Disposto a liderar oposição no Congresso, mineiro prioriza temas para fortalecer os municípios e mira dissidentes peemedebistas
Christiane Samarco
Em estratégia para se cacifar e reforçar seu papel de líder oposicionista, o senador eleito Aécio Neves (PSDB-MG) desembarcou ontem no Congresso determinado a reunir os três partidos de oposição e os dissidentes do PMDB em torno de uma agenda de reformas em que mobilize a sociedade e consiga constranger os governistas a apoiá-la.
Antes, porém, vai ter de cicatrizar as feridas do próprio PSDB. Apontado como incentivador da moção da bancada tucana na Câmara em favor da reeleição do agora deputado Sérgio Guerra (PE) na presidência do partido, Aécio minimizou a crise que envolveu o ex-governador José Serra pelo comando da legenda e disse que o prazo para definição será maio. "O grande ativo que temos é a unidade."
Na seara parlamentar, a primeira investida será para ganhar o apoio dos prefeitos de todo o País a um projeto que impeça o governo federal de dar incentivos fiscais com a parcela dos impostos que, por lei, tem de ser repassada aos municípios.
"Se a gente não qualificar a oposição, seremos massacrados", afirmou Aécio aos senadores tucanos na primeira reunião de bancada convocada ontem à tarde pelo líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR). "Nesta minha volta ao Congresso, quero contribuir para que os grandes temas das grandes reformas não fiquem mais uma vez no armário, preteridos pela agenda do Executivo", completou.
Aécio vai abrir o entendimento com o PMDB pelo ex-governador de Santa Catarina Luiz Henrique da Silveira, que também está de volta ao Congresso depois de oito anos à frente do Executivo estadual. Bastou um encontro casual no tapete azul do Senado para que os dois acertassem o primeiro contato.
A ideia é fechar a lista de conversas, que também inclui os governadores tucanos e de oposição, nos próximos 30 dias. É a partir das sugestões colhidas nesses contatos que se pretende montar a agenda da oposição para o Brasil e levá-la a conhecimento da opinião pública na primeira quinzena de março.
"Quero chamar as lideranças municipalistas e montar com elas uma agenda federativa", antecipa Aécio, para quem, nesse caso, o apoio dos prefeitos será a única forma de o bloco minoritário "se contrapor ao rolo compressor dos governistas", constrangendo os aliados do Planalto a aprovar projetos da oposição.
Ele avalia que o interesse dos municípios em conter a generosidade do governo com o chapéu alheio, que costuma fazer "bondades" com recursos de impostos compartilhados com prefeituras, é imenso, em função da situação financeira precária da maioria delas. No caso de Minas, a contabilidade das prefeituras que não conseguiram pagar o 13.º salário do funcionalismo soma 300 dos 853 municípios.
O mesmo raciocínio se aplica a outros projetos cogitados por Aécio, como o que proíbe o contingenciamento de verbas do Orçamento da União destinadas aos fundos Penitenciário e de Segurança Pública. Nesse caso, o tucanato tentará ganhar a sociedade civil. Além da pressão pontual da opinião pública, o senador acredita que a oposição também terá a seu favor a disputa na base governista que é de difícil administração em função do tamanho, já que somam 14 os partidos aliados.
FONTE: O ESTADO DE S. PAULO
Christiane Samarco
Em estratégia para se cacifar e reforçar seu papel de líder oposicionista, o senador eleito Aécio Neves (PSDB-MG) desembarcou ontem no Congresso determinado a reunir os três partidos de oposição e os dissidentes do PMDB em torno de uma agenda de reformas em que mobilize a sociedade e consiga constranger os governistas a apoiá-la.
Antes, porém, vai ter de cicatrizar as feridas do próprio PSDB. Apontado como incentivador da moção da bancada tucana na Câmara em favor da reeleição do agora deputado Sérgio Guerra (PE) na presidência do partido, Aécio minimizou a crise que envolveu o ex-governador José Serra pelo comando da legenda e disse que o prazo para definição será maio. "O grande ativo que temos é a unidade."
Na seara parlamentar, a primeira investida será para ganhar o apoio dos prefeitos de todo o País a um projeto que impeça o governo federal de dar incentivos fiscais com a parcela dos impostos que, por lei, tem de ser repassada aos municípios.
"Se a gente não qualificar a oposição, seremos massacrados", afirmou Aécio aos senadores tucanos na primeira reunião de bancada convocada ontem à tarde pelo líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR). "Nesta minha volta ao Congresso, quero contribuir para que os grandes temas das grandes reformas não fiquem mais uma vez no armário, preteridos pela agenda do Executivo", completou.
Aécio vai abrir o entendimento com o PMDB pelo ex-governador de Santa Catarina Luiz Henrique da Silveira, que também está de volta ao Congresso depois de oito anos à frente do Executivo estadual. Bastou um encontro casual no tapete azul do Senado para que os dois acertassem o primeiro contato.
A ideia é fechar a lista de conversas, que também inclui os governadores tucanos e de oposição, nos próximos 30 dias. É a partir das sugestões colhidas nesses contatos que se pretende montar a agenda da oposição para o Brasil e levá-la a conhecimento da opinião pública na primeira quinzena de março.
"Quero chamar as lideranças municipalistas e montar com elas uma agenda federativa", antecipa Aécio, para quem, nesse caso, o apoio dos prefeitos será a única forma de o bloco minoritário "se contrapor ao rolo compressor dos governistas", constrangendo os aliados do Planalto a aprovar projetos da oposição.
Ele avalia que o interesse dos municípios em conter a generosidade do governo com o chapéu alheio, que costuma fazer "bondades" com recursos de impostos compartilhados com prefeituras, é imenso, em função da situação financeira precária da maioria delas. No caso de Minas, a contabilidade das prefeituras que não conseguiram pagar o 13.º salário do funcionalismo soma 300 dos 853 municípios.
O mesmo raciocínio se aplica a outros projetos cogitados por Aécio, como o que proíbe o contingenciamento de verbas do Orçamento da União destinadas aos fundos Penitenciário e de Segurança Pública. Nesse caso, o tucanato tentará ganhar a sociedade civil. Além da pressão pontual da opinião pública, o senador acredita que a oposição também terá a seu favor a disputa na base governista que é de difícil administração em função do tamanho, já que somam 14 os partidos aliados.
FONTE: O ESTADO DE S. PAULO
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