"Pensar 1954-1955 buscando a “atualidade” da então chamada “revolução brasileira” implicava discernir elementos conjunturais (a expansão do nacionalismo como movimento de opinião pública, a defesa da Constituição e das instituições) e relevar um elemento mais ligado ao “estrutural”, bem presente naquele tempo: os grupos nacional-populares que se referenciavam (dizendo ao modo da época) pela chamada burguesia nacional. Alijados então do aparelho do Estado, no desdobramento de 1954-55, aos olhos dos comunistas, tais grupos políticos seriam importantes ao encaminhamento das reformas capitalistas, agora em um tempo democrático em que se havia constituído um governo eleito (JK) de composição heterogênea (com ala entreguista e quadros nacionalistas).
No seu excurso elaborativo, Guedes não movimentava uma interpretação da formação social, como Caio Prado, mas firmava ponto de vista alternativo ao dogmatismo, com o qual pensava metas viáveis ao agir consciente dos protagonistas viventes na circunstância (PCB, setores ativos da frente única). Dizia assim em seu texto de 1957: “O dogmatismo no seio do PCB impediu-nos de refletir, no pensamento político, a realidade do país”. Ao projetar tendências que divisava a partir da sua leitura do nexo 1954-55 buscando extrair coordenadas de ação para que seu partido aspirasse a uma existência real e contribuir com as “reformas estruturais” daquele tempo, Guedes termina sendo o autor que mais se aventura a perfilar uma imagem de como se concretizaria a “revolução brasileira”. "
(Raimundo Santos. "Teoria e prática no nosso marxismo político (antecedentes do campo da “revolução passiva”). In: Interpretações, Estudos Rurais e Política – Roberto José Moreira e Regina Bruno, Orgs., editoras Mauad e Universidade Rural do Rio de Janeiro, 2010.)
No seu excurso elaborativo, Guedes não movimentava uma interpretação da formação social, como Caio Prado, mas firmava ponto de vista alternativo ao dogmatismo, com o qual pensava metas viáveis ao agir consciente dos protagonistas viventes na circunstância (PCB, setores ativos da frente única). Dizia assim em seu texto de 1957: “O dogmatismo no seio do PCB impediu-nos de refletir, no pensamento político, a realidade do país”. Ao projetar tendências que divisava a partir da sua leitura do nexo 1954-55 buscando extrair coordenadas de ação para que seu partido aspirasse a uma existência real e contribuir com as “reformas estruturais” daquele tempo, Guedes termina sendo o autor que mais se aventura a perfilar uma imagem de como se concretizaria a “revolução brasileira”. "
(Raimundo Santos. "Teoria e prática no nosso marxismo político (antecedentes do campo da “revolução passiva”). In: Interpretações, Estudos Rurais e Política – Roberto José Moreira e Regina Bruno, Orgs., editoras Mauad e Universidade Rural do Rio de Janeiro, 2010.)
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