O dia em que uma das maiores torcidas do mundo acordou chorando de dor e foi dormir chorando de alegria.
Uma confusão de sentimentos como provavelmente jamais houve na história do futebol.
Às quatro e meia da manhã morria Sócrates Brasileiro, o Doutor, o Magrão, o Magro, o mago dos calcanhares geniais, o mais original de todos os jogadores da história centenária do Corinthians.
Às sete horas da noite esta história era enriquecida com seu quinto título brasileiro e a Fiel torcida que acordara deprimida comemorava eufórica a façanha do pentacampeonato.
Alguém já disse que o futebol imita a vida, e vice-versa.
É fato.
E se o cumpridor time alvinegro tinha pouca chance de se tornar inesquecível, eis que agora ficará para sempre na memória de todos como o time que foi campeão no dia em que Sócrates morreu.
E ele que já era inesquecível, acrescentará à sua história ter morrido no dia em que seu time o homenageou sendo campeão.
O que, convenhamos, é uma história bonita, linda mesmo.
E triste, profundamente triste.
FONTE: Comentário para o Jornal da CBN desta segunda-feira, 5 de dezembro de 2011.
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