Saída de Gabrielli opõe presidente à cúpula petista
Maria Clara Cabral
BRASÍLIA - A saída de José Sergio Gabrielli da presidência da Petrobras irritou a cúpula do PT.
O alerta também foi ligado para as mudanças em diretorias da companhia. O temor é que Graça Foster opte por ter subordinados técnicos, tirando indicados políticos.
Almir Barbassa, diretor financeiro indicado por petistas, por exemplo, deve ser o próximo a sair. João Carlos Ferraz, presidente da Sete Brasil -empresa responsável pelos contratos para construção das sondas de perfuração-, foi sondado para o seu lugar. Guilherme Estrella, diretor da área de Exploração e Produção, também deve sair. Todos são ligados ao partido.
As prováveis mudanças evidenciam a principal reclamação dos petistas: o fato de a presidente Dilma Rousseff, cada vez mais, deixar de levar em conta quadros do PT na hora de montar a equipe.
Reclamação parecida aconteceu durante a escolha do novo ministro de Ciência e Tecnologia, Marco Antônio Raupp. Enquanto integrantes do PT trabalharam para que o deputado Newton Lima (SP) assumisse o cargo deixado por Aloizio Mercadante, Dilma optou pelo técnico Raupp, ex-presidente da Agência Espacial Brasileira.
Ontem, deputados e senadores aliados ironizavam que ser um quadro político atualmente pesa contra qualquer indicação para postos de comando. Alguns chegaram a dizer que estavam "indignados" com a atitude de Dilma.
A substituição na presidência da Petrobras já era cogitada desde o ano passado, mas aliados de Gabrielli trabalharam para mantê-lo no cargo por mais algum tempo.
Gabrielli é uma aposta do PT para o governo da Bahia em 2014. A avaliação agora é que sua ida para uma secretaria do Estado não cairá bem, já que o cargo terá de ser "achado" pelo governador Jaques Wagner.
O jeito da presidente Dilma também incomoda o PMDB. Há o temor de que o presidente da Transpetro, Sérgio Machado, indicado pelos peemedebistas, seja substituído.
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
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