DEU EM O GLOBO
Especialistas aprovam tom mais incisivo dos dois, mas têm dúvidas se isso renderá votos
Cristina Azevedo
Especialistas ouvidos pelo GLOBO viram no debate de ontem um corte em relação à campanha do primeiro turno, em que a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, e o candidato do PSDB, José Serra, evitavam o confronto direto.
Para eles, houve uma atmosfera de ataque e de contraataques, em que temas polêmicos antes evitados como o escândalo envolvendo a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra, ex-braço-direito de Dilma foram abordados.
Mas, mesmo tornando o debate mais emocionante, esse clima de confronto pode não se traduzir em votos para nenhum dos dois candidatos, opinam.
Além disso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi o grande ausente no debate de ontem, na análise dos especialistas ouvidos pelo GLOBO.
Se nos enfrentamentos anteriores ele era citado tanto pela candidata do PT quanto pelo do PSDB, desta vez as menções ao seu nome foram poucas de lado a lado.
Dilma já demonstra mais experiência Para Eurico Figueiredo, professor do curso de pós-graduação de Ciência Política da Universidade Federal Fluminense, o debate de ontem foi mais emocional que os anteriores, e o candidato do PSDB, José Serra, mostrou-se mais agressivo do que vinha sendo.
Serra fez duas coisas que lhe cobravam muito: mostrar sua trajetória como político profissional e tocar em pontos polêmicos, como o caso Erenice. Ele se mostrou mais agressivo e isso lhe dá uma vantagem, ao meu ver disse Figueiredo.
Para Figueiredo, Dilma foi assertiva, mas teve menos fluência do que Serra.
O professor de História Contemporânea Daniel Aarão Reis, por sua vez, acha que Dilma parecia insegura a princípio, atingida pelos ataques que vem sofrendo, e exprimiu isso com franqueza e sinceridade. No segundo bloco, no entanto, ela recuperou o autocontrole e mostrou conhecimento dos temas discutidos. Sobre Serra, Reis destaca que, embora atacado no debate sobre privatizações, teve como ponto forte a articulação e o autocontrole.
O debate mostrou também uma Dilma Rousseff já um pouco mais habituada à política.
Se não respondeu a todas as perguntas, na opinião de Figueiredo, ela demonstrou certa sagacidade política ao trazer temas que não dominava para áreas que conhecia melhor.
Foi o primeiro debate frente a frente dela, e ela já se mostrou mais experiente.
Também foi autêntica, o que permitiu conhecê-la um pouco melhor disse Figueiredo.
Serra também foi ele mesmo. Nesse sentido, o debate foi bom. Acho que ela foi bem, mas ele foi melhor.
Lula não se materializou no debate Sobre uma certa ausência do presidente Lula no debate, Figueiredo acredita que isso foi uma decisão acertada do lado de Serra, que desta vez se mostrou mais como um opositor, mas errada do lado de Dilma, que tem no presidente seu principal aliado.
Desta vez, Lula foi praticamente um fantasma, não se materializou no debate.
Reis, por seu lado, destaca que o clima de ataques e contraataques pode não contribuir para a elucidação das propostas dos candidatos.
Talvez eu esteja exagerando, mas acho que os dois candidatos estão perdendo.
Talvez Serra esteja perdendo menos, pela sua maior capacidade de articulação e por aparentar maior autocontrole disse Reis, para quem Serra se saiu melhor ao discutir a segurança e a saúde; enquanto Dilma foi melhor na discussão sobre privatizações.
Figueiredo também concorda com os resultados dúbios dos ataques de ontem: Isso pode levar a um resultado negativo para os dois afirmou.
Especialistas aprovam tom mais incisivo dos dois, mas têm dúvidas se isso renderá votos
Cristina Azevedo
Especialistas ouvidos pelo GLOBO viram no debate de ontem um corte em relação à campanha do primeiro turno, em que a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, e o candidato do PSDB, José Serra, evitavam o confronto direto.
Para eles, houve uma atmosfera de ataque e de contraataques, em que temas polêmicos antes evitados como o escândalo envolvendo a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra, ex-braço-direito de Dilma foram abordados.
Mas, mesmo tornando o debate mais emocionante, esse clima de confronto pode não se traduzir em votos para nenhum dos dois candidatos, opinam.
Além disso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi o grande ausente no debate de ontem, na análise dos especialistas ouvidos pelo GLOBO.
Se nos enfrentamentos anteriores ele era citado tanto pela candidata do PT quanto pelo do PSDB, desta vez as menções ao seu nome foram poucas de lado a lado.
Dilma já demonstra mais experiência Para Eurico Figueiredo, professor do curso de pós-graduação de Ciência Política da Universidade Federal Fluminense, o debate de ontem foi mais emocional que os anteriores, e o candidato do PSDB, José Serra, mostrou-se mais agressivo do que vinha sendo.
Serra fez duas coisas que lhe cobravam muito: mostrar sua trajetória como político profissional e tocar em pontos polêmicos, como o caso Erenice. Ele se mostrou mais agressivo e isso lhe dá uma vantagem, ao meu ver disse Figueiredo.
Para Figueiredo, Dilma foi assertiva, mas teve menos fluência do que Serra.
O professor de História Contemporânea Daniel Aarão Reis, por sua vez, acha que Dilma parecia insegura a princípio, atingida pelos ataques que vem sofrendo, e exprimiu isso com franqueza e sinceridade. No segundo bloco, no entanto, ela recuperou o autocontrole e mostrou conhecimento dos temas discutidos. Sobre Serra, Reis destaca que, embora atacado no debate sobre privatizações, teve como ponto forte a articulação e o autocontrole.
O debate mostrou também uma Dilma Rousseff já um pouco mais habituada à política.
Se não respondeu a todas as perguntas, na opinião de Figueiredo, ela demonstrou certa sagacidade política ao trazer temas que não dominava para áreas que conhecia melhor.
Foi o primeiro debate frente a frente dela, e ela já se mostrou mais experiente.
Também foi autêntica, o que permitiu conhecê-la um pouco melhor disse Figueiredo.
Serra também foi ele mesmo. Nesse sentido, o debate foi bom. Acho que ela foi bem, mas ele foi melhor.
Lula não se materializou no debate Sobre uma certa ausência do presidente Lula no debate, Figueiredo acredita que isso foi uma decisão acertada do lado de Serra, que desta vez se mostrou mais como um opositor, mas errada do lado de Dilma, que tem no presidente seu principal aliado.
Desta vez, Lula foi praticamente um fantasma, não se materializou no debate.
Reis, por seu lado, destaca que o clima de ataques e contraataques pode não contribuir para a elucidação das propostas dos candidatos.
Talvez eu esteja exagerando, mas acho que os dois candidatos estão perdendo.
Talvez Serra esteja perdendo menos, pela sua maior capacidade de articulação e por aparentar maior autocontrole disse Reis, para quem Serra se saiu melhor ao discutir a segurança e a saúde; enquanto Dilma foi melhor na discussão sobre privatizações.
Figueiredo também concorda com os resultados dúbios dos ataques de ontem: Isso pode levar a um resultado negativo para os dois afirmou.
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