Câmara e Senado devem eleger Marco Maia e Sarney hoje, em meio à guerra por cargos
Gerson Camarotti, Isabel Braga e Adriana Vasconcelos
Num clima de revolta e traição na base aliada, insatisfeita por causa de cargos e liberação de emendas, o PT tenta evitar hoje que esse clima contamine a disputa entre o petista Marco Maia (PT-RS) e Sandro Mabel (PR) pela presidência da Câmara dos Deputados. Já sabendo que a presidente Dilma Rousseff só espera passar a eleição de hoje para anunciar cortes e minar alguns feudos peemedebistas como Furnas, o líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), aliado de primeira hora do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), mandou recados duríssimos para o governo: não aceitará ser um aliado incômodo e vai brigar por cargos para o partido.
Já de olho na reabertura das indicações do segundo escalão no governo, Henrique Alves, reconduzido pela quinta vez ao cargo de líder do PMDB, aproveitou ontem a reunião da bancada para reclamar dos ataques desferidos contra o partido e da perda de cargos nas estatais. Ele avisou que não aceitará que o PMDB seja achincalhado.
- Nunca vi um partido ser tão injustiçado e agredido como nos últimos dois meses. Nunca apanhei tanto! Os adjetivos mais leves sobre mim eram aliado incômodo e fisiológico. Isso não me atemoriza, vou continuar lutando por espaços de um partido que lutou para ganhar a eleição - disse o líder, em reunião para discutir também a indicação do partido para a 1ª vice-presidência da Casa.
"Temos o direito de indicar nomes"
No discurso, Henrique Alves defendeu que a resposta ao governo seja política, ou seja, nas votações. As declarações foram dadas um dia antes da eleição da Mesa da Câmara e do Senado.
- Os governos passam, inclusive esse nosso, o PMDB fica - afirmou, acrescentando:
- Dos 37 ministérios neste país, apenas dois não nomearam secretários-executivos de seu partido: Garibaldi Alves, que nomeou o Gabas, do PT, e Pedro Novaes, que nomeou o braço direito do ex-ministro do PT. O Ministério da Saúde tem 1.262 cargos. Sabem quantos são ocupados pelo PMDB? Apenas dois, e o (Alberto) Beltrame foi demitido injustamente (da Secretaria de Atenção à Saúde). Os outros 1.260 este partido bancou.
E criticou também a imprensa, pedindo que apure direito o peso do PMDB, por exemplo, no Ministério da Saúde:
- A imprensa, que é tão cuidadosa com o fisiologismo do PMDB, descubra, pegue uns cem nomes, diga que foi apadrinhado pelo PMDB!
Contra Sarney, PSOL lança candidato
Para Henrique Alves, o PMDB venceu a eleição junto com Dilma e tem direito às indicações:
- Não vou mais aceitar isso! Ganhamos o governo para governar com ética. Temos o direito de indicar nomes qualificados porque seremos cobrados nas ruas pela co-participação neste governo.
Com a crise entre peemedebistas e petistas por causa do controle de Furnas, a presidente Dilma Rousseff já avisou que vai escolher pessoalmente o próximo presidente da estatal. A presidente pode até aceitar que o PMDB funcione como uma espécie de "barriga de aluguel" da indicação. Mas o nome será definido por ela. A presidente quer antecipar a definição de Furnas para pôr um ponto final na disputa entre aliados.
O nome mais cotado para comandar Furnas é o do ex-diretor de Distribuição da Eletrobras Flávio Decat. Atualmente ele é executivo do grupo Rede Energia. Técnico de confiança de Dilma, ele estava cotado para assumir a Eletrobras. Mas há possibilidade de Decat ser deslocado para Furnas devido à magnitude do problema político e administrativo na estatal. Ela deixou claro que não aceitará indicação do PMDB do Rio de Janeiro.
A questão das emendas parlamentares, tema muito caro aos deputados, foi explorada ontem por Sandro Mabel (PR-GO), aumentando a fissura na base do governo Dilma. Ele disse ontem ter mandado carta para a presidente pedindo que não corte as emendas parlamentares. Na carta entregue aos assessores de Dilma, Mabel cita reportagem publicada pelo GLOBO na última quinta-feira, em que a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, anuncia que haverá corte de 50% nas emendas parlamentares ao Orçamento da União de 2011.
De tarde, O PR reuniu a Executiva e anunciou que o partido fechou questão no apoio a Marco Maia, que irá expulsar Mabel da legenda se ele mantiver sua candidatura.
Embora a reeleição de José Sarney (PMDB-AP) para a presidência do Senado esteja praticamente garantida, o PSOL soltou ontem uma nota anunciando que apresentará um candidato próprio para o comando da Casa. O escolhido foi o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), o parlamentar mais jovem da Casa, que terá como primeira missão desafiar um veterano na Casa. Se eleito hoje, Sarney ocupará o posto de presidente da instituição pela quarta vez.
