Dilma Rousseff completou ontem um mês e meio como presidente. Está fazendo bom ou mau governo? Essa é a pergunta mais ouvida em Brasília.
Não há métrica capaz de aferir com precisão a qualidade do mandato da petista em tão pouco tempo -exceto, é claro, para alguns bolsões da mídia, uma espécie de PMDB do jornalismo, aquela turma propensa à adesão imediata e "con gusto".
Se uma maneira de julgar o governo é o relacionamento entre a presidente e o Congresso, pouca coisa ainda mudou. A possível votação de hoje para definir o valor do salário mínimo foi (e está sendo) precedida pelos mecanismos de sempre. Uma combinação nefanda de chantagem e baixo fisiologismo. Foi assim com sucessivos ocupantes do Planalto pós-ditadura -Sarney, Collor, Itamar, FHC e Lula.
Emendas ao Orçamento propostas por deputados e senadores e nomeações para cargos políticos só serão consubstanciadas depois da votação do salário mínimo. Os que ajudarem a aprovar os R$ 545 terão a devida recompensa. Aos demais, a amargura da "realpolitik".
Pode-se argumentar, com razão, que Dilma evita por enquanto dar espaço para uma certa banda podre dos seus aliados -do PT ao PMDB. Sobre a concessão de emendas e cargos em troca de votos, é também um fato que a presidente não tem muita escolha. Os métodos e os costumes são esses mesmos. Seria ocioso (e ingênuo) tentar fazer de outra forma com apenas um mês e meio de mandato.
Tudo considerado, é cedo para julgar Dilma. O estilo circunspecto é um alívio para quem não tolerava mais ouvir "ad nauseam" as alegorias retóricas de Lula. Mas essa é apenas a forma. Não garante o sucesso de uma administração.
Nos próximos meses, Dilma terá a chance de mostrar se alterou de maneira real certos maus costumes na política brasileira. Por enquanto, como na votação de hoje, tem dançado conforme a música.
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
Não há métrica capaz de aferir com precisão a qualidade do mandato da petista em tão pouco tempo -exceto, é claro, para alguns bolsões da mídia, uma espécie de PMDB do jornalismo, aquela turma propensa à adesão imediata e "con gusto".
Se uma maneira de julgar o governo é o relacionamento entre a presidente e o Congresso, pouca coisa ainda mudou. A possível votação de hoje para definir o valor do salário mínimo foi (e está sendo) precedida pelos mecanismos de sempre. Uma combinação nefanda de chantagem e baixo fisiologismo. Foi assim com sucessivos ocupantes do Planalto pós-ditadura -Sarney, Collor, Itamar, FHC e Lula.
Emendas ao Orçamento propostas por deputados e senadores e nomeações para cargos políticos só serão consubstanciadas depois da votação do salário mínimo. Os que ajudarem a aprovar os R$ 545 terão a devida recompensa. Aos demais, a amargura da "realpolitik".
Pode-se argumentar, com razão, que Dilma evita por enquanto dar espaço para uma certa banda podre dos seus aliados -do PT ao PMDB. Sobre a concessão de emendas e cargos em troca de votos, é também um fato que a presidente não tem muita escolha. Os métodos e os costumes são esses mesmos. Seria ocioso (e ingênuo) tentar fazer de outra forma com apenas um mês e meio de mandato.
Tudo considerado, é cedo para julgar Dilma. O estilo circunspecto é um alívio para quem não tolerava mais ouvir "ad nauseam" as alegorias retóricas de Lula. Mas essa é apenas a forma. Não garante o sucesso de uma administração.
Nos próximos meses, Dilma terá a chance de mostrar se alterou de maneira real certos maus costumes na política brasileira. Por enquanto, como na votação de hoje, tem dançado conforme a música.
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
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