segunda-feira, 14 de novembro de 2011

As acusações contra o ministro

A crise envolvendo Carlos Lupi começou no início de novembro, com a denúncia de que verbas estariam sendo desviadas de ONGs que possuem convênio com o Ministério do Trabalho. O GLOBO revelou que, só em Sergipe, 20 inquéritos foram abertos pela Polícia Federal para investigar fraudes em entidades que receberam R$11,2 milhões em convênios com a pasta. Um relatório da Controladoria-Geral da União indicou indícios de desvio de dinheiro em convênios com 26 entidades em vários estados.

Relatório do Tribunal de Contas da União de 19 de outubro apontava que mais de 500 relatórios de prestação de contas apresentados por ONGs e outras entidades que receberam verbas públicas estavam sem fiscalização no ministério. A revista "Veja" revelou ainda a existência de um esquema de cobrança de propina sobre o valor de convênios, operado por integrantes do PDT no Ministério do Trabalho.

Anteontem, surgiu mais uma denúncia contra Lupi: segundo reportagem publicada pela "Veja", o ministro teria usado, em uma viagem oficial ao Maranhão em dezembro de 2009, um avião alugado pelo presidente de uma ONG acusada de desviar dinheiro de convênios com a pasta, o gaúcho Adair Meira. O ministro negou.

Ontem, um levantamento publicado pelo GLOBO mostrou que em pelo menos 13 estados o comando das Superintendências Regionais do Trabalho foi entregue a dirigentes partidários ou candidatos derrotados na eleição de 2010 do PDT, com o aval do ministro.

A crise está sendo marcada por uma série de declarações polêmicas de Lupi. O ministro chegou a dizer que duvidava que fosse demitido pela presidente Dilma Rousseff, afirmando: "Pela relação que tenho com a Dilma, não saio nem na reforma". No dia seguinte, após a presidente exigir uma retratação pública, Lupi voltou atrás e pediu desculpas.

FONTE: O GLOBO

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