DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
Relatórios bancários e rumores sobre a estatal provocam queda de 7,5%
Em dois dias marcados por intensa boataria entre operadores do mercado financeiro e pelos efeitos de relatórios bancários desfavoráveis para o comportamento de suas ações, a Petrobras perdeu R$ 24,9 bilhões de valor em bolsa. Na comparação com o início da semana, a perda foi ainda maior: R$ 28,4 bilhões. A queda foi de 7,5% ante os R$ 380,82 bilhões que a empresa valia na segunda-feira, contabilizados os ganhos da capitalização. As ações preferenciais registraram ontem a menor cotação em 18 meses, afetadas pela expectativa de supostas denúncias de irregularidades na empresa e no processo de capitalização. "O mercado acionário é movido por inúmeras variáveis difíceis de quantificar", disse o diretor financeiro da Petrobras, A1mir Barbassa. Desconsiderando as oscilações, o presidente Lula disse ontem ter orgulho de "ter participado da maior capitalização da humanidade".
Petrobrás perde R$ 28 bilhões com relatórios de bancos e boatos
Ações registraram a menor cotação em 18 meses, depois que bancos rebaixaram recomendações e com fortes rumores sobre denúncias
Irany Tereza, Kelly Lima, Nicola Pamplona e Mônica Ciarelli
Em dois dias marcados por intensa boataria entre operadores do mercado financeiro e pelos efeitos de relatórios bancários desfavoráveis para o comportamento de suas ações, a Petrobrás perdeu, R$ 24,9 bilhões de valor em bolsa. Na comparação com o início da semana, a perda foi ainda maior: R$ 28,4 bilhões, o equivalente a uma empresa do porte da Vivo.
A queda foi de 7,5% em relação ao que a empresa valia na segunda-feira. Naquela ocasião, contabilizados os ganhos do fechamento da oferta suplementar da capitalização, a empresa bateu R$ 380,82 bilhões em bolsa. Ontem, pelos cálculos da consultoria Economática, a empresa encerrou o pregão da Bovespa com valor de mercado de R$ 352,43 bilhões.
Desconsiderando as fortes oscilações dos papéis da empresa pós-capitalização, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou de forma ufanista sobre os rumos da empresa na solenidade que marcou a ampliação do Centro de Pesquisas (Cenpes) da estatal. E previu que a companhia ocupará a primeira colocação no ranking mundial, entre seus pares internacionais.
"Eu tive o orgulho - eu, um metalúrgico que virou presidente da República - de ter participado na semana passada da maior capitalização da Humanidade. A maior do capitalismo, e que elevou o patrimônio da Petrobrás para US$ 220 bilhões. Não é real não! É em dólares! Virou a segunda empresa no mundo, só perdendo para Exxon... por enquanto. Mas o Estrella (Guilherme Estrella, diretor de Exploração e Produção) promete mais pré-sal por aí...", disse Lula.
As ações preferenciais registraram ontem a menor cotação em 18 meses, arrastadas por uma onda de rumores que os analistas não sabem de onde partiu e que envolveu desde expectativas de denúncias de irregularidades no comando da empresa a supostos ganhos ilegais no processo de capitalização. Nada ocorreu de concreto, mas a intensidade dos efeitos dos boatos surpreendeu analistas que acompanham a movimentação dos papéis da empresa.
"A movimentação com as ações da Petrobrás foi muito forte, principalmente pela manhã. Só nas primeiras duas horas de funcionamento do pregão foram movimentados R$ 800 milhões. Depois, a situação se acalmou um pouco e o ritmo de venda diminuiu", comentou o chefe da área de análise da Modal Asset Management, Eduardo Roche.
Bancos. Parte do "efeito manada" foi atribuído pelos próprios analistas aos relatórios recém-divulgados de seis bancos - cinco deles diretamente envolvidos no processo da oferta pública das ações - com avaliações menos otimistas sobre o comportamento esperado para os papéis. Dois rebaixaram suas recomendações de compra e outros quatro reduziram o preço-alvo.
"O mercado acionário é movido por inúmeras variáveis que são difíceis de quantificar", disse o diretor financeiro da Petrobrás, Almir Barbassa, em entrevista concedida ontem para explicar a capitalização. Presente à entrevista, o presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, afirmou que o ajuste de preços é natural, diante do grande volume de ações vendidas na capitalização. Gabrielli não quis comentar o impacto dos rumores sobre os papéis, alegando que não fala sobre boatos.
"Acredito que o mercado vai rapidamente se ajustar a isso e voltar a uma perspectiva de crescimento, não de curto prazo, porque somos uma empresa de longo prazo", disse o executivo, em declarações pautadas pelo otimismo, citando a perspectiva de atingir reservas de 35 bilhões de barris em cinco anos - hoje, a empresa tem 14 bilhões de barris. "É um potencial de crescimento único no mundo."
Ele adiantou que a Petrobrás precisará captar no mercado mais US$ 60 bilhões nos próximos cinco anos, para cumprir seu plano de investimentos, de US$ 224 bilhões. Os executivos, porém, negaram a possibilidade de uma nova capitalização, conforme sugerido por um dos relatórios do mercado financeiro distribuídos esta semana.