FONTE: O GLOBO
Gerson Camarotti, Isabel Braga e Adriana Vasconcelos
Num clima de revolta e traição na base aliada, insatisfeita por causa de cargos e liberação de emendas, o PT tenta evitar hoje que esse clima contamine a disputa entre o petista Marco Maia (PT-RS) e Sandro Mabel (PR) pela presidência da Câmara dos Deputados. Já sabendo que a presidente Dilma Rousseff só espera passar a eleição de hoje para anunciar cortes e minar alguns feudos peemedebistas como Furnas, o líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), aliado de primeira hora do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), mandou recados duríssimos para o governo: não aceitará ser um aliado incômodo e vai brigar por cargos para o partido.
Já de olho na reabertura das indicações do segundo escalão no governo, Henrique Alves, reconduzido pela quinta vez ao cargo de líder do PMDB, aproveitou ontem a reunião da bancada para reclamar dos ataques desferidos contra o partido e da perda de cargos nas estatais. Ele avisou que não aceitará que o PMDB seja achincalhado.
- Nunca vi um partido ser tão injustiçado e agredido como nos últimos dois meses. Nunca apanhei tanto! Os adjetivos mais leves sobre mim eram aliado incômodo e fisiológico. Isso não me atemoriza, vou continuar lutando por espaços de um partido que lutou para ganhar a eleição - disse o líder, em reunião para discutir também a indicação do partido para a 1ª vice-presidência da Casa.
"Temos o direito de indicar nomes"
No discurso, Henrique Alves defendeu que a resposta ao governo seja política, ou seja, nas votações. As declarações foram dadas um dia antes da eleição da Mesa da Câmara e do Senado.
- Os governos passam, inclusive esse nosso, o PMDB fica - afirmou, acrescentando:
- Dos 37 ministérios neste país, apenas dois não nomearam secretários-executivos de seu partido: Garibaldi Alves, que nomeou o Gabas, do PT, e Pedro Novaes, que nomeou o braço direito do ex-ministro do PT. O Ministério da Saúde tem 1.262 cargos. Sabem quantos são ocupados pelo PMDB? Apenas dois, e o (Alberto) Beltrame foi demitido injustamente (da Secretaria de Atenção à Saúde). Os outros 1.260 este partido bancou.
E criticou também a imprensa, pedindo que apure direito o peso do PMDB, por exemplo, no Ministério da Saúde:
- A imprensa, que é tão cuidadosa com o fisiologismo do PMDB, descubra, pegue uns cem nomes, diga que foi apadrinhado pelo PMDB!
Contra Sarney, PSOL lança candidato
Para Henrique Alves, o PMDB venceu a eleição junto com Dilma e tem direito às indicações:
- Não vou mais aceitar isso! Ganhamos o governo para governar com ética. Temos o direito de indicar nomes qualificados porque seremos cobrados nas ruas pela co-participação neste governo.
Com a crise entre peemedebistas e petistas por causa do controle de Furnas, a presidente Dilma Rousseff já avisou que vai escolher pessoalmente o próximo presidente da estatal. A presidente pode até aceitar que o PMDB funcione como uma espécie de "barriga de aluguel" da indicação. Mas o nome será definido por ela. A presidente quer antecipar a definição de Furnas para pôr um ponto final na disputa entre aliados.
O nome mais cotado para comandar Furnas é o do ex-diretor de Distribuição da Eletrobras Flávio Decat. Atualmente ele é executivo do grupo Rede Energia. Técnico de confiança de Dilma, ele estava cotado para assumir a Eletrobras. Mas há possibilidade de Decat ser deslocado para Furnas devido à magnitude do problema político e administrativo na estatal. Ela deixou claro que não aceitará indicação do PMDB do Rio de Janeiro.
A questão das emendas parlamentares, tema muito caro aos deputados, foi explorada ontem por Sandro Mabel (PR-GO), aumentando a fissura na base do governo Dilma. Ele disse ontem ter mandado carta para a presidente pedindo que não corte as emendas parlamentares. Na carta entregue aos assessores de Dilma, Mabel cita reportagem publicada pelo GLOBO na última quinta-feira, em que a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, anuncia que haverá corte de 50% nas emendas parlamentares ao Orçamento da União de 2011.
De tarde, O PR reuniu a Executiva e anunciou que o partido fechou questão no apoio a Marco Maia, que irá expulsar Mabel da legenda se ele mantiver sua candidatura.
Embora a reeleição de José Sarney (PMDB-AP) para a presidência do Senado esteja praticamente garantida, o PSOL soltou ontem uma nota anunciando que apresentará um candidato próprio para o comando da Casa. O escolhido foi o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), o parlamentar mais jovem da Casa, que terá como primeira missão desafiar um veterano na Casa. Se eleito hoje, Sarney ocupará o posto de presidente da instituição pela quarta vez.
FONTE: O GLOBO
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