DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
Uma semana antes da eleição o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso depositava ainda um fio de esperança na possibilidade de José Serra se eleger presidente da República.
Era o FH protocolarmente otimista. O FH realista falava como integrante da oposição ao governo a ser eleito para suceder ao de Luiz Inácio da Silva. Falava sobre o futuro do PSDB, que, se não fizesse mudanças drásticas de comportamento, na opinião dele tenderia a se acabar. Se não de fato, pelo menos em termos de importância no jogo político.
A previsão de extinção, mostra o balanço final dos resultados, estava claramente contaminada pela irritação - comum à amplíssima maioria de tucanos e simpatizantes - com a conduta do partido em geral e José Serra em particular, nestas eleições.
A oposição, afinal, não se saiu tão mal como era esperado às vésperas do primeiro turno, quando se previa que o governo faria terra arrasada das hostes oposicionistas.
Considerando o DEM, que elegeu dois governadores, ficou no comando de dez Estados, que representam mais de 52% da população e são responsáveis pela metade do PIB do Brasil.
Reduziu seu poder no Congresso, é verdade, e isso complica bastante a atuação.
Mas, como vem dizendo Fernando Henrique desde que o PSDB passou a ser oposição, a partir de janeiro de 2003, os políticos devem começar a pensar em buscar forças menos entre si e mais na sociedade.
A declaração do ex-presidente em 31 de outubro, ainda com as urnas abertas, combinou perfeitamente com o estado de espírito que exibia uma semana antes.
"O governo de Lula e o PT dinamitaram todas as pontes", disse ele a propósito de uma possível aproximação entre os dois partidos no governo de Dilma Rousseff.
O ex-presidente acha que não há razão para contemporizar nem patrocinar tréguas - não disse com essas palavras, mas deu a entender que o PSDB passou os últimos oito anos em regime de quarentena.
Fernando Henrique manifestou disposição de voltar à política partidária com empenho e participação ativa na direção.
Sintomaticamente, naquele sábado a oito dias da eleição, não falou em Serra. Mas em procurar Aécio Neves já no dia seguinte à votação para conversar sobre a necessidade de a oposição ser mais contundente, de o PSDB valorizar seu patrimônio, de retomar o diálogo com a sociedade correndo atrás da própria representatividade e de não esperar que a mobilização se esfrie.
Essa concepção toda está nas entrelinhas das palavras de José Serra no domingo, no discurso em que reconheceu a derrota, cumprimentou a presidente eleita e agradeceu aos eleitores com um "até breve".
Surpreendeu porque se esperava que dissesse "adeus" e deu margem à interpretação de que se lançava candidato a algo. Engano. Apenas procurava fazer jus à votação recebida e ao combinado de não deixar o moral esmorecer nem deixar a tropa oposicionista se dispersar.
A referência não era pessoal, por dois motivos: naquele momento Serra não teria a menor condição de pensar em candidaturas futuras e, contrariamente ao que houve em 2006, quando desistiu de brigar com Geraldo Alckmin pela legenda, agora o destino dele não será decidido por sua vontade.
Mercado futuro. Logo depois da eleição, comentando sobre o destino dos 20 milhões de votos recebidos no primeiro turno por Marina Silva e o uso que ela fará desse patrimônio no futuro, o deputado Aldo Rebele lembrou que não existe "caderneta de poupança de votos".
Ou seja, a votação recebida hoje não se repete amanhã sem que se articule muito bem e com muito esforço o futuro junto aos eleitores.
Vale para Marina e vale para todos os demais atores da cena política. Inclusive para o PSDB e seus 43 milhões de votos.
Beira do mar. Depois de amanhã o PMDB em peso estará no Rio para o casamento da filha do líder do partido e pretendente a presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves.
Uma semana antes da eleição o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso depositava ainda um fio de esperança na possibilidade de José Serra se eleger presidente da República.
Era o FH protocolarmente otimista. O FH realista falava como integrante da oposição ao governo a ser eleito para suceder ao de Luiz Inácio da Silva. Falava sobre o futuro do PSDB, que, se não fizesse mudanças drásticas de comportamento, na opinião dele tenderia a se acabar. Se não de fato, pelo menos em termos de importância no jogo político.
A previsão de extinção, mostra o balanço final dos resultados, estava claramente contaminada pela irritação - comum à amplíssima maioria de tucanos e simpatizantes - com a conduta do partido em geral e José Serra em particular, nestas eleições.
A oposição, afinal, não se saiu tão mal como era esperado às vésperas do primeiro turno, quando se previa que o governo faria terra arrasada das hostes oposicionistas.
Considerando o DEM, que elegeu dois governadores, ficou no comando de dez Estados, que representam mais de 52% da população e são responsáveis pela metade do PIB do Brasil.
Reduziu seu poder no Congresso, é verdade, e isso complica bastante a atuação.
Mas, como vem dizendo Fernando Henrique desde que o PSDB passou a ser oposição, a partir de janeiro de 2003, os políticos devem começar a pensar em buscar forças menos entre si e mais na sociedade.
A declaração do ex-presidente em 31 de outubro, ainda com as urnas abertas, combinou perfeitamente com o estado de espírito que exibia uma semana antes.
"O governo de Lula e o PT dinamitaram todas as pontes", disse ele a propósito de uma possível aproximação entre os dois partidos no governo de Dilma Rousseff.
O ex-presidente acha que não há razão para contemporizar nem patrocinar tréguas - não disse com essas palavras, mas deu a entender que o PSDB passou os últimos oito anos em regime de quarentena.
Fernando Henrique manifestou disposição de voltar à política partidária com empenho e participação ativa na direção.
Sintomaticamente, naquele sábado a oito dias da eleição, não falou em Serra. Mas em procurar Aécio Neves já no dia seguinte à votação para conversar sobre a necessidade de a oposição ser mais contundente, de o PSDB valorizar seu patrimônio, de retomar o diálogo com a sociedade correndo atrás da própria representatividade e de não esperar que a mobilização se esfrie.
Essa concepção toda está nas entrelinhas das palavras de José Serra no domingo, no discurso em que reconheceu a derrota, cumprimentou a presidente eleita e agradeceu aos eleitores com um "até breve".
Surpreendeu porque se esperava que dissesse "adeus" e deu margem à interpretação de que se lançava candidato a algo. Engano. Apenas procurava fazer jus à votação recebida e ao combinado de não deixar o moral esmorecer nem deixar a tropa oposicionista se dispersar.
A referência não era pessoal, por dois motivos: naquele momento Serra não teria a menor condição de pensar em candidaturas futuras e, contrariamente ao que houve em 2006, quando desistiu de brigar com Geraldo Alckmin pela legenda, agora o destino dele não será decidido por sua vontade.
Mercado futuro. Logo depois da eleição, comentando sobre o destino dos 20 milhões de votos recebidos no primeiro turno por Marina Silva e o uso que ela fará desse patrimônio no futuro, o deputado Aldo Rebele lembrou que não existe "caderneta de poupança de votos".
Ou seja, a votação recebida hoje não se repete amanhã sem que se articule muito bem e com muito esforço o futuro junto aos eleitores.
Vale para Marina e vale para todos os demais atores da cena política. Inclusive para o PSDB e seus 43 milhões de votos.
Beira do mar. Depois de amanhã o PMDB em peso estará no Rio para o casamento da filha do líder do partido e pretendente a presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves.
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