Governador ganha apoio de ex-prefeito e se fortalece para primárias que vão escolher candidato único
Janaína Figueiredo
BUENOS AIRES. Numa jogada esperada pelos venezuelanos e que deverá fortalecer a oposição em sua disputa eleitoral com o governo Hugo Chávez, ontem Leopoldo López, ex-prefeito do município de Chacao e importante dirigente da Mesa de Unidade Democrática (MUD), renunciou a sua pré-candidatura presidencial e anunciou sua aliança com Henrique Capriles Radonsky, governador do estado de Miranda e grande favorito para vencer as primárias da MUD, que serão realizadas no próximo dia 12. Segundo analistas, Capriles também é o pré-candidato com mais chances de derrotar Chávez nas eleiçõespresidenciais de outubro.
Após quase um mês de negociações, López e Capriles comunicaram juntos sua parceria e se mostraram confiantes na possibilidade de uma vitória da oposição em outubro.
- Cresce a maioria, a esperança se fortalece, e a Venezuela também - disse López, cuja candidatura provocou polêmica, desde o início da campanha eleitoral.
Governo e oposição em empate técnico
O ex-prefeito é uma das grandes promessas políticas do país, mas nos últimos anos esteve envolvido em denúncias de corrupção que atrapalharam seu projeto político. Em agosto de 2008, López teve seus direitos políticos suspensos pela Controladoria Geral sob a acusação de ter cometido irregularidades administrativas em meados dos anos 1990 na estatal Petróleos da Venezuela (PDVSA) e em 2004, na Prefeitura de Chacao, zona leste de Caracas. Em outubro do ano passado, o Supremo Tribunal de Justiça (TSJ, na sigla em espanhol) declarou que a decisão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) que obrigara o governo do país a restabelecer os direitos políticos do líder opositor não podia ser executada. Desde então, a pré-candidatura de López foi alvo de críticas por parte do governo, que a considerava "ilegal"
- Meu irmão, você será o próximo presidente de todos os venezuelanos e eu serei seu grande aliado - declarou López.
Já Capriles, que segundo pesquisas locais será o candidato mais votado nas primárias da MUD, assegurou que "Leopoldo poderá ocupar o cargo que quiser em nosso governo". Segundo Luis Vicente León, diretor da Datanálisis, "a aliança não deverá modificar de forma expressiva o cenário eleitoral do país, mas melhorará a situação da oposição".
- Capriles, que já era o grande favorito, se fortaleceu ainda mais - explica.
De acordo com o analista venezuelano, o governador do estado de Miranda está cerca de 12 pontos percentuais acima de seus adversários nas primárias. O segundo colocado seria o governador do estado de Zulia, Pablo Pérez. López estava em terceiro lugar, superando os outros três pré-candidatos: a deputada Maria Corina Machado, o economista e diplomata Diego Arria e o líder do Movimento Trabalhista, Pablo Medina.
Na visão do analista David Morán, "este ano a oposição terá sua melhor chance de vencer Chávez numa eleição".
- Hoje existe um empate técnico entre governo e oposição e cerca de 30% dos eleitores estão indecisos - enfatizou Morán.
FONTE: O GLOBO
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