Relatórios bancários e rumores sobre a estatal provocam queda de 7,5%
Em dois dias marcados por intensa boataria entre operadores do mercado financeiro e pelos efeitos de relatórios bancários desfavoráveis para o comportamento de suas ações, a Petrobras perdeu R$ 24,9 bilhões de valor em bolsa. Na comparação com o início da semana, a perda foi ainda maior: R$ 28,4 bilhões. A queda foi de 7,5% ante os R$ 380,82 bilhões que a empresa valia na segunda-feira, contabilizados os ganhos da capitalização. As ações preferenciais registraram ontem a menor cotação em 18 meses, afetadas pela expectativa de supostas denúncias de irregularidades na empresa e no processo de capitalização. "O mercado acionário é movido por inúmeras variáveis difíceis de quantificar", disse o diretor financeiro da Petrobras, A1mir Barbassa. Desconsiderando as oscilações, o presidente Lula disse ontem ter orgulho de "ter participado da maior capitalização da humanidade".
Petrobrás perde R$ 28 bilhões com relatórios de bancos e boatos
Ações registraram a menor cotação em 18 meses, depois que bancos rebaixaram recomendações e com fortes rumores sobre denúncias
Irany Tereza, Kelly Lima, Nicola Pamplona e Mônica Ciarelli
Em dois dias marcados por intensa boataria entre operadores do mercado financeiro e pelos efeitos de relatórios bancários desfavoráveis para o comportamento de suas ações, a Petrobrás perdeu, R$ 24,9 bilhões de valor em bolsa. Na comparação com o início da semana, a perda foi ainda maior: R$ 28,4 bilhões, o equivalente a uma empresa do porte da Vivo.
A queda foi de 7,5% em relação ao que a empresa valia na segunda-feira. Naquela ocasião, contabilizados os ganhos do fechamento da oferta suplementar da capitalização, a empresa bateu R$ 380,82 bilhões em bolsa. Ontem, pelos cálculos da consultoria Economática, a empresa encerrou o pregão da Bovespa com valor de mercado de R$ 352,43 bilhões.
Desconsiderando as fortes oscilações dos papéis da empresa pós-capitalização, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou de forma ufanista sobre os rumos da empresa na solenidade que marcou a ampliação do Centro de Pesquisas (Cenpes) da estatal. E previu que a companhia ocupará a primeira colocação no ranking mundial, entre seus pares internacionais.
"Eu tive o orgulho - eu, um metalúrgico que virou presidente da República - de ter participado na semana passada da maior capitalização da Humanidade. A maior do capitalismo, e que elevou o patrimônio da Petrobrás para US$ 220 bilhões. Não é real não! É em dólares! Virou a segunda empresa no mundo, só perdendo para Exxon... por enquanto. Mas o Estrella (Guilherme Estrella, diretor de Exploração e Produção) promete mais pré-sal por aí...", disse Lula.
As ações preferenciais registraram ontem a menor cotação em 18 meses, arrastadas por uma onda de rumores que os analistas não sabem de onde partiu e que envolveu desde expectativas de denúncias de irregularidades no comando da empresa a supostos ganhos ilegais no processo de capitalização. Nada ocorreu de concreto, mas a intensidade dos efeitos dos boatos surpreendeu analistas que acompanham a movimentação dos papéis da empresa.
"A movimentação com as ações da Petrobrás foi muito forte, principalmente pela manhã. Só nas primeiras duas horas de funcionamento do pregão foram movimentados R$ 800 milhões. Depois, a situação se acalmou um pouco e o ritmo de venda diminuiu", comentou o chefe da área de análise da Modal Asset Management, Eduardo Roche.
Bancos. Parte do "efeito manada" foi atribuído pelos próprios analistas aos relatórios recém-divulgados de seis bancos - cinco deles diretamente envolvidos no processo da oferta pública das ações - com avaliações menos otimistas sobre o comportamento esperado para os papéis. Dois rebaixaram suas recomendações de compra e outros quatro reduziram o preço-alvo.
"O mercado acionário é movido por inúmeras variáveis que são difíceis de quantificar", disse o diretor financeiro da Petrobrás, Almir Barbassa, em entrevista concedida ontem para explicar a capitalização. Presente à entrevista, o presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, afirmou que o ajuste de preços é natural, diante do grande volume de ações vendidas na capitalização. Gabrielli não quis comentar o impacto dos rumores sobre os papéis, alegando que não fala sobre boatos.
"Acredito que o mercado vai rapidamente se ajustar a isso e voltar a uma perspectiva de crescimento, não de curto prazo, porque somos uma empresa de longo prazo", disse o executivo, em declarações pautadas pelo otimismo, citando a perspectiva de atingir reservas de 35 bilhões de barris em cinco anos - hoje, a empresa tem 14 bilhões de barris. "É um potencial de crescimento único no mundo."
Ele adiantou que a Petrobrás precisará captar no mercado mais US$ 60 bilhões nos próximos cinco anos, para cumprir seu plano de investimentos, de US$ 224 bilhões. Os executivos, porém, negaram a possibilidade de uma nova capitalização, conforme sugerido por um dos relatórios do mercado financeiro distribuídos esta semana.
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