o PT poderia praticar algum crime contra a sua integridade física".
Plínio. Dilma foi a única que, no primeiro turno, não compareceu ao debate promovido pela Canção Nova com os candidatos à Presidência. Na ocasião, o candidato do PSOL, Plínio de Arruda Sampaio, empolgou a plateia com uma declaração contra a petista. "Dos quatro candidatos, tem uma que não podia deixar de estar aqui. O meio cristão sabe muito bem quem é José Serra, quem é Marina e eu acho que nenhum dos bispos e padres que estão aqui deixam de me conhecer.
No entanto, essa senhora, que é uma incógnita, que não sabemos quem é, que foi inventada pelo Lula, manda uma cartinha cheia de platitudes, foge do debate", atacou o então candidato.
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