O gesto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de enquadrar publicamente a bancada do PT da Câmara anteontem foi acertado na sexta-feira com a presidente Dilma Rousseff, no Palácio da Alvorada. Segundo relatos, Lula e Dilma chegaram a conclusão de que, se a bancada petista continuasse com as ameaças, a governabilidade estaria ameaçada.
No dia seguinte, em Sumaré (SP), Lula foi enfático e cobrou maior unidade em defesa de Dilma. Para interlocutores, Lula demonstrou preocupação com o comportamento da bancada petista de desafiar permanentemente Dilma, desde que estourou a crise que derrubou Antonio Palocci da Casa Civil.
Segundo um dirigente petista, a preocupação foi externada por Lula a Dilma na sexta. O ex-presidente teria assumido o compromisso de dar "um puxão de orelhas" nos líderes da bancada do PT. Mas aconselhou Dilma a intensificar contatos políticos não só com os aliados, mas principalmente com o PT. E advertiu que era preciso reverter a insatisfação no partido.
Na sexta-feira, O GLOBO antecipou que Lula seria chamado por Dilma para pacificar a bancada da Câmara. Os deputados não escondem a insatisfação por terem sido preteridos por Dilma na coordenação política. A presidente optou pela ex-senadora Ideli Salvatti (PT-SC) para as Relações Institucionais.
A decisão contrariou o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-SP), que pressionava pela indicação do líder do governo, deputado Cândido Vaccarezza (PTSP). O reflexo mais evidente da rebelião é a disposição de Maia de votar matérias que desagradam ao Executivo, como a PEC 300, que estabelece o piso de policiais militares e bombeiros, e a regulamentação da Emenda 29, que estabelece gasto mínimo com a Saúde.
FONTE: O GLOBO
